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Oriente Médio: crises podem afetar vendas brasileiras

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 25/02/2011

3 MIN DE LEITURA

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A onda de protestos no Oriente Médio e no norte da África colocou os países da região em um ambiente de profunda instabilidade política e ameaça gerar uma crise econômica num dos mercados mais promissores para empresas do Brasil. As manifestações na região ameaçam temporariamente suspender negócios em alguns dos nossos mercados mais promissores. Em 2010, um quarto do superávit comercial brasileiro, de US$ 20,24 bilhões, veio do comércio com os países da região. O saldo positivo foi de US$ 5,61 bilhões e as vendas atingiram US$ 12,57 bilhões. Do total, mais da metade (61,7%) foi para quatro países: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes e Argélia. Os países da região importaram basicamente carnes, açúcar, minério e cereais.

Exportadores acreditam que a atual turbulência na região não trará grandes danos às vendas brasileiras. Após 18 dias de caos político, que colocaram em compasso de espera importações do Brasil, a situação no Egito normalizou-se rapidamente. Correm maior risco as empresas que têm bases e projetos nesses países, como as construtoras, cujos principais clientes são os governos locais.

A Arábia Saudita é o principal cliente do Brasil entre os 156 países para os quais as empresas brasileiras vendem carne de frango. Ela importou US$ 923 milhões em 2010, um volume de 550 mil toneladas. Ricardo Santin, diretor de mercados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), que reúne as empresas exportadoras de frango, disse que, caso os distúrbios cheguem ao reino saudita, a opção é redirecionar o produto a outros mercados, como ocorreu na crise de 2008. "O setor não está preocupado, mas está atento", disse.

Na indústria de carne bovina, a expectativa é de retomada rápida dos negócios, tão logo cessem as turbulências. "O problema no Egito prejudicou temporariamente as exportações, mas o país já está até comprando mais", disse uma fonte do setor. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), a Arábia Saudita foi o sétimo maior comprador de carne bovina in natura do Brasil em 2010, adquirindo US$ 121,9 milhões de um total de US$ 3,8 bilhões nessa categoria.

"O que mais preocupa [na região] é o Irã e o Egito, países com população maior e mercados mais importantes", disse a fonte. Os dois países só ficam atrás da Rússia na importação de carne bovina in natura do Brasil. O Irã, que até agora não foi fortemente atingido pela onda de protestos que varre a região, foi o segundo maior comprador em 2010, com US$ 807 milhões, seguido pelo Egito, com US$ 410 milhões.

A JBS, que tem dois centros de distribuição no Egito e um escritório comercial em Dubai, informou que suas operações seguem normalmente na região. A BRF Brasil Foods tem escritório comercial em Dubai, mas atua no Oriente Médio em parceria com distribuidores locais. Segundo a companhia, as operações de distribuição e embarques estão normais.

Os laços comerciais entre Brasil e mundo árabe ganharam força nos anos 80, mas foi só nos últimos anos que o governo acentuou seus esforços para diversificar seus mercados e diminuir a dependência dos países centrais, diz o economista Luis Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet). Esse esforço coincidiu com a o crescimento da demanda dos países árabes por serviços e produtos, que foi alimentada pelo aumento da renda associada à alta do petróleo.

Apesar do avanço no mercado árabe, as empresas brasileiras se queixam das dificuldades de atuar nos regimes fechados da região, que agora são alvo de intensa pressão popular. "Os brasileiros falam das barreiras aos investimentos, do ambiente regulatório muito instável, de regimes políticos de alto risco e também da concorrência com a China", disse Lima.

O economista diz que empresas brasileiras que têm sociedade com estatais devem ter razão para se preocupar com a possibilidade de os atuais regimes caírem e serem substituídos por outros que possam mudar as condições dos contratos em vigor. E mais: "Poderá sempre haver um período de indefinição nesses casos, o que poderá acarretar dificuldade de pagamentos para as empresas".

No governo brasileiro, a avaliação é que não interessa ao país e aos investidores alianças sustentadas por governos instáveis, fruto de repressão à população. "Nossa preocupação é que haja um ambiente em que nossas parcerias e investimentos sejam de longa duração, não em situação de fragilidade política", disse ontem, de Washington, o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes. "É do nosso interesse cada vez mais democracia e participação popular; queremos nossos investimentos vistos como bem vindos, não como resultado de momentos de fragilidade na governança dos países".

A matéria é de Marcos de Moura e Souza, Alda do Amaral Rocha, Sergio Leo e Vera Saavedra Durão, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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