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Mudanças de consumo na África pressionam exportações

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 05/06/2014

4 MIN DE LEITURA

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Os cidadãos de Uganda são consumidores de chá, embora seu país exporte mais café do que qualquer outro na África. Porém, os tempos e os gostos estão mudando e o fato de haver uma maior população de africanos que bebem café, ao invés de apenas produzi-lo, está afetando o mercado global.

Há cinco anos, a Good African Coffee (Ltd.), torrefadora e processadora de café, tornou-se a primeira companhia do país a comercializar localmente café torrado. Desde então, dúzias de outras cafeterias e restaurantes surgiram em Uganda.

O consumo local ainda é pequeno, mas uma crescente demanda de consumidores locais se soma a um mercado já pressionado. A severa seca no Brasil têm reduzido as ofertas do maior produtor mundial de café. A demanda está aumentando entre os grandes torrefadores da Europa e os preços do café nos Estados Unidos nas bolsas globais dispararam.

O custo dos grãos arábica aumentaram mais de 80% até agora nesse ano, enquanto o café robusta aumentou em cerca de 27%, de acordo com o ICE Futures. Estimulados pelo aumento, os preços do café ao produtor em países como Uganda, Burundi e Tanzânia aumentaram em média em 30% desde o começo do ano. Porém, as práticas agrícolas antiquadas e a negligencia estimulada por anos de preços voláteis do café deixaram muitas partes da África com menor capacidade de produzir. Sempre que os preços caem, os produtores abandonam plantações, até mesmo arrancando suas plantas, somente tentando aumentar a produção novamente quando o mercado se recupera.

Foto Divulgação Gemmer
Foto Divulgação Gemmer

“Cada exportador está agora procurando por mais grãos de café”, disse o gerente geral da companhia exportadora, Banyankole Kweterana Ltd., Nelson Niwahebwa. “Não é fácil nem cumprir com as obrigações contratuais com nossos clientes existentes”.

A Uganda historicamente produz grãos robusta, mas o governo tem sido encorajado a plantar mais a variedade arábica. O café arábica representa agora 30% da produção, mais que os cerca de 15% a 20% há três anos.

No ano passado, os países da África produziram cerca de 14,7 milhões de sacas de 60 quilos de café, uma queda marginal com relação aos 14,8 milhões de sacas produzidas no ano anterior, de acordo com dados da Organização Internacional de Café. O maior produtor, Etiópia, consumiu a maioria de seu café, exportando 2,8 milhões de sacas de uma produção total de 6,6 milhões de sacas. Uganda exportou 3,58 milhões das 3,8 milhões de sacas produzidas.

A proporção que é exportada deverá cair. Com a maioria dos países do continente registrando um crescimento médio sustentado de mais de 6% na última década, a força de trabalho urbana com um gosto pelo café vem aumentando. “É uma oportunidade que o setor privado pode aproveitar para transformar a indústria de café”, disse o gerente de desenvolvimento de negócios da Autoridade de Desenvolvimento de Café da Uganda (UCDA), Norman Mutekanga.

Na Uganda, o consumo anual de café quadruplicou nos últimos cinco anos, de menos de 50.000 sacas para mais de 200.000 sacas, de acordo com a UCDA. Na Etiópia, o consumo local alcançou 3,1 milhões de sacas em 2013, mais que as 2,8 milhões de sacas em 2010.

Apesar do aumento na demanda, os produtores africanos, que dependem bastante da chuva e dos métodos básicos de produção, não são capazes de aproveitar a situação, de acordo com a organização regional de café, Associação de Cafés Finos do Leste da África.

Incapaz de depender do café que produz um rendimento errático, os produtores têm mudado para produzir grãos e cereais, que produz uma colheita em uma única estação. Os cafezais demoram de três a cinco anos para amadurecerem. Angola, que era responsável por uma média de 5% de produção mundial anual até o meio da década de setenta, perdeu seu lugar entre os maiores produtores da África Subsaariana após os produtores abandonarem a atividade.

John Kyeyune trabalhou em sua fazenda de café na região central de Uganda desde os anos noventa. Porém, com cafezais com até 40 anos, ele disse que sua colheita continua caindo. “Eu costumava colher mais de 100 sacas, mas nos últimos anos, eu me considero sortudo com 60 sacas”.

A situação dele é semelhante a de milhões de pequenos produtores na região, que produzem a maioria do café, mas não são capazes de reabilitar e manter as fazendas, principalmente devido à falta de capital.

Enquanto o governo de Uganda vem implementando uma campanha de
produção de café, que inclui o plantio de novas variedades de alto rendimento e a introdução de fazendas de café em novas regiões, as iniciativas ainda precisa alcançar os pequenos donos de terra. Como resultado, o país não tem sido capaz de cumprir a meta de restaurar a produção para pelo menos 4 milhões de sacas.

Em países como Ruanda, Burundi e Tanzânia, a produção quase caiu pela metade à medida que as plantações foram negligenciadas.

A reportagem é do The Wall Street Journal.
Tradução Por Juliana Santin.


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