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Sistema Safra Zero do cafeeiro

POR NECAF

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 10/09/2014

3 MIN DE LEITURA

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Por Estevam Antonio Chagas Reis e Marina Chagas Reis, da Universidade Federal de Lavras

Na atual conjuntura da cafeicultura brasileira, o produtor tem procurado alternativas para suprir a crescente falta de mão-de-obra e atenuar os impactos negativos causados pelo elevado custo de colheita. Com este intuito, busca-se novas técnicas que visam aprimorar os meios de cultivo e diminuir o custo de produção por unidade de área.

Diante deste cenário, tem-se realizado o manejo do cafeeiro através de podas programadas com o objetivo de obter produções elevadas. Sendo o esqueletamento o tipo de poda mais utilizado, muitos produtores estão aderindo ao chamado sistema chama Safra Zero.

O sistema Safra Zero consiste na poda cíclica do cafeeiro, realizando-a com esqueletamento seguido de decote no ano de produção. Esta prática caracteriza-se pela poda dos ramos plagiotrópicos da planta, com distancia de 20 a 30cm do ramo ortotrópico na parte superior e terminando na parte inferior com distancia de corte de 30 a 50cm. Quando o corte dos ramos plagiotrópicos é realizado em comprimentos maiores, dá-se o nome de desponte. O ideal é que após a realização da poda a planta apresente uma conformação cônica.

O decote se caracteriza pela poda do ramo ortotrópico em alturas de 1,2 a 2,5m. A altura de corte tem relação direta com o estande de plantas por hectare. A recomendação para lavouras de menor espaçamento entre plantas se baseia no corte em alturas menores, de forma que possibilite a entrada de luz no interior das plantas e entre as linhas, induzindo a quebra de dormência de gemas. A poda só pode ser realizada em lavouras aptas a esse sistema, pois assim atuará como uma ferramenta para o incremento de produtividade.

Esse sistema visa a produtividade elevada do cafeeiro empregando-se a poda em um ano, sendo o ano posterior apenas para desenvolvimento vegetativo. Desta forma, há ocorrência do crescimento de ramos novos para futura produção (esse ciclo se repete a cada 2 anos).

Para a implantação do sistema, deve-se “liberar” o cafeeiro o mais cedo possível, preferencialmente a partir de junho, visto que o crescimento vegetativo é influenciado pela época de poda e pode comprometer a sua produção futura, como podemos verificar na imagem abaixo.

Fonte: Fundação Procafé

Podemos verificar a produtividade em função da época de poda de acordo com a tabela 1.

Tabela 1 - Produtividade média das cultivares Mundo Novo e Catuaí submetidas a poda de esquelamento em diferentes épocas do ano.

Meses em que foram esqueletadas Mundo Novo Catuaí
Julho 91 a 65 a
Agosto 87a 51 b
Setembro 62 b 41 b
Outubro 33 c 25 c
Novembro 22 c 21 c
Dezembro 16 c 14 c


Caso o produtor realize a colheita mecânica, não haverá necessidade de desbrotas no terço superior da planta, reduzindo os custos da área.

Em relação à adubação, não se deve restringir os tratos culturais mesmo com o depósito de resíduos advindos da poda. Devido à alta relação C/N dos restos culturais é necessário a adubação nitrogenada para equilibrar o sistema. A adubação potássica geralmente é dispensada em decorrência da elevada quantidade presente no material vegetal que é totalmente liberado (seu índice de conversão é 100%). A necessidade será no ano de produção de acordo com análise de solo e a carga pendente. Os restos vegetais também são ricos em macro e micronutrientes como podemos verificar na tabela 2.


Tabela 2 - Quantidade de macro e micronutrientes nas partes podadas do cafezal Mundo Novo, 9 anos, 3,5 x 1,5m. Alfenas 1986.


 Nutrientes  Esqueletamento + decote a 1,5m
 N kg/ha  261
 P2O5 kg/ha  16
 K2O kg/ha  273
 CaO kg/ha  101
 MgO kg/ha  26
 S kg/ha  10
 B g/ha  268
 Cu g/ha  191
 Zn g/ha  121

Fonte: Garcia, Malavolta, Gonçalves e outros.

