A marca italiana Illy compra café colombiano desde o ano 2000 e, com menos de uma década de operação, a companhia decidiu começar um plano de compra massivo para fazer parte de seu portfólio de cafés superiores ou de alta qualidade amplamente reconhecidos em mais de 140 países do mundo.

A mesma situação da Illy se replica em milhares de marcas internacionais que buscam o grão de café colombiano como matéria-prima de seus produtos.

É o caso do café Senseo (da companhia alemã, Philips), cujas cápsulas individuais são fabricadas com matéria-prima colombiana desde 2004; ou o da cadeia norte-americana Starbucks, que acaba de lançar uma versão especial de café embalado (chamado Starbucks Reserve) que é fabricado unicamente com o grão cultivado em Caldas.

Segundo a Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, são mais de 2.000 marcas no exterior que compram café colombiano e o usam com matéria-prima de seus produtos terminados. Ainda que o órgão não tenha podido entregar a lista completa dessas companhias, foram citados alguns casos de compras no exterior.

A aquisição de café colombiano vai desde os Estados Unidos, o principal mercado de exportação com vendas em 2013 de US$ 765 milhões, até mercados tão distantes como os países asiáticos.

“Mais de 2.000 marcas de café 100% colombiano são comercializadas ao redor do mundo, entre elas, 704 têm o selo com o tradicional logotipo Café da Colômbia, como selo de qualidade e garantia de origem. Isso quer dizer que estamos nos cinco continentes”, disse o gerente da Federacafé, Luis Genaro Muñoz.

Nos Estados Unidos, marcas como Folgers ou Eight O’clok também usam o grão colombiano e o sucesso comercial é tanto que nessa última empresa, o produto em 2009 ganhou o título de melhor café nos Estados Unidos, entregue pela firma pública, Consumer Report.

Dois anos depois, a mesma consultora deu o título a outras empresas que trabalham com 100% café colombiano. Trata-se da Gloria Jean’s Colombian Supremo e Newman’s Own. Em termos de produtos descafeinados, o ganhador foi outro selo colombiano: o New England Coffee.

A Federacafé explicou que nos mercados mais complexos, como Japão e Coreia, o café colombiano é tomado na forma pronto para beber, um mercado onde há a participação da fabricante de refrigerantes, Coca-Cola. Porém, o que é importante destacar é que, nesse negócio, há a participação de um grande aliado, a marca Georgia Emerlad Mountain, cuja matéria-prima é o grão de café colombiano.

A Colômbia tem sido por excelência um exportador de matéria-prima para diferentes marcas no exterior, mas há vários anos, o grão não é o único vendido fora do país, havendo também vendas do produto embalado.

Além da marca Juan Valdez, cujo plano de crescimento internacional em cinco anos é ter 141 lojas na Coreia do Sul, 112 lojas no Oriente Médio e norte da África, 110 no México, 60 nos Estados Unidos, 22 no Peru, 12 na Bolívia, 10 no Panamá, 10 em Salvador, 9 na Costa Rica, 6 em Cingapura, 5 na Malásia, 4 em Brunei e 3 em Aruba; outras marcas como Café San Alberto e Amor Perfecto são embaixadoras da qualidade nacional.

“Em 2013, San Alberto entrou nos Estados Unidos e Rússia, mercados que entendem de café e ondem existem segmentos da população muito atraídos por produtos de luxo. Esse ano, tivemos um crescimento nas exportações acima de 20%”, disse Juan Pablo Villota, diretor da Café San Alberto, empresa cuja meta em 2014 é entrar na Austrália e em mercados do continente asiático.

Outra marca que acaba de entrar no mercado internacional é a Amor Perfecto, com a exportação de 600 libras à Islândia. “É uma quantidade muito pequena, mas é porque esse país tem uma população de 500.000 habitantes. Já estamos em negociações para entrar na França e na costa oeste dos Estados Unidos. Estamos negociando para chegar à Coreia e China”, disse o diretor da Amor Perfecto, Luis Fernando Vélez.

A reportagem é do https://www.elmundo.com.ve, adaptada pelo CafePoint