A rede de cafeterias norte-americana Starbucks inaugurou sua primeira loja na terra do café, a Colômbia, cujo café arábica já é vendido há anos em todo o mundo. Trata-se de um local de três pisos em Bogotá, o primeiro de 50 que a companhia de Seattle planeja abrir nesse país nos próximos cinco anos. Em um gesto que demonstra respeito à tradição cafeeira da Colômbia, essa é a única loja do mundo que servirá exclusivamente café nacional.

A Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, dona da cadeia Juan Valdez, disse que vê com bons olhos a concorrência. Disse que a chegada a Starbucks impulsionará o mercado de café gourmet, inclusive, se as vendas em seus quase 200 locais caírem um pouco em curto prazo na Colômbia. “Há lugar no mercado para os dois”, disse o diretor de vendas internacionais da cadeia, Alejandro Londoño.

A missão social da Juan Valdez de promover café colombiano e contribuir para o bem-estar de seus produtores certamente fará com que a clientela se mantenha leal à cadeia, segundo ele.

Desde sua fundação, há 11 anos, a cadeia colombiana tem fornecido mais de US$ 200 milhões de um fundo que ajuda a manter as 560 mil famílias da região cafeeira, algumas das quais têm ações na empresa.

Embora a Starbucks tenha criado uma imagem de empresa responsável, que oferece a seus funcionários dos Estados Unidos generosos seguros médicos e, inclusive, cursos universitários online, até agora não havia entrado na Colômbia, a terceira maior economia da América Latina, apesar de ter aberto 700 locais em 12 países da região.

A loja da Starbucks em Bogotá está em frente a um parque que ao ser cruzado, chega a uma cafeteria Juan Valdez, frequentada por executivos que parecem entusiasmados com a ideia de ter novas opções cafeeiras. Dizem que o serviço da cadeia local melhorou desde que a Starbucks anunciou seu desembarque na Colômbia, há um ano. “Eu gosto do Juan Valdez, mas isso não quer dizer que nunca irei à Starbucks, porque quero apoiar nosso café”, disse a arquiteta, Marcela Gómez. “A concorrência é boa”.

A reportagem é da agência AFP/ Tradução por Juliana Santin