O controle fitossanitário deve ser realizado principalmente para doenças como phoma, ferrugem e mancha aureolada, pois as altas doses aplicadas de nitrogênio acarretam em maior infestação dessas doenças. A phoma é a primeira doença a se manifestar quando não realizado o controle adequado da mesma, sendo necessário o monitoramento dos primeiros sinais da doença no ano de produção. A ferrugem também é outra doença que pode ocorrer em cafeeiros podados, pois são mais susceptíveis e apresentam uma curva de progressão mais agressiva quando comparada a cafeeiros não podados. Controles fitossanitários de pragas de solo também devem ser realizados quando necessários, buscando um maior desenvolvimento do sistema radicular e consequentemente do cafeeiro.
Quando se realiza o Safra Zero, uma das questões mais relevantes gira em torno do custo por saca de café beneficiado, o que torna esse sistema viável e de crescente utilização por parte dos cafeicultores. Podemos verificar essa situação de acordo com a tabela 3
Tabela 3 - Diferença do custo/saca/ano de lavoura sistema Safra Zero em relação à lavoura convencional.



 Produtividade
sacas/ha
 Safra Zero Colheita manual convencional  Diferença ha/ano   Diferença ha/ano
 30  R$ 270,00  R$ 334,00  Por saca/ R$ 36,00  Por ha/ R$ 1050,00
 40  R$ 240,00  R$ 296,00  R$ 56,00  R$ 2240,00


Fonte: Fundação Procafé – Outubro/2012
 

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BRUNO BASTOS PEREIRA

PERDÕES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/08/2020

Boa noite, utilizar o sistema de safra zero em toda a lavoura aumentaria a produção e a margem de lucro num período médio de 2 anos? Pois produz um ano e não produz no outro
ESTEVAM REIS

CARMO DA CACHOEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/09/2014

Prezado Mikeone, a vida útil da lavoura é muito variável; algumas cultivares são menos vigorosas diminuindo assim seu período produtivo.

Mesmo com a prática do Safra Zero ter intensificado nós últimos anos, ainda é recente e não há um conhecimento específico de quantos anos as lavouras suportaram esse manejo.
ESTEVAM REIS

CARMO DA CACHOEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/09/2014

Claudinei, o manejo fitossanitário feito de forma correta contribui para o bom desenvolvimento vegetativo e conseguentemente reprodutivo do cafeeiro. A utilização de inseticidas aplicados via solo tem um efeito benéfico, onde as brotações se mostram mais vigorosas.

Há também algumas linhas de pesquisa com a utilização de reguladores de crescimento; mais estes aindam não são conclusivos.
MIKEONE APARECIDA BAEÇA

UNAÍ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/09/2014

Bom dia , a partir da pergunta do Sr. Alvaro que cita que sua lavoura tem mais de 40 anos, gostaria de saber se existe uma idade máxima para uma lavoura de café , mesmo que esta tenha recebido a condução correta , sei que também vai varear da produtividade que ela ainda oferece, mais mesmo assim existe um recomendação quanto a vida útil de uma lavoura? Obrigado .
CLAUDINEI

PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/09/2014

Gostaria de saber se além da adubação nitrogenada o que posso fazer para que a brotação se desenvolva  melhor,como posso estimular este.

Obrigado
ESTEVAM REIS

CARMO DA CACHOEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/09/2014

Caro Alvaro, a questão de quantos esqueletamentos pode se fazer é muito relativo ao estado da lavoura e forma de condução.

Sua lavoura por estar com mais de 40 anos,  deve-se atentar ao vigor e a arquitetura das plantas; uma vez que a mesma deve estar apta para esse sistema de manejo.

Recomendo ao senhor que procure um técnico que possua domínio do assunto e que visite sua lavoura para posicioná-lo a respeito.
ALVARO CARLOS PEIXOTO

SANTO ANTÔNIO DO JARDIM - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/09/2014

Nunca fiz o esqueletamento do meu café, gostaria de saber quantos esqueletamento  posso fazer no meu cafezal, uma vez que ele esta com mais de 40 anos de produção, sendo as plantas mundo novo.
EQUIPE CAFÉPOINT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 11/09/2014

Olá Joana,



Obrigada pela observação. Foi um erro na edição, já corrigimos no texto.



Um abraço,

Equipe CaféPoint.
JOANA D ARC TEIXEIRA DE FARIA

CALIFÓRNIA - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 11/09/2014

Na tabela 1 houve repetição da variedade.
CHARLES GARCIA

IRUPI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/09/2014

Trabalho muito bem feito!

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