O 8º. Concurso de Qualidade Cafés do Brasil, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês) com o apoio do MAPA e da APEX-Brasil, entra, esta semana, na fase de pré-seleção dos 352 lotes inscritos.

A Comissão de Classificadores, composta por 16 profissionais e 11 observadores, está reunida em Areado, no Sul de Minas, e tem como coordenador o norte-americano Paul Songer, químico com mais de 20 anos de experiência em análise física, química e sensorial de café e membro da ACE - Alliance for Coffee Excellence, entidade que coordena o leilão do Cup of Excellence, realizado pela Internet e do qual participam os lotes vencedores do Concurso.

A vinda de Paul Songer ao Brasil teve como objetivo implantar, inicialmente nesta etapa de pré-seleção, um protocolo diferenciado, baseado na qualificação dos cafés. "Isso já foi feito por ele nos demais países que realizam concursos semelhantes ao nosso e que fazem parte da ACE", diz Alexandre Gonzaga, executivo da BSCA.

"A cada ano a seleção é mais rigorosa, são mais países participando, mais amostras. Isso exige maior transparência e idoneidade em todo o processo. Por isso, os provadores foram primeiro 'calibrados' e passaram por uma avaliação, visando uma padronização de conceitos e referências, para então poderem avaliar qualitativamente as amostras concorrentes", complementa o executivo.

De acordo com Gonzaga, até o ano passado, o protocolo nesta etapa de pré-seleção dependia da experiência de cada um dos provadores. "E provar café é algo muito difícil, que depende de muito treinamento e de um dom natural. O que estamos buscando agora é padronizar ainda mais todas essas experiências, por meio de uma metodologia com embasamento científico. Isso já era feito anteriormente, mas agora está sendo oficializado, inclusive com uma folha de prova diferenciada".

A pré-seleção, portanto, passa a ser a avaliação qualitativa dos lotes. Só na etapa seguinte, a do Júri Nacional, os lotes pré-selecionados serão avaliados quantitativamente, ou seja, serão eliminados ou aprovados a partir de uma nota de corte, no mínimo de 80 pontos, estabelecida em uma escala de zero a 100.

Para Gonzaga, essa nova metodologia traz mais agilidade para esta etapa da pré-seleção. "Antes todas as amostras eram testadas até o final, mesmo aquelas que sabíamos, já nas primeiras provas, que seriam eliminadas. Agora não. O provador avalia a amostra e já indica se ela tem chance de ser vencedora, se talvez possa ser ou se não tem chance alguma. A soma de todas as avaliações é dada por um programa de software específico. Com isso, de imediato se eliminam as que não têm as características principais de um café especial, com os provadores podendo dedicar mais tempo, técnica, experimento e conhecimento às demais amostras".

Os lotes que passarão para a etapa do Júri Nacional serão conhecidos no próximo sábado (11). Das 352 amostras inscritas, 43,18% são do Sul de Minas; 19,32%, da região do Cerrado; 13,35%, das Matas de Minas; 9,09%, da Chapada Diamantina; 4,83%, da região Mogiana; 4,26%, de São Paulo; 2,27%, das Montanhas do Espírito Santo; e 1,70% da Bahia. Amostras da Chapada de Minas, Montanhas do Rio de Janeiro, Ceará e Centro-Oeste representam 1,98%.

As fases do Júri Nacional e Internacional serão presididas por Sílvio Leite, classificador, provador e conselheiro da BSCA. Ambas serão realizadas na Universidade Federal de Viçosa, nos períodos de 27 de novembro a 1 de dezembro e de 4 a 8 de dezembro, respectivamente. A relação dos lotes vencedores será divulgada no próprio dia 8. Esses cafés ganharão como prêmio o direito de participar do exclusivo leilão do Cup of Excellence, marcado para dia 16 de janeiro de 2007.

As informações são da Assessoria de Imprensa da BSCA.