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O consumidor de café paga mais por satisfação

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 20/06/2011

7 MIN DE LEITURA

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Em enquete realizada no CaféPoint, leitores e especialistas no setor apontaram pontos valorizados pelo consumidor de café. Entre sustentabilidade, qualidade, diversidade, orgânico, entre outros, a satisfação é o principal ponto responsável pela valorização do café, em que o consumidor busca o produto outras vezes para viver experiências. Confira o conteúdo completo abaixo.

Arnaldo Reis Caldeira Júnior, produtor de café de Carmo da Cachoeira/MG

Até hoje realmente quem ganhou alguma coisa com esta agregação de valor no café, foram os atravessadores, que incentivaram a qualidade do nosso arábica, para poder "blendá-los" aos conillons ou cafés colombianos.

Acredito que em primeiro lugar, deveríamos escutar o consumidor final, a outra ponta da cadeia do café e ver sua necessidade, aliás ver o que estão dispostos à pagar como diferencial no café. Se querem pagar por um café socialmente justo, muito bem que paguem por isso e vamos ver quanto de custo a mais vai ficar este café e quanto a mais de liquidez o cafeicultor vai ganhar neste café; se o consumidor quiser um café ecologicamente correto, ocorre a mesma coisa; e assim caminharemos processo por processo de valorização e agregação de valor no café; a quantificação sería clara, e consequentemente justa ao cafeicultor.

Helga de Andrade, turismologa e barista, de Belo Horizonte/MG

Acredito em todas as atitudes social e ambientalmente responsáveis realizadas nos elos produtores da cadeia do café. Ações que nos parecem muito inovadoras e louváveis, em outros mercados já representam o hábito. Isso quer dizer que corremos atrás do prejuízo, e que iniciativas como indicações geográficas, certificações de procedência, qualidade e responsabilidade socioambiental são respostas a necessidades existentes há muito tempo.

Para que o nosso mercado consumidor seja capaz de absorver essa evolução proposta pelos produtores, carecemos de investir em um elo importante da cadeia do café, que a cada dia se faz mais conhecida aos demais: o BARISTA. O Barista já deixou de ser, para o brasileiro, o tirador de cafezinho. Graças às ações de entidades como a Associação Brasileira de Baristas e ao investimento de empreendedores conscientes nos principais centros urbanos, acolhemos o Barista no café como o Sommelier no vinho.

O Barista é o profissional que domina o preparo de caféS. "Cafés" no plural, fazendo uma referência à grande variedade de perfis de sabor e qualidade que possuimos (e comercializamos como "CaféS do Brasil"), e também aos diversos métodos de preparo. O Barista é o elo que tem contato direto com o cliente, que o orienta sobre a escolha do blend, do método, do acompanhamento. E mais delicado do que o trabalho do Sommelier, que apenas armazena e serve o vinho já engarrafado, o do Barista também inclui o preparo, que é um fator decisivo.

Um Barista teórico é incapaz de extrair do café os atributos mantidos com tanto cuidado pelos produtores e torrefadores, pois não domina a extração. Um Barista prático é incapaz de educar, de sensibilizar o cliente sobre as diferenças entre caféS, sobre a importância de garantir condições dignas para os trabalhadores rurais e proteger o ambiente onde se cultiva, sobre o porquê de se pagar mais por um café que custou mais para ser feito, ou que é exclusivo e possui qualidade excepcional, segundo parâmetros que precisam ser traduzidos para a linguagem do consumidor.

Para ser teórico e prático, o Barista precisa de formação. Precisa conhecer o produtor, a produção, as tendências de mercado e até a psicologia no tratar o cliente. Para fazer tudo isso, qualquer profissional precisa ser pago e reconhecido apropriadamente.

Resumindo, creio que a melhor forma de agregar valor ao produto café seja agregar os elos da cadeia,e valorizar cada um - financeiramente, inclusive - , de forma justa. Felizmente temos caminhado nesse sentido, mesmo que a passos lentos.

Juliano Tarabal, superintendente da Fundação Café do Cerrado

Prezada Helga, como você bem frisou, é de extrema necessidade a capacitação dos profissionais da ponta da cadeia, dando uma visão de todo o processo de produção...

Quanto a nova estratégia da Região do Cerrado Mineiro, o objetivo é bem maior que simplesmente agregar valor através da indicação geográfica, queremos estar alinhados ao novo mundo mundo do café, fornecendo ao mesmo Cafés de Atitude, envolvendo toda a base do setor produtivo neste processo, valorizando as pessoas e nossa região com um todo.

O consumidor é muito mais sensível à características que não são as sensoriais, ele quer viver experiências. O que é qualidade para mim pode não ser para meu cliente.

Sérgio Parreiras Pereira, Pesquisador Cientifico do IAC e Mediador da Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira no PEABIRUS

O consumidor paga mais por satisfação - organoléptica e ideológica - SATISFAÇÃO pessoal.

Os consumidores de café são um público extremamente heterogêneo. Devemos prospectar as demandas destes consumidores e atendâ-las de forma transparente e constante. Àqueles que estiverem preparados no momento do início da demanda serão mais bem remunerados, e tem a chance de se manterem como fornecedores. "Quem chega primeiro no açude bebe a água limpa."

Artur Queiroz de Sousa, de Varginha/MG

Penso que rastreabilidade, ser sustentável, tanto no campo social, quanto ambiental, já é praticamente uma obrigação, o que portanto não denota em pagamento de nada a mais por isso, já que são obrigações que temos que ter como produtor.

