A crescente demanda mundial por café de qualidade tem sido acompanhada pelo setor nacional. Um dos indicativos deste momento foi a participação brasileira na feira Café Show, da Coreia do Sul. No evento, as 12 empresas brasileiras venderam aproximadamente 30 mil sacas, o que representa metade do que o Brasil exporta anualmente para a Coreia do Sul. (Leia mais aqui)
O Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), que atua nas áreas de corretagem e exportação cafeeira, analisou o fenômeno na sexta-feira (28/11). “Os lucros deste mercado estão atraindo novos grupos econômicos internacionais que investem em novos consumidores, redes de cafeterias e no mercado de consumo doméstico”, informa o relatório da empresa.
Ainda em seu informativo, o Escritório Carvalhaes aponta que este ano o Brasil vai bater seu recorde histórico de volume exportado e de consumo interno. Contudo, a empresa critica o baixo repasse deste lucro a ponta produtiva da cadeia. “O cafeicultor brasileiro, responsável pela produção de 38% da matéria prima que abastece esse grande negócio, luta todos os anos para fechar suas contas, sofrendo com secas, geadas, pragas e problemas trabalhistas”, aponta.
A empresa indica, ainda, a alta no consumo específico de café em cápsulas, que “esta virando uma febre”. Contribuindo para isto está o aumento de máquinas para uso doméstico, cada vez mais sofisticadas, práticas e baratas, estimulando o consumidor a investir na compra de cafés sofisticados. Neste sentido, o Escritório Carvalhaes cita, em seu informativo, o lançamento da Nespresso, no Brasil, de uma edição especial de um de seus cafés, o “maragojype”, a quatro reais por cápsula, aproximadamente R$ 660 por quilograma de café.