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O campo e a água

ESPAÇO ABERTO

EM 08/05/2014

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A seca deste ano, uma das piores desde 1961, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), jogou por terra a crença brasileira de que a água doce é um bem infindável. Não é. Água acaba. Rios e córregos secam. Barragens viram lama. Assim, como bem finito, a água deve ser gerenciada como um tesouro cada vez mais escasso, do qual depende a sobrevivência humana e importantes atividades produtivas. Com a seca, a produção de grãos no estado teve queda média de 6,33% de janeiro a março, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No caso do café, a perda pode chegar, em algumas regiões, a até18%, segundo a Fundação Procafé.

Minas, até então considerada a caixa d’água do país, vive hoje um cenário de conflitos por água em várias bacias hidrográficas, como as do Alto Paranaíba, Araguari e Paracatu. Nessas bacias, a demanda (outorgas pelo uso da água), gerenciada pelo Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), já é maior do que a disponibilidade hídrica. Há locais com empreendimentos que exigem o rebaixamento do nível do lençol freático, podendo comprometer nascentes, e a devolução dessa água ocorre muitas vezes em qualidade imprópria. Em várias regiões do estado, a disputa pela água coloca o consumo humano em conflito com os demais usos múltiplos, como geração energética, mineração, indústrias e irrigação. Tudo isso mostra que, a partir de agora – e mais do que nunca – sociedade, governos, instituições públicas e setores produtivos precisam intensificar a prática de uma gestão eficiente e constante da água, antes que seja tarde demais.

Os produtores rurais conhecem sua responsabilidade. Dados do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) mostram que as regiões da América Latina e do Caribe poderão ter papel decisivo na alimentação da população mundial, estimada em 9 bilhões de pessoas em 2050, desde que as políticas de produtividade no setor sejam reforçadas. Entre essas políticas, o BID ressalta a da irrigação, gestão da água e da tecnologia de mecanização. O campo mineiro, que carrega nas mãos a bandeira da sustentabilidade, vem implantando gradativamente todos esses quesitos.

Na área de irrigação, já utilizamos tecnologia de qualidade produzida tanto no Brasil quanto em países como Estados Unidos e Israel. Hoje, o nível de automação para economizar água e energia é enorme. Técnicas como microaspersão, gotejamento e irrigação localizada estão disseminadas no estado. A irrigação por gotejamento consegue reduzir em 30% o uso da água nas plantações, podendo chegar, em alguns casos, a 70%.

Sistemas de pivô central estão recebendo mangueiras para que a água chegue apenas onde precisa chegar – ao solo. E, nas regiões do estado onde a questão ainda não é preocupante, produtores rurais têm adotado técnicas para preservar a água pluvial no solo e realimentar lençóis freáticos, como as bacias de contenção de enxurradas, as “barraginhas”. O plantio direto (aquele no qual o produtor deixa a palha no solo, como forma de proteção da terra e da umidade) já é uma realidade, assim como o café plantado com capim braquiária. Na pecuária, produtores estão aprendendo a importância de planejar a alimentação do gado para o ano seguinte como forma de reduzir a dependência da água.

O campo está fazendo sua parte. Esperamos que os governos, em todos os níveis, façam a sua. Programas como o Produtor de Água (cujo maior exemplo de sucesso vem de Extrema, no Sul de Minas) e o Bolsa Verde, que incentivam e remuneram quem preserva a água, sejam ampliados e fortalecidos. Estratégias como acumulação e reserva de água devem ser objeto de planejamento a longo prazo, para reduzir os efeitos de secas. Sem uma gestão eficiente por parte da sociedade, os conflitos por água tenderão a aumentar, elevando também a insegurança hídrica. E o preço pode ser alto demais.

O texto foi escrito por Roberto Simões, presidente do SISTEMA FAEMG, e veiculado no Estado de Minas 
 

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