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Como monitorar e controlar a broca-do-café com eficiência

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 26/01/2016

4 MIN DE LEITURA

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Por Júlio César de Souza / Paulo Rebelles Reis / Rogério Antônio Silva, da Acarpa – Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio


O controle da broca-do-cafeeiro tem sido um grande desafio aos cafeicultores desde 2013. O monitoramento e acompanhamento dos cafezais é um exercício contínuo e de extrema importância. Em parceria com Prof. Júlio César de Souza, um dos principais pesquisadores sobre o tema, publicaremos informações de orientação aos cafeicultores.

Foto: Epamig
Fruto atingido pela broca-do-café// Foto: Epamig

Introdução

A broca-do-café, Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera: Scolytidae), é considerada a segunda praga mais importante na cultura do cafeeiro. Ocorre em todas as regiões produtoras de café do Brasil. No entanto, em razão do uso de maiores espaçamentos adotados na moderna cafeicultura brasileira a partir da constatação da ferrugem em 1970, o controle da broca, via mecanização, tornou-se fácil, rápido, seguro, eficiente e econômico. Além disso, maiores espaçamentos contribuíram para reduzir a infestação, por pro-porcionar maior arejamento nas lavouras. Contudo, atenção especial deve ser dada a plantios adensados, onde as infestações da referida praga podem ser maiores, além de dificultar o controle químico. Assim, em todos os sistemas de plantio, em especial nos adensados, o controle cultural deve ser realizado, por meio da colheita bem-feita.

Monitoramento e controle
O controle químico da broca com o inseticida deve ser realizado em nível de talhões, como resultado do seu monitoramento. Assim, o cafeicultor só aplicará inseticida nos talhões onde a infestação da broca atingir 3% a 5% ou mais de frutos broqueados. Desse modo, o monitoramento da broca disciplina o uso de inseticida por talhões, evitando a sua aplicação em toda a lavoura sem necessidade.

Para que o cafeicultor possa realizar racionalmente o controle da broca a cada ano, é apresentada uma planilha a ser utilizada no seu monitoramento. No campo, deverá ser usada e preenchida uma planilha para cada talhão homogêneo de cafeeiro.

Para o preenchimento da planilha, no monitoramento da broca, devem-se escolher aleatoriamente 30 plantas no talhão. Em cada planta escolhida, visualizar 60 frutos em seis pontos, ou seja, dez frutos por ponto, sem os coletar. Os dez frutos devem ser observados em diversos ramos e rosetas. Assim, os pontos 1, 2 e 3 serão respectivamente saia, meio e topo de um lado da planta, e o 4, 5 e 6, respectivos a saia, meio e topo, do outro lado da planta. Nos dez frutos observados por ponto, serão contados os broqueados, cujo total será anotado na planilha, correspondente a cada ponto observado. Proceder da mesma maneira nas outras 29 plantas.

Preenchida a planilha no campo, somam-se separadamente todos os frutos broqueados de cada ponto (1, 2, 3, 4, 5 e 6), anotando o resultado no subtotal nas colunas. A seguir, somam-se todos os subtotais de frutos broqueados das colunas, este resultado será o total de frutos broqueados (TFB) nas 30 plantas escolhidas e observadas. O valor encontrado, anotado na planilha, ao ser dividido por 18 (fator fixo), dará diretamente a porcentagem de infestação no talhão. Se o valor encontrado for igual ou superior a 3% e 5% de frutos broqueados, deve-se realizar a pulverização no talhão.


Informações complementares
A) ao utilizar uma planilha em cada talhão, serão observados 1.800 frutos (6 pontos de dez frutos = 60 x 30 plantas = 1.800 frutos);
B) o monitoramento deve-se iniciar na “época de trânsito” da broca, que ocorre de novembro a janeiro, ou seja, três meses após a primeira grande florada;
C) no monitoramento são observados frutos chumbos e chumbões, totalmente aquosos (86% de umi¬dade) da primeira grande florada. A broca apenas os perfurará, sem colocar ovos. Os ovos só serão colocados 53 dias após, com as sementes já tendo uma certa consistência, alimento ideal para as larvas do inseto;
D) o monitoramento deve ser realizado mensalmente até março;
E) em lavouras irrigadas, as infestações da broca são maiores;
F) em geral, o controle químico, em termos de média, é realizado em 30% da lavoura. Em lavouras irrigadas, esse índice pode ser maior;
G) a broca não ocorre em nível de controle em lavouras novas, dispensando, nesse caso, o monitora¬mento;
H) em lavouras em renque (fechadas nas linhas), para facilitar o caminhamento na realização do moni¬toramento, podem-se considerar três pontos na planta de um lado e três pontos na planta do outro lado, na mesma rua;
I) em lavouras com plantas de menor porte, o número de pontos observados pode ser reduzido para quatro (metade inferior e metade superior da planta, nos dois lados), ou dois pontos (de um lado e de outro da planta). No caso de ser reduzido para quatro pontos, dividir o TFB por 12 e no caso de ser reduzido para somente dois pontos na planta, um de cada lado, dividir o TFB por seis;
J) fazer muitas cópias da planilha para tê-las à disposição, quando no monitoramento;
L) Em caso de dúvida na realização do uso da planilha para o monitoramento da broca, buscar orientação e assistência técnica.




