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Fair Trade: falta café certificado e Brasil tem oportunidade de mercado

POR NATÁLIA SAMPAIO FERNANDES

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 10/05/2011

4 MIN DE LEITURA

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O Fair Trade (FT), também conhecido como Comércio Justo é um dos pilares da sustentabilidade. Trata-se de um movimento social e uma modalidade de comércio internacional que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados, nas cadeias produtovas como a do café.

Com mercado crescente e conceito se expandindo, a principal função do Fair Trade USA na cadeia do café é certificar torrefadores e importadores de café nos EUA. No Fair Trade toda cadeia é certificada.



Estiveram presentes durante a 23ª Feira da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês) realizada entre os dias 29 de abril e 1º de maio, em Houston (EUA), representantes do Fair Trade trabalhando com uma agenda de fóruns dedicados aos grupos de produtores certificados.

O fórum teve foco na construção de relacionamento entre produtores e importadores, preço fixado, financiamento para produtores do comércio justo, compartilhamento de projetos de sucesso, serviços e certificações para produtores de café, estraégias de cooperação que estão em alta, entre outros.

Um grupo de produtores certificados do estado de Minas Gerais pôde participar do fórum, através de iniciativa anual promovida pelo Sebrae/MG que leva representantes de grupos brasileiros a SCAA.

Mercado de café Fair Trade

A demanda por esse tipo café está crescendo fortemente. Em 2010 já houve falta do produto no mercado mundial.

Durante a SCAA, esse cenário foi facilmente notado. Produtores brasileiros, além de muito satisfeitos com atual forma de produção e comercialização, tiveram oportunidade de fechar negócios futuros com compradores internacionais, garantindo a comercialização dos cafés da safra 2011.

Os compradores estão anciosos e temendo que a oferta não supra a demanda dos cafés certificados.

Atualmente, o Peru é o país que mais exporta café Fair Trade. Em entrevista com Laura Ann Sweitzer, gerente do programa Fair Trade USA, ela comenta que o Brasil ainda exporta pouco café Fair Trade, mas que a demanda pelo produto brasileiro tem aumentado devido a sua diversidade.

Como o mercado é promissor e crescente,o Fair Trade está buscando aumentar o número de grupos de produtores certificados para atender a demanda. Segundo Laura, os produtores têm que ter comprometimento e consciência de que terão que produzir com frequência e qualidade.

Hoje, o estado de Minas Gerais é o maior fornecedor de café Fair Trade no Brasil, sendo que dos 17 grupos brasileiros atuantes, dois são de São Paulo, outros dois do Espírito Santo e os demais de Minas Gerais.

Fair Trade

O Fair Trade é uma instituição sem fins lucrativos, sendo que 75% dos gastos são financiados pelos parceiros que compram cafés Fair Trade, enquanto os demais 25% dos recursos são provenientes de doadores que fazem contribuições individuais.

Segundo Stacy Geagan Wagner, diretora do Fair Trade USA, a meta principal é eliminar a pobreza através da força de mercado. "A ideia é que se tenha melhora na cadeia através do mercado e não da caridade". Isso significa que a certificação é feita para que se tenha certeza que os produtores estão recebendo um preço justo pelo café e estão tendo sustentabilidade.

Além disso, o Fair Trade busca atrair empresas e produtores, e trabalha a questão da promoção ao consumidor.

De acordo com Stacy, em 2005, 9% dos consumidores reconheciam FT no supermercado. Em 2010, 34% dos consumidores reconheceram um produto FT no supermercado.

Para que esse resultado possa ser ainda mais expressivo, o enfoque do FT é simplificar a mensagem transmitida ao consumidor, fazendo com que cada vez que o consumidor compre um produto, veja que essa compra vale a pena em função do aumento do impacto positivo social que está incentivando.

Para que essas mensagens cheguem ao consumidor, a diretora do Fair Trade USA comenta que trabalham a educação do consumidor desde a simplificação da marca e colocação da mesma nas embalagens, até a relização de eventos anuais e distribuição de materiais educativos nos ponto de vendas dos produtos.

Rastreabilidade e diferencial

Para que o sistema funcione, quando um grupo vende café, o Fair Trade faz auditoria do importador para que tenha certeza se todo produto é certificado. O sistema de rastreabilidade é muito eficiente. Laura Ann Sweitzer cita que há como identificar em cada embalagem de café, se o produtor é Fair Trade ou não e se foi pago um preço justo pelo produto.

O preço mínimo pago pelos cafés Fair Trade está vinculado ao preço da Bolsa de Nova York (ICE Futures), somado ao diferencial Fair Trade que é de 20 cents/lb. A ideia é que os produtores utilizem esse diferencial em projetos sociais e em qualidade.

Em uma iniciativa do Fair Trade USA de 2010, foi feita uma parceria com o Sebrae (Brasil) e WalMart focada em melhorar a qualidade do produto café, aumentar a demanda de café Fair Trade e fazer líder de mercado. Segundo Laura, no início do trabalho haviam 6 grupos de produtores brasileiros vendendo café Fair Trade, sendo que hoje são 17 grupos produtores de arábica.

Oportunidade para o Brasil

O Brasil como maior produtor e exportador de café, e país que tem passado por grandes e constantes evoluções nas formas de produção, processamento e comercialização de seus cafés, tem oportunidade grande de ampliar a produção de café Fair Trade.

Além do volume e qualidade, o Brasil está bastante a frente dos demais países produtores em relação às boas práticas de produção, que envolvem questões sociais, ambientais e econômicas, ficando mais fácil se adequar as exigências da certificação.

Outra questão que põe o Brasil em destaque é a diversificação de seus cafés. Segundo Stacy Geagan Wagner, a diversificação de produtos é muito importante pois quem compra prefere comprar de diferentes regiões para ter garantia caso o produto falte em algum momento. "Para o café, é melhor ter uma diversidade de regiões fornecedoras", diz ela.

Stacy reconhece que no Brasil o Sebrae tem sido parceiro importante para crescimento da produção de café Fair Trade, devido ao trabalho realizado junto aos produtores, ajudando-os a entrar e a entender o sistema FT.

"O Sebrae tem sido fundamental na entrada dos grupos Fair Trade no Brasil", finaliza ela.

Natália Fernandes, enviada a Houston pelo Sebrae/MG
Foto: Natália Sampaio Fernandes

NATÁLIA SAMPAIO FERNANDES

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MARIO

BARIRI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/11/2012

mas como eu faço pra certificar o meu café??

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