Os produtores de café da Guatemala estão buscando financiamento para vender energia gerada em pequenas plantas hidroelétricas de suas plantações para a rede energética do país, ainda que alguns tenham receio de que os custos sejam muito elevados.

O presidente da Associação de Produtores de Café da Guatemala (Anacafé), Christian Rasch, disse à agência Reuters que o financiamento à indústria cafeeira poderia ajudar o país a cobrir suas necessidades de energia.

"Em pequenas hidroelétricas, a cafeicultura gera atualmente um pouco mais de 50 megawatts mas, esta produção poderia facilmente chegar a uns 500 se explorarmos os locais potenciais que ainda não foram aproveitados".

A Guatemala e outros países da América Central sofrem um déficit de energia por falta de investimentos, pelos altos preços do petróleo e outros fatores. Muitas plantações de café na montanhosa e chuvosa Guatemala estão cruzadas por rios e algumas possuem pequenas plantas hidroelétricas que geram eletricidade utilizada para o processamento do café durante os seus meses de safra.

A Anacafé planeja modernizar e ampliar a capacidade por meio de empréstimos do Banco Centro-Americano de Integração Econômica para conectar as plantações com a rede elétrica, vendendo às companhias privadas que controlam o setor.

Para os produtores, a venda de energia seria uma forma de não depender tanto da volatilidade dos preços do café, que tem afetado o setor nos anos anteriores.

Alguns membros do setor acham que esta operação deve ser feita em conjunto, devido aos altos custos de conectar as plantas e pôr em dia sua tecnologia, que datam das décadas de 1930 e 1940.