A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lançou uma ferramenta tecnológica que poderá ser utilizada pelos cafeicultores e governos como parte de um sistema de alerta precoce da ferrugem do café. A ferramenta, chamada “SATCAFÉ”, é um site na internet e permite que técnicos, produtores e entidades do setor cafeeiro tenham acesso às informações com relação à incidência do fungo da ferrugem e da broca do café.

A iniciativa também inclui um aplicativo de celular que permite a coleta de dados de campo dos sete países da América Central e também permite o acesso à informação sobre vigilância das plantações.

O representante da FAO na Costa Rica, Octavio Ramírez, destacou em um comunicado a importância do SATCAFE para a prevenção de um foco de ferrugem. “A prevenção e correta atenção dos focos de ferrugem contribuirão para minimizar as perdas ocasionadas, que afetam os meios de vida e a segurança alimentar e nutricional, principalmente dos produtores de pequena escala que representam mais de 50% dos produtores”, disse Ramírez.

Por outro lado, o ministro costarriquenho de Agricultura e Pecuária, Luis Felipe Arauz, disse que promoverá o uso do sistema em todas as regiões cafeeiras do país. “Esse sistema é um salto qualitativo na atenção da ferrugem. O uso de informação precisa que nos permite nos adiantarmos aos focos da doença é um grande avanço e, além disso, propõe um manejo integrado do cultivo”, disse Arauz.

O SATCAFE é desenvolvido pela FAO com o apoio dos governos, institutos de café e produtores da América Central no marco do “Programa Integrado de combate à ferrugem do café e recuperação da capacidade produtiva na América Central”. O site contempla também o uso de dados climáticos e meteorológicos para o prognóstico de condições que possam favorecer o desenvolvimento da ferrugem do café. Segundo as autoridades, a ferramenta também terá, futuramente, um módulo para obtenção e processamento de dados de rentabilidade do cultivo, além de um módulo para gestão de informações.

A ferrugem provocou perdas de cerca de US$ 550 milhões na América Central e uma queda de 441.000 postos de trabalho na campanha de 2012-2013, segundo estimativas incluídas me um relatório da Organização Internacional de Café (OIC).

A reportagem é do https://www.elespectador.com/ Tradução por Juliana Santin