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Para "tirar o café desse mundo de commodity" Cooxupé aposta em novos mercados

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 26/08/2015

4 MIN DE LEITURA

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Por Thais Fernandes

Para além do mercado comum. Esse é o rumo que a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda (Cooxupé) pretende tomar. A Cooxupé e a AQIA Química Industrial – empresa com mais de 30 anos no mercado de especialidades químicas - lançaram nesta terça-feira (25/8), em São Paulo, capital, uma joint venture que irá levar o óleo e a biomassa do café para três mercados diferentes. Os parceiros pretendem comercializar o café em nichos de mercado como o de cosméticos e nutricional, fornecendo à indústria insumos derivados do óleo e da biomassa extraídos do grão para a criação de novos produtos. O terceiro passo, ainda sem data para se concretizar, será a indústria farmacêutica.

De acordo com Carlos Alberto Paulino, presidente da maior cooperativa de cafeicultores do mundo, a ideia da nova parceria firmada por eles é “tirar o café desse mundo de commodity”. “O café na xícara é tão dominante que não se fala sobre como ele é utilizado em outros produtos”, pontua o gerente de comunicação e marketing da Cooxupé, Jorge Florêncio Ribeiro Neto. O trunfo para os cafeicultores será, também, a utilização de cafés que no mercado comum perderiam valor. “É uma alternativa fantástica, já que os cafés com defeitos, por exemplo, poderão ir para a extração de óleo. Isso cria um novo viés de comercialização”, explica Jorge.

Produção
“Ninguém tem condições de fornecer com qualidade essa quantidade da Cooxupé”, dispara Paulino sobre o potencial que a Cooperativa, com seus 12 mil cooperados, a maioria pequenos produtores que sobrevivem da agricultura familiar. Os cafés da cooperativa são procedentes de regiões brasileiras consideradas nobres - Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (estado de São Paulo).

Cada saca de café de 60 kg rende até 4,8 kg de óleo e a Cooperativa revela que na safra 2015 já está destinando cafés para o projeto. A quantidade, contudo, na visão de Paulino ainda é ínfima. São cerca de 100 sacas de café por mês, que resultam em 480 kg do óleo e o restante – 5.520 kg de biomassa – também teriam destino na indústria.
A diferença na valorização dos produtos é um dos alvos do investimento. Segundo Jorge Florêncio, o óleo pode ser vendido em torno de 215 dólares por quilo, enquanto a saca de 60 kg de café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, esteve cotada em Guaxupé (MG) a R$ 457,00, segundo informações da Cooxupé no mercado físico desta quarta-feira (25/8).

Foto: Divulgação/ Cooxupé
 
Foram oito anos de pesquisas. “Estamos desde 2005 nesta busca. No começo ainda representa pouco para nós, mas eu acredito que vai ser uma inovação”, afirma Paulino. Os cafés destinados a parceria deverão ter certificação da Rainforest Alliance Certified ou UTZ Certified. Já na divisão de funções do processamento, a extração do óleo fica por conta da Cooxupé, enquanto o refino deste óleo e da biomassa estará a cargo da AQIA.

Investimentos
Para desenvolver os projetos de expansão de mercado, a Cooperativa já destinou esforços na consolidação da fábrica de extração do óleo de café, localizada em Guaxupé. De acordo com Carlos Paulino, a cooperativa realizou investimentos entre R$ 5 e 7 milhões em pesquisas e na montagem da fábrica para começar o processo de extração do óleo de café verde para a indústria cosmética. “Além do óleo tivemos uma surpresa com a torta, ou seja, o resíduo gerado durante a extração da matéria prima. Ela também está sendo utilizada em produtos com ação esfoliante, por exemplo. Estamos otimistas com esse novo modelo de negócios em que a Cooxupé é a primeira cooperativa de café do Brasil a fazer extração da matéria prima para novos nichos de mercado”, explica Carlos Paulino.

Além de atender ao mercado brasileiro, a expectativa pela exportação da linha AQIA Coffee para a América Latina, Estados Unidos e Europa é grande, afirmam os presidentes da Cooxupé e AQIA. Em 2014, a Cooxupé registrou faturamento de R$ 2,5 bilhões e exportou 3,2 milhões de sacas de café arábica. Hoje, com faturamento de R$ 200 milhões, a AQIA Química Industrial ainda afirma que a expectativa com a joint venture é crescer R$ 10 milhões em cinco anos.

A linha de produtos
A parceria resultou na criação da linha AQIA Coffee, contendo componentes derivados do óleo e torta de café verde para a composição de novos produtos nas indústrias cosmética e, também, nutricional. A linha AQIA Coffee contém sete tipos de componentes, em embalagens de 5,25 e 200 quilos: Green Coffee Oil (líquido viscoso), Coffee Oil (líquido), Coffee Butter (manteiga semi-sólida e sólida), Slim Coffee (pó uniforme), Cherry Coffee Oil (líquido viscoso), Cherry Coffee MCT (líquido) e o Nutri Coffee (pó micronizado). Essas áreas devem representar à AQIA um crescimento de 20 a 30% nos negócios até 2020.

Benefícios
Consultora do projeto, a especialista Sônia Corazza – com 39 anos de atuação na área Cosmética, em departamentos de Pesquisa& Desenvolvimento de Novos Produtos – destaca que o grão de café é extremamente rico, possuindo grande variedade de minerais, aminoácidos, lipídios, açúcares, vitaminas, cafeína e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos - que são seus principais compostos bioativos.

Outro ponto defendido pela especialista é a procedência das matérias primas. “É de extrema importância, uma vez que componentes de origem petroquímica ou obtidos em processos danosos ao ser humano e ao planeta estão sendo banidos rapidamente das prateleiras. Os insumos do café, além de fornecerem à indústria resultados fantásticos, abrirão mais uma fonte de produtos industrializados a serem exportados para o mundo”, declara. 

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ROBERTO DEVIENNE

CRUZEIRO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 31/08/2015

Bem quando comecei a trabalhar em industria foi na antiga Sanbra S/A em Ourinhos, SP e desde 1965 a industria processava café de baixa qualidade para obter óleo de café verde e este era destinado a fabricação de café verde. Notavamos que dentro dos tanques de óleo ficava depositada a cafeina.

Nessa época não se pensava em outra utilização do óleo de café.  Todavia o rendimento não me lembro. Não tenho idéia atualmente do rendimento obtido e todo óleo era extratido via solvente, não era utilizado as prensas expellers.



At.



Roberto Devienne


BRUNO JOSE ALVES

CAPUTIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/08/2015

Por que não utilizar para produção de óleo os cafés de menor qualidade, como os tipos Rio e Consumo, pois são esses os cafés mais desmerecidos no mercado.  Utilizar cafés com certificação RA ao meu ver é uma forma de convergir os benefícios dessa nova plataforma àqueles produtores que ja recebem mais pelos seus cafés.  Não que os produtores certificados não mereçam, afinal tem maiores custos para atenderem aos requisitos da certificadora.  Mas penso que o foco deveria ser melhorar a renda dos produtores que pir motivos diversos não conseguiram manter a qualidade do seu café.  No entanto, longe de utilizar isso como incetivo ao produtor em não se preocupar com a qualidade.

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