Figura 1- Modelo de planilha para monitoramento da broca-do-café em campo
NOTA: Na planilha, após preenchê-la no campo, totalizar os frutos broqueados na linha dos subtotais.
TFB - Total de frutos broqueados, é o somatório dos subtotais de todas as colunas.
Para calcular a porcentagem de frutos broqueados no talhão basta dividir o TFB por 18. O resultado é direto: Porcentagem de infestação = TFB/18


Texto originalmente publicado na Circular Técnica nº67, set/2009, da Embrapa – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. Adaptação Acarpa, jan/16

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JOÃO PEDRO A ZANIN

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - CAFETERIAS E PONTOS DE VENDA DE PRODUTOS DE CAFÉ

EM 01/10/2017

Gostaria de  receber informações sobre os produtos a serem usados, tanto nas adubações quanto pulverização e venenos de brocas. Pela análise do solo sempre usaremos as formulas a sobra, não pelo recomendado.  

Alguém pode me orientar? 
DANIEL SILVA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - ESTUDANTE

EM 15/09/2017

O que é o café "chumbo" ou "chumbão"?
ODIRLEI GUERRA

CAMACAN - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/02/2016

Amigos gostaria de testar o adubo foliar o celleron na minha lavoura que ainda e nova apenas 1.6 meses alguem pode me informar onde comprar e se e viavel aplicar
JOSÉ HESS

CURITIBA - PARANÁ

EM 11/02/2016

Claro que sei que a EMATER faz esse trabalho, conheço inclusive os técnicos, estou falando em termos gerais e a nível de Brasil, e não só da área de café.



Quanto a EMATER ela atende o grupo de produtores que ela dá assistência, mas os demais???



Então esses comentários técnicos na mídia são de suma importância para os demais produtores.

E no caso da Embrapa, sou contra a orientação em outros países que amanhã se tornarão nossos adversários e concorrentes de mercado, em que nós pagamos os impostos que pagam os salários e investimentos dos nossos pesquisadores para orientar nossos produtores e sobre os nossos assuntos. E não orientar produtores estrangeiros que nada investiram aqui. Vocês já viram os técnicos de outros países nossos concorrentes vir aqui nos orientar de graça????
ALEX JÚNIOR

EM 11/02/2016

E muito interessante esse assunto que foi falado sobre a broca gostei muito  
JOANA D ARC TEIXEIRA DE FARIA

CALIFÓRNIA - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 27/01/2016

José , temos no EMATER, atuando com cafeicultores e no que toca ao assunto, já é divulgado aos produtores o manejo racional da broca, inclusive com a construção de armadilhas para avaliar/ monitorar o trânsito da mesma na lavoura( folder do IAPAR, este já também divulgado em assunto nesta mesma coluna buscar assunto armadilha para broca, enviado por José Adauto, inclusive com foto da propriedade adotadora). Não invalida a materia acima ,pois vejo a mesma como complementação do assunto e até uma nova alternativa de verificação/monitoramento. Tem o agricultor alternativas basta aplica-la.
JOSÉ HESS

CURITIBA - PARANÁ

EM 27/01/2016

Bom dia, pessoal. Excelente informação é isso que precisamos, que as informações técnicas cheguem ao conhecimento dos produtores rurais, num linguajar mais simples e objetivo.

O Paraná possui mais de 8.000 doutores e no Brasil mais de milhares, mas ninguém se percebe que os formados nas Federais e estaduais, os recursos provenientes de sua universidade pública, provém dos impostos dos que trabalham e produzem. Portanto indiretamente nós pagamos a conta. Portanto iniciativas como essa tem de acontecer com frequência, e no caso dos doutorandos os temas a que eles se propõem a estudar com altos custos para o país deva ser voltado diretamente para as causas reais dos produtores e a finalização do mestrado/ doutorado deva ser avaliado na pratica nas propriedades rurais. Tenho visto muitos colegas irem várias vezes ao exterior e se especializam durante anos, não transferem nenhuma informação a sua sociedade e pior ainda, hoje transferem seus conhecimentos para produtores de outros países que poderão no futuro serem nossos concorrentes, coma acontece com o governo atual atendendo países de ideologia politica do partido do governo. É muito difícil para nós vermos essa realidade. Precisamos que os conhecimentos urgentemente venham para crescer a nossa sociedade e nosso desenvolvimento.   

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