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Guatemala tem mudança na cultura do café

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/03/2012

4 MIN DE LEITURA

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Os norte-americanos e os europeus apreciam café da Etiópia, Costa Rica e Vietnã, entre outros, em suas cafeterias locais há décadas. O café é uma cultura - até programas de televisão, como "Friends" e "Seinfeld", têm cafeterias como base. Sendo assim, é peculiar caminhar em uma empresa em um país produtor de café como a Guatemala e tomar café instantâneo açucarado.

"Até mesmo os donos de plantações de café bebem café instantâneo. O negócio era produzir, não consumir", disse o editor da Café Cultura, revista de café focada na indústria da Guatemala e de El Salvador, Francisco Palarea.

Historicamente, os países produtores não são consumidores de cafés especiais. Os melhores grãos são exportados para Estados Unidos, Europa e Japão, onde o café bruto barato se transforma em grãos torrados caros. Porém, nos últimos anos, Palarea disse que as cafeterias locais no país, como Café Barista e El Cafetalito, estão dando a muitos guatemaltecos a chance de beber seu próprio café mundialmente famoso.

"As redes de cafeterias da Guatemala são as impulsionadoras da criação de uma cultura de consumo de café em um país produtor de café", disse ele.

A chegada da Starbucks, que abriu duas lojas na Guatemala no ano passado, mostra que existe demanda por cafés especiais. A Starbucks reconheceu o lento sucesso das redes locais de cafeterias e as seguiu. Em muitas tardes nas novas lojas da Starbucks, os clientes esperam por 15 minutos e não conseguem encontrar lugar para sentar.

Algumas evidências suportam a afirmação de que o consumo está aumentando: o consumo doméstico de café na Guatemala dobrou nos últimos cinco anos, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Palarea acredita que essa tendência pode impulsionar a economia da Guatemala, um país onde mais da metade das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. "A cultura de consumo de café em um país produtor de café pode ajudar a melhorar o país de muitas formas".

Até mil pessoas estão envolvidas em cada xícara de café, disse Palarea, de cafeicultores e exportadores a torrefadores e baristas. Quando o café é produzido localmente, isso pode significar mil empregos na Guatemala.

No entanto, a maioria dos guatemaltecos ainda não está sentindo os benefícios do maior consumo. Com 52% da população ainda vivendo com menos de US$ 2 por dia, a compra de um cappuccino de US$ 3,50 na Starbucks é impossível.

Muitos guatemaltecos envolvidos na produção não sentem nenhum dos benefícios. Pequenos agricultores estão ainda em uma grande desvantagem, disse o diretor do As Green As It Gets, grupo sem fins lucrativos que apoia os pequenos cafeicultores da Guatemala, Franklin Voorhes. "Não houve mudanças em toda a indústria de café".

Tradicionalmente, os produtores da Guatemala vendem seu café bruto para outros que processam o produto em grãos torrados, caros, que terminam em um cappuccino. "Mesmo se [os produtores] somente considerassem seu tempo com salário mínimo, o fruto de café é vendido com perdas", disse ele.

Os prêmios dos cafés especiais raramente alcançam os produtores. "O cara que está próximo ao cliente é capaz de continuar aumentando o preço [da xícara de café], mas isso nunca é repassado ao cafeicultor", disse ele. Isso não acontece só na Guatemala. "Vá para Honduras, Nicarágua, Quênia, e a historia não é diferente", disse Voorhes. Ele quer que cada pequeno produtor de café tenha controle de cada passo do processamento do grão.

Timoteo Minas, de 46 anos, que é agricultor desde os 10 e cultiva café há 20 anos, tentou fazer isso há oito anos. Ele obteve um empréstimo e aprendeu sobre cada passo do processo para colher seus 15 hectares de cafezais, do plantio das mudas até a torrefação dos grãos. "O primeiro ano foi muito difícil", disse ele. "Eu estava preocupado em não fazer direito e que quanto o produto chegasse no cliente, fosse ruim". Porém, em seu segundo ano, Minas estava confiante. Ele disse que seus grãos finais são de qualidade muito maior agora do que quando começou.

Minas está agora envolvido nas exportações e vendas. Apesar de ter feito apenas quatro anos de escola, ele age como contador de sua cooperativa. Na maior parte do tempo, os cafeicultores lidam com compradores locais e nunca sabem onde seu produto termina. Porém, em algumas ocasiões, um comprador vem para a Guatemala para obter o produto diretamente das mãos de Minas, as mesmas mãos que plantaram, colhera, lavaram, secaram e torraram os grãos.

Cada passo do processo torna os grãos mais valiosos quando feitos corretamente. Minas disse que ganha muito mais agora do que ganhava antes.

Embora Minas tenha sido bem sucedido, 300 pequenos produtores como ele que trabalham com a As Green As It Gets são muito raros - eles produzem menos de um terço de 1% do café da Guatemala.

Minas tem uma vantagem, porque produz na região Antigua, reconhecida internacionalmente por seu café. Especialmente nas áreas com menos notoriedade e turismo, a mudança na forma como os pequenos cafeicultores produzem café não é fácil - a colheita de café é um processo delicado e um esforço longo. Os cafezais não dão frutos nos primeiros cinco anos e algumas variedades podem produzir por mais de 100 anos - uma vez que começou, torna-se muito caro parar. Isso faz com que muitos agricultores hesitem em mudar a forma como seus ancestrais produziam café.

No entanto, mais guatemaltecos, como Minas, estão aprendendo a apreciar seu próprio café. Antes, eles não bebiam seu próprio café e não sabiam onde esse terminada. Agora, disse ele, "eu gosto da torra leve, às vezes, escura. Normalmente, bebo café como um americano".

A reportagem é do www.ticotimes.net, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.

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