O mercado interno de arábica trabalhou entre R$ 329,15 e R$ 334,43 a saca no período de 01 a 17 de setembro. O volume de café negociado acima de R$ 330,00 é bom, mesmo com muitos produtores segurando produto a espera de preços maiores.
As cotações oscilaram bastante no período, mas se mantiveram em patamares elevados mostrando a firmeza do mercado. Os fatores que influenciam esse cenário são os estoques mundiais baixos, a reduzida oferta de cafés de qualidade e a previsão de que as chuvas frenquentes atingirão as regiões produtoras brasileiras apenas na segunda quinzena de outubro, o que prejudicaria a próxima safra.
Gráfico 1. Indicador Cepea/Esalq em R$/saca
Mesmo com a firmeza, o mercado registrou dias de baixa. As desvalorizações foram resultantes de vendas especulativas e realizações de lucros através da bolsa de Nova York e BMF&FBovespa, e ainda pela previsão de que as chuvas no Brasil podem se antecipar.
A ocorrência de chuvas não resolve o problema de possibilidade de quebra da próxima safra, uma vez que, para o bom desenvolvimento das árvores de café e para que as floradas sejam mais uniformes é necessário chuvas regulares, as quais podem aparecer no final do mês atual e segunda quinzena de outubro.
Muitas lavouras estavam sendo prejudicadas pela estiagem. A ocorrência de chuvas pode aliviar um pouco a situação, porém, se forem isoladas podem prejudicar ainda mais a safra futura, pois as floradas serão desiguais.
Mesmo com as quedas nos mercados futuros, os produtores no Brasil não têm interesse em baixar os preços acompanhando as Bolsas, o que faz o volume de negócios no mercado interno diminuir.
Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado de café, informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Na sexta-feira (17) o indicador para o arábica fechou cotado a R$ 329,15. Durante o período analisado (01 a 17 de setembro) o indicador registrou desvalorização de 0,14%
Tabela 1. Indicador Cepea/Esalq e câmbio
No mesmo período, o indicador do conilon registrou desvalorização de 1,66%, sendo cotado a R$ 168,55 a saca.
O tempo seco durante o período de granação do café robusta prejudicou o desenvolvimento dos grãos da variedade da safra 2010/11. No Brasil, apesar de a safra atual de robusta ser maior em relação à anterior (2009/10), agentes consultados pelo Cepea comentam que o tamanho dos grãos do Espírito Santo está menor, reduzindo o rendimento em sacas.
Mercado futuro
Na bolsa de Nova York, o vencimento setembro/10 teve variação positiva de 4,07% no período analisado, encerrando o dia 17 cotado a 187,85 centavos de dólar por libra-peso. As cotações se mantiveram em patamares elevados e no dia 14 o contrato set/10 atingiu preço recorde de 193,70 centavos de dólar por libra-peso.
Os contratos que vencem em dezembro/10 acumularam valorização de 3,81%, sendo cotado a 189,30 centavos de dólar por libra-peso.
Os estoques certificados da bolsa de Nova York quebraram a barreira psicológica dos 2 milhões de sacas, ficando agora em 1,984,009 sacas de 60 quilos, uma queda acumulada no ano de 1.1 milhão de sacas.
O mercado de café na BM&FBovespa acompanhou os movimentos da bolsa de Nova York, com exceção do contrato de primeiro vencimento. O vencimento setembro/10 registrou queda de 1,57% no período analisado, sendo cotado a US$ 226,00/saca (R$ 387,82/saca). O contrato dezembro/10 fechou a US$ 225,50/saca (R$ 386,96/saca), com alta de 4,35%.
Gráfico 2. Indicador arábica Cepea/Esalq e contratos futuros BM&FBovespa, em 01/09/2010 e 17/09/2010.
Na bolsa de Londres (Liffe), as cotações da tonelada do café conilon registraram altas, de 01 a 17 de setembro. O primeiro vencimento setembro/10 terminou o dia 17 cotado a US$ 1.660/tonelada, com queda de 2,66%. O contrato novembro/10 terminou a US$ 1.669/tonelada, registrando valorização de 1,34%.
Tabela 2. Principais cotações de mercados futuros
A Conab divulgou no dia 09 o 3º levantamento da safra brasileira de café. Segundo a estimativa, os números de café beneficiado no Brasil, em 2010, apontam produção de 47,2 milhões de sacas de 60 quilos. Esse valor representa aumento de 19,6% frente às 39,5 milhões de sacas do ano passado, resultado da bienalidade positiva da cultura, que é intercalada entre um ciclo alto e outro baixo.
A área de café em produção diminuiu 10 mil hectares (- 0,5%), saindo de 2,09 milhões de hectares, no ciclo passado, para 2,08 milhões.
Em relação à exportação mundial de café, a Organização Internacional de Café (OIC) divulgou que nos dez primeiros meses do ano-safra 2009/10 os embarques caíram 5,2% na comparação anual - para 78,5 milhões de sacas de 60 quilos cada, ante 82,7 milhões de sacas no mesmo intervalo de 2008/09.
Com objetivo de tornar viável a comercialização de café via leilões públicos, o Ministério da Agricultura autorizou a transferência dos estoques do governo à Conab. A Secretaria de Produção e Agroenergia está também autorizada a transferir créditos necessários à execução desses leilões.