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Produção sem abrigo: o escoar da safra brasileira

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/03/2013

4 MIN DE LEITURA

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* Por Carlos Guimarães Filho e José Rocher, para a Gazeta do Povo

Mesmo antes de a produção seguir para a exportação ou para as indústrias, o setor produtivo precisa lidar com a falta de armazéns e silos para acomodar os grãos retirados dos campos. Em alguns casos, os agricultores e cooperativas fazem verdadeiro malabarismo para não deixar a colheita à mercê do ‘humor’ do clima.

Nas contas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a capacidade de armazenagem do Brasil é de 121 milhões de toneladas – considerando apenas os espaços destinados a granéis, os mais comuns para estocar soja, milho e trigo, produtos que representam quase 90% da produção total do país. Considerando a projeção da supersafra de grãos de 185 milhões de toneladas, segundo levantamento da Expedição Safra Gazeta do Povo, o país possui uma defasagem de 64 milhões de toneladas, pouco mais de um terço da produção.

A situação fica ainda mais preocupante se o estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) for levado em consideração. De acordo com a entidade, o ideal é que o país tenha capacidade para armazenar 120% de sua produção. Com base nesta meta, o déficit de armazenagem brasileiro saltaria para 100 milhões de toneladas.

“Com a falta de armazéns é preciso ter um esquema de logística para escoar [a safra] rapidamente. Colheu, tem que exportar. O problema é que a velocidade do transporte não é adequada em função dos gargalos logísticos”, ressalta o superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa.

Desafio nacional

O problema de armazenagem da produção é realidade em todo o território brasileiro. Dos 27 estados, apenas cinco, todos sem tradição agrícola, teriam capacidade nominal para acomodar suas safras. Nos demais – incluindo Paraná e Mato Grosso, os dois maiores produtores brasileiros –, a falta de espaço para estocar a colheita chega a quase metade da capacidade dos armazéns instalados (veja tabela abaixo).

Em Mato Grosso, a capacidade de armazenagem é suficiente para acomodar somente a colheita da soja, que deve superar a marca de 24 milhões de toneladas neste ano. Segundo o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio, apenas um terço dos produtores mato-grossenses têm armazéns na propriedade. O estado precisaria de armazéns para receber mais 17 milhões de toneladas e, para suportar o crescimento previsto para as próximas safras, outras 50 milhões de toneladas até 2050.

O Paraná enfrenta situação semelhante. Na safra 2010/11, ano em que a produção paranaense de soja passou de 15 milhões de toneladas, cooperativas do estado chegaram a alugar ginásios de esportes para abrigar a safra. Atualmente, 55% da capacidade estática de armazenagem do estado estão nas mãos do sistema cooperativista. “As cooperativas têm realizado um trabalho intenso de investimento. Nos últimos 10 anos a capacidade de armazenagem delas cresceu 75%. Mesmo assim é preciso reforçar o trabalho”, relembra Costa.

Rodolfo Botelho tem seguido essa recomendação. Neste ano, está investindo R$ 1,2 milhão em dois novos silos e um secador – estruturas que, mesmo somadas aos quatro armazéns e dois secadores já existentes na propriedade que mantém em Guarapuava (Centro-Sul), são suficientes para abrigar apenas 60% dos grãos que produz anualmente. “Muitos produtores não investem em silos porque demora de oito a dez anos para que a dívida seja amortizada”, analisa.

Setor aguarda linha de crédito específica

Apesar dos esforços e investimentos realizados nos últimos anos, o Brasil ainda está longe de zerar o déficit de armazenagem. De acordo com dados do grupo de armazenagem da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor agrícola, incluindo os agricultores, cooperativas, indústrias e governo, precisa investir cerca de R$ 10 bilhões para construir a quantidade necessária de armazéns e silos. Nos últimos cinco anos, ainda segundo a entidade, foram injetados entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões.

A Castrolanda, nos Campos Gerais, é um exemplo. No ano passado, a cooperativa investiu mais de R$ 25 milhões na aquisição de novas unidades e na ampliação, melhoria e modernização das unidades de recepção, secagem e armazenagem de grãos. Hoje, tem capacidade estática própria para 505 mil toneladas, além de outras 148 mil toneladas nas propriedades dos associados, totalizando 653 mil toneladas.

“As colheitas de milho e soja vêm se concentrando e, em muitos casos, se sobrepondo. É necessário um poder de fogo de infraestrutura muito maior”, diz Márcio Copacheski, gerente de negócios agrícolas da Castrolanda. “Também é preciso secadores maiores e mais potentes.”

Para o superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa, o aumento da capacidade de estocagem do país passa por um aporte do governo federal. O setor está reivindicando uma linha de crédito a juros baixos e prazo longo de pagamento especialmente para essa finalidade. A expectativa é que a medida seja anunciada junto com o Plano Safra (PAP) 2013/14, em maio. “Hoje a armazenagem não cria interesse porque a renda não paga os custos do investimento”, conta Costa. 

As informações são de A Gazeta do Povo, com título adaptado pelo CaféPoint.

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