O Instituto de Qualidade do Café (Coffee Quality Institute - CQI), uma organização sem fim lucrativos dos Estados Unidos, está implementando na Etiópia um novo sistema chamado Q Coffee System, para melhor identificação e diferenciação da qualidade dos cafés produzidos no país.

O sistema visa o desenvolvimento de habilidades por profissionais e construção da capacidade da indústria de café da Etiópia, no sentido de capacitar o país a exportar volumes maiores de sua produção cafeeira em mercados especiais de maior valor, disse o diretor técnico do CQI, David Roche.

Ele disse que a razão por trás do sistema de identificação de qualidade é o crescente desejo dos consumidores nos últimos dez anos de conhecer e relacionar o país de produção e a qualidade de seu café. "Embora o setor de cafés especiais tenha crescido de forma fenomenal nos últimos 25 anos e os consumidores tenham demonstrado a disposição de pagar mais pela qualidade, essa mesma dinâmica ainda não chegou de volta aos produtores", afirma.

Segundo ele, 26 lotes de café da Etiópia foram classificados através do sistema "Q" no final de maio e aqueles que estavam dentro dos padrões foram classificados como "Q", significando que estão de acordo com os padrões de qualidade definidos pela Associação de Cafés Especiais da América (Specialty Coffee Association of America - SCAA) para que o café seja classificado como especial.

Este é um sistema internacionalmente reconhecido para classificação da qualidade do café, sendo que o produto do Q Coffee System tem uma certificação de qualidade, designada pelo selo "Q". O CQI disse que a certificação de qualidade é designada a criar valor através da cadeia de fornecimento, particularmente dando aos vendedores uma ferramenta para aumentar a credibilidade de suas declarações de qualidade, comunicar-se com potenciais compradores usando uma linguagem comum para qualidade e melhor promover e diferenciar suas ofertas.

De acordo com Roche, os cafés "Q" da Etiópia já estão ganhando interesse dos compradores de cafés especiais, como a Boyd Company dos EUA e a Kanamatsu, do Japão. "Baseado nas experiências na América Central, a demanda pelos cafés "Q" deverá aumentar significantemente quando o programa estiver totalmente operacional", disse ele.

O Q Coffee System está sendo implementado na Etiópia como parte de um acordo de treinamento com a Fintrac-Etiópia e com o Programa de Agribusiness e Expansão Comercial da Etiópia (ATEP), financiado pela Agência para Desenvolvimento Internacional dos EUA (USAID) com o apoio da Central Liquor Unit (CLU) e do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MoARD). A reportagem é do AllAfrica.com.