Desde a virada do ano, e, com mais intensidade, após a crise chinesa, o mercado de café vinha sendo orientado pelos fundamentos de oferta de curto prazo e os macro-fundamentos, que apontam para a dificuldade de suprimento no ano safra brasileiro 2007/08, não tinham força para determinar a recuperação das cotações.

Dentro desse contexto, o anúncio do lançamento dos contratos de opções privadas, feito pelo Mapa, parece ter atingido, em cheio, o principal objetivo desses instrumentos de política agrícola, que é sinalizar para o mercado que, a despeito da conjuntura de curto prazo, os fundamentos apontam para o seu equilíbrio a níveis de preço acima dos praticados atualmente.

No entanto, como as condições que regerão as opções ainda não foram postas, as altas que vêm sendo vistas nas bolsas, desde sexta-feira, são produto da conjunção de duas oportunidades que foram oferecidas para o mercado. Com as cotações ainda bem abaixo do potencial que, em dezembro, já demonstraram ter, é interessante para as indústrias fazer hedge, buscando proteção ante a possibilidade de alta, assim como, para os fundos e especuladores, a chance de ganhos a partir de compras de contratos, nos preços atuais, é bem grande. Por outro lado, ainda é muito cedo para saber se a tendência de alta se consolidará e, principalmente, se sustentará, com a aproximação da colheita brasileira.

Apesar do arrefecimento do movimento nas três bolsas e da NYBOT ter aberto em baixa, em realização de lucros auferidos desde sexta, o mercado, especialmente de arábica, se recuperou, sendo também impulsionado ao atingir buy stops de agentes vendidos. No fechamento, a LIFFE, que negociou 11.470 contratos, apresentou alta de apenas 0,13%, para a posição Maio/07. Na NYBOT foram negociados 15.409 contratos e o ganho foi de 0,88%. E, na BM&F, a alta foi de 0,74%, com 2.291 contratos negociados.

Como, hoje, as altas nas bolsas foram menos expressivas que na sexta, a estabilidade nos preços predominou no mercado físico brasileiro, onde convivem a concretização de alguns negócios, nos quais a diferença entre a pedida e a oferta era pequena, e a prevalência da retração por parte dos produtores.

Com bolsas em alta, o leilão de CPR-Física do BB segue com razoável liquidez. Foram arrematados sete lotes, totalizando 3.400 sacas, havendo 72 em oferta, (30.750 sacas). Os preços máximos de fechamento para os lotes comprados, todos de café padrão BM&F, atingiram R$ 277,25, para entrega em setembro, e R$ 280,05, para dezembro. Um lote de café conilon, tipo 7/8, com até 260 defeitos e entrega em julho, ofertado a R$ 190,00, continua não encontrando comprador.