O problema é causado pela falta de água no desenvolvimento do fruto, escassa fertilização e má saúde da planta. Por fim, o café averanado tem menos aroma, sabor e acidez, apresentando sabores de erva e palha seca, produzidos por excesso de torrefação.
A situação do café averanado está começando a preocupar toda a cadeia. Por exemplo, o presidente da Associação de Exportadores de Café da Colômbia (Asoexport), Carlos Ignacio Rojas, disse que o assunto foi discutido ontem na junta da associação e que seus afiliados expressaram uma alta preocupação.
“Reportaram que em algumas áreas cafeeiras de Tolima, estão colhendo cafés ‘vazios’, ou seja, cafés que são só a casca, sem a polpa.
Há incertezas sobre a incidência do verão na cafeicultura do país, pois o clima, derivado do fenômeno do El Niño, está afetando a produção e a produtividade, disse ele.
Ele disse também que a associação não pode dar um valor percentual da área afetada pelo verão intenso.
Agora, a Federação Nacional de Cafeicultores está terminando um relatório sobre esse tema, que ficará pronto nos próximos dias. Neste, notificará as áreas mais ou menos afetadas pelo fenômeno climático e as possíveis consequências que terão sobre a cafeicultura colombiana.
Vale a pena ressaltar que os departamentos de Cauca, Nariño, zona norte de Huila, sul de Toima e Cundinamarca, precisam de água com urgência para “regar” os grãos que serão colhidos durante os meses de abril e maio.
Uma situação “grave” está ocorrendo na costa norte, nos departamentos de Magdalena, Cesar e La Guajira, disse Clifford Bonilla Smith, membro desses comitês de cafeicultores. Ele disse que o maior problema está nos cultivos estabelecidos entre os 700 e 1.200 metros sobre o nível do mar. “Não tem chovido e, por isso, os cafeicultores estão desesperados, pois estão começando a ver queda em suas receitas”.
Agora, com o fim de paliar essa situação, desde a segunda semana de janeiro, a organização cafeeira colocou em marcha um programa de entrega de fertilizantes aos cafeicultores, que será executado durante todo o primeiro semestre.
Nas zonas mais afetadas, serão entregues três volumes de insumo (150 quilos), buscando manter a competitividade e a sustentabilidade da atividade cafeeira.
“Esse programa será executado com recursos do Fundo Nacional de Café, beneficiará cerca de 152.000 cafeicultores em 16 departamentos do país que foram afetados pelo forte verão de 2015, caracterizado pela escassez de chuvas”, disse a Federação.
Por outro lado, o presidente do Comitê de Cafeicultores de Caldas, Marcelo Salazar, disse que a situação dos cafés “averanados” em seu departamento é “delicada”, mas ainda não pode dar valores acerca da área e da porcentagem afetada.
Ele disse que a partir da próxima semana, a Federação começará a trabalhar em uma análise de toda a cafeicultura do país, com o fim de avaliar a situação. “Isso que está acontecendo poderia comprometer a produção do primeiro semestre nessa região”.
Para o departamento de Huila, o maior produtor de café do país, supõe-se que pelo menos 70% da área cultivada teria algum grau do problema.
Assim, a produção desse ano poderia ser menor em um milhão de sacas de café. Outros relatórios indicam que o fenômeno dos cafés “averanados” quase é uma constante em todo o país, o que poderá incidir em uma maior porcentagem de pasillas (grãos com defeito) no café colhido, uma menor produção e produtividade cafeeira do país e, por fim, menos receitas.
As informações são do https://www.portafolio.co / Tradução por Juliana Santin