2012 também não foi um bom ano para o setor cafeeiro da Colômbia. O ano terminou com uma produção real de 7,7 milhões de sacas de 60 quilos em todo o país: são quase 2 milhões a menos do que o projetado pela Federação Colombiana e Cafeicultores no começo do ano passado.

No entanto e apesar do pronunciamento do ministro da Agricultura, Juan Camilo Restrepo, que disse que estava “decepcionado e preocupado” com a baixa produção dos últimos doze meses, muitos conhecedores do mercado do grão afirmam que em 2013 haverá uma recuperação e que o número de sacas vai disparar.

Para Mario Gómez Estrada, membro do Comitê Nacional de Cafeicultores, os motivos que levaram à baixa produção nos três anos passados não se repetirão nos meses que virão, porque as circunstâncias são agora diferentes. “As metas de produção não foram alcançadas antes, porque tivemos três anos seguidos de invernos muito fortes, que arruinaram os terrenos e danificaram as colheitas em todo o país. Há bastante tempo que o clima nos favorece, que tem melhorado e que temos temperaturas quentes. Isso permite que haja melhores plantas, muito saudáveis e com grãos fortes”.

Gómez insiste que a “esperança” do ano que começa são os 500.000 hectares de café que já foram renovados pelos agricultores para que sejam resistentes à ferrugem e aos embates climáticos que podem ocorrer. Isso quer dizer que nessa área, foi plantado café que durante os meses que vem darão colheitas de alta qualidade e em grandes quantidades.

De fato, o próprio gerente da Federação Nacional de Cafeicultores, Luis Genaro Muñoz, disse na semana passada que acha que a produção de sacas de café nesse ano será de 10 milhões. Sob essa perspectiva, Gómez garante que essa renovação do terreno cultivado cobrirá sem problemas o déficit de produção que existe atualmente. Ele disse que, entre os cafeicultores de todo o país há muita confiança nos produtores localizados nos departamentos como Huila.

“Huila é uma das zonas que produz mais grãos e, por isso, foi uma das mais afetadas com os invernos anteriores. No país, há confiança que já tenha havido recuperação durante essa temporada seca e que o número de sacas produzidas ali impulsionem o resto do país”.

Uma posição similar tem o ex-presidente da Associação Nacional de Produtores de Café (Asoexport), Jorge Enrique Lozano, que pensa que com a recuperação que as associações esperam em 2013, a produção pode chegar a 12 milhões de sacas em três anos.

“O ciclo está se fechando. Depois que os cultivos estiveram tão mal, muitos produtores se dedicaram a pagar seus terrenos e isso significará uma colheita muito saudável. Penso que em três anos poderemos estar entre os dez ou doze milhões de sacas. A vantagem disso é que o resto do mundo começará a nos ver com outros olhos e isso beneficiará produtores e exportadores”.

Lozano, no entanto, disse que o baixo preço do dólar é uma vantagem competitiva nos mercados internacionais. “Nesse momento, o inimigo é o dólar, porque afeta as exportações, mas tampouco se pode pensar que esse é o final do setor cafeeiro”.

Para ele, esse será um bom ano, até porque, para ele, o Governo Nacional está apoiando a Federação Cafeeira. “O Governo Nacional está muito comprometido a ajudar os cafeicultores, mas isso não significa que tenha que garantir um preço fixo anual das sacas produzidas. A ajuda é feita de acordo com a capacidade fiscal que tenha a Administração”.

As informações são de Elpais.com.co, traduzidas e adaptadas pelo CaféPoint.