Também quanto ao blend de arábica e conilon, também é uma característica de preferência de cada país, e não está ao alcance de repudir, mesmo porque os vinhos do velho mundo, tem também seus cortes, que é a mesma coisa, ou seja mistura de castas, para atingir determinadas características que o tornam diferentes e apreciados.

Contudo os nichos de mercados devem ser conhecidos, e numa mesma propriedade, temos cafés e cafés. O que temos que nos preocupar é em detalhar os talhões quanto a altitutte, variedade, luminosidade, estágio de maturação, e procurar fazer a melhor qualidade também no pós colheita, e separar todos os lotes, e avaliar minuciosamente, cada lote, e dele sim, tirar os diferentes, os especiais, que com certeza vão ter um valor muito maior do que vender comodities simplesmente, deixando para a Alemanha, fazer isso por nós, e faturar com a nossa baixa educação e falta de conhecimento naquilo que aqui fazemos.

Alexx Noga, Diretor Comercial da Indústria de cafés em sachê MODELLI

Concordo 100% com todos os comentários feitos e acrescento o seguinte.

O brasileiro não sabe tomar café e é isso que precisamos mudar. Precisamos ensinar o brasileiro a sentir os aromas e os vários sabores que uma xícara de café bem tirada oferece. Precisamos ensiná-lo que não adianta colocar 3 colheres cheias de açúcar, ou 10 gotas de adoçante, ou qualquer outro artífico para adoçar o qual matará a bebida.

Consumidor, aprendam a apreciar o café, sinta o seu doce natural, esta bebida oferece sensações como poucas bebidas.

Willem Guilherme de Araújo, de Guaxupé/MG

As certificações seriam uma boa alternativa de agregação de valor ao café produzido pois garantem a sustentabilidade da produção em todos os níveis. Mas é claro, ninguem vai pagar a mais por um café especial se não conhecê-lo. O marketing final ( no produto industrializado) é importante por valorizar o processo, mas também deveria haver um aumento do marketing sobre a produção, sobre o cafeicultor, valorizando o campo, a lavoura e o produto como um todo.

Alexandre Miranda Leão Teixeira, de Santo Antônio do Amparo/MG

Como técnico e destacando o Sul de Minas aonde presto consultoria e conheço o perfil de quase todos os tipos de fazendeiros e empresários rurais, visualizo primeiramente que temos que recuperar e atualizar as lavouras e seus espaçamentos com o incentivo de órgãos do governo como financiadores. Estruturando a cadeia teremos melhores condições de manter os produtores atualizados e com uma base de sustentação melhor para passarmos ao terceiro passo que seria a Certificação e Marketing.

Após essas mudanças o segundo passo seria: desenvolver é mudar o tradicionalismo para o empreendedorismo, pois ninguém vive sozinho, temos que unir para discussões sólidas e criarmos grupos regionais ou gerais para determinar os fatores que gerarão vitórias na sua comercialização e manutenção do parque cafeeiro. Deixando de ser um vizinho para um acrescentador de ideias, pois antes desta mudança será muito difícil pensar em uma estratégia em conjunto. Após o sucesso com estas mudanças passaremos com uma base solidificada para a discussão em pauta que seria o diferencial do produto para o mercado. Não adianta pular processos pois poderá causar um travamento das estratégias em pauta.

Comentário final:

O primeiro ponto a ser destacado é a necessidade de união e comunicação entre os elos da cadeia, visto que todos são responsáveis pela eficiência dos processos para manter a sustentabilidade da atividade, claro, com rentabilidade.

Cada produtor, industrial, exportador, entre outros, deve procurar primeiramente identificar o mercado consumidor que deseja atingir e trabalhar estratégias para desenvolver o seu negócio. Seja pequeno, médio ou grande, todos tem espaço no mercado.

Contudo, além de descobrir a necessidade do consumidor, a cadeia tem que buscar excelência em qualidade e serviços, e evoluir. Para isso, destaca-se a importância de profissionais como o Barista, que está na ponta da cadeia transmitindo a maior quantidade de informações, sabores e sensações ao consumidor, trabalhando a educação e reeducação dos consumidores.

Seja através da certificação, selo orgânico, Fair Trade, certificação, marca própria, qualidade...a agregação de valor é realizada no momento em que o consumidor se satisfaz e decide pagar mais para ter o produto, o momento, a satisfação por mais vezes.

A tarefa não é simples, mas o foco é buscar a satisfação do cliente na ponta da cadeia.

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LUCIANA GONÇALVES CARASSO

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO

EM 25/06/2011



Acho que o consumidor que valoriza o café de qualidade, quer dizer que entende um pouco ou muito, é que não se incomoda em pagar mais sobre ele. O restante das pessoas jamais compra café de qualidades superior ou gourmets, porque o custo é alto e não conseguem detectar a diferença de qualidade entre os diferentes tipos de cafés existentes nas prateleiras dos supermercados.

Eu sou uma pessoa que na minha casa e na rua só toma cafés de qualidade gourmet.

O café é a minha paixão e por onde viajo pelo mundo gosto de tomar cafés de diferentes para sentir diferentes aromas e sabores, mais para mim os nossos brasileiros são especiais, principalmente da Região Mogiana em SP.

Eu amo café de qualidade e pago o que for para obter uma xícara desta maravilha.





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