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Embrapa: pesquisador estuda controle biológico da broca

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 18/05/2009

3 MIN DE LEITURA

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Enquanto muitos cientistas pesquisam maneiras de controlar fungos, graves ameaças ao cultivo de plantas, um pesquisador da Embrapa Rondônia passou os últimos quatro anos selecionando cuidadosamente os mais letais. É que o objetivo do trabalho, uma tese de doutorado, foi isolar as variações de fungo Beauveria bassiana mais eficazes no combate à broca-do-café, a principal praga da cafeicultura no estado de Rondônia. O controle biológico do inseto é uma alternativa mais barata e menos prejudicial ao meio ambiente e à saúde do agricultor do que o uso de inseticidas químicos.

O trabalho teve início com 47 variações do fungo, chamadas de isolados. Eles foram, separadamente, aplicados sobre populações de broca em laboratório. O pesquisador pode verificar, nos ensaios, quais isolados levaram à morte maior número de insetos. Os índices de eficiência chegaram a 86,7 % nos casos mais letais.

Com o resultado da primeira bateria de experimentos, foram eleitos dez diferentes isolados de fungo, os mais eficientes no combate à broca. O passo seguinte foi o teste em campo, para verificar a eficácia do controle biológico na prática. Os quatro melhores isolados foram experimentados no município de Machadinho do Oeste, em Rondônia. Para finalizar o processo de avaliação da tecnologia, deverão ser testadas diferentes concentrações e épocas de aplicação.

Foto 1. Selecionados de Beauveria Bassiana



Inimigo natural

O pesquisador José Nilton Medeiros Costa, da Embrapa Rondônia, autor do trabalho, explica que a Beauveria bassiana infecta naturalmente a broca-do-café em quase todas as regiões onde o inseto está presente. O fungo se desenvolve na broca e cria uma cobertura de aspecto branco, que pode levá-lo à morte em 72 horas. Para efeito de comparação, uma fêmea do inseto vive cerca de 150 dias.

A aplicação do fungo na lavoura utiliza o mesmo pulverizador desenvolvido para agrotóxicos. É importante preparar a solução com a concentração adequada de fungo para que ele tenha condições de iniciar o processo infecioso na broca. A vantagem é que não existe risco de contaminação para quem manuseia o pulverizador e os impactos no meio ambiente são consideravelmente menores que o provocado pelos químicos. Não existem relatos de desequilíbrio ecológico por conta da utilização do fungo.

Foto 2. Broca infectada pelo fungo



A principal praga do café

A broca-do-café, Hypothenemus hampei, é a principal praga das lavouras de café do tipo robusta, o mais cultivado no Estado de Rondônia. Regiões de baixa altitude e temperaturas elevadas favorecem o desenvolvimento do inseto. Em um dos levantamentos realizados pela Embrapa Rondônia em época de colheita, foram verificadas infestações de 34% a 41% em lavouras do estado, índices considerados preocupantes.

Ao perfurar o grão de café, a broca deixa uma porta de entrada para água, contribuindo para o apodrecimento do fruto. Os insetos nascem e vivem dentro dos grãos, que podem ser infestados por mais de 20 brocas. Somente as fêmeas saem para perfurar e colonizar novos frutos, dando assim prosseguimento à multiplicação e disseminação da praga. A depreciação do valor do café comercializado e a perda de peso na safra são alguns dos prejuízos causados.

Além do controle biológico, alguns cuidados na hora da colheita ajudam a reduzir os prejuízos com a broca. É importante colher o café maduro. Deixá-lo por mais tempo na planta favorece a ação dos insetos. Outra medida eficaz é a retirada de todos os frutos do cafeeiro, para evitar que a broca permaneça na lavoura e infeste a safra seguinte.

A pesquisa realizada nos laboratórios e nos campos experimentais da Embrapa Rondônia foi defendida em Manaus, no começo desse ano, como tese de doutorado no Programa de Pós-graduação em Entomologia do Instituto de Pesquisas da Amazônia, Inpa. Os experimentos finais ainda estão em andamento e as informações consolidadas poderão, posteriormente, orientar a produção comercial dos isolados do fungo.

Foto 3. Pesquisador José Nilton Medeiros Costa



As informações são da Embrapa Rondônia.

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B J.

MARINGÁ - TOCANTINS

EM 19/05/2009

Será que a utilização de fungicidas (benzimidazóis, estrubilurinas, triazóis, cobre, etc) não interferem na eficiência desse fungo entomopatogênico?

Abraços
LEOPOLDINO FIGUEIREDO JÚNIOR

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/05/2009

Temos por aqui no Espírito Santo alguns resultados práticos satisfatórios com Beauveria, porém não pulverizada na lavoura, e sim aplicada sobre a matéria orgânica no solo e mantida com umidade.

Quer dizer, são necessários esses dois elementos para manutenção do fungo atuando no controle da broca e de doenças comuns: matéria orgânica e umidade. Uma vez no solo úmido e rico em M.O., o fungo se encarrega de se disseminar e contaminar a broca. É também necessária a reposição do fungo 1 a 2 vezes por ano.

Creio que nos estados do Norte, naturalmente chuvosos, essa alternativa tem maiores chances de dar certo.
ANTONIO WALTER ALVARENGA PEREIRA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 19/05/2009

José Nilton,
Parabéns pelo trabalho desenvolvido.

No meu ponto de vista, esta linha de trabalho tem muito espaço para a pesquisa. Eu como Engº Agrônomo ja tenho indicado o controle da broca com aplicação da Beauveria bassiana com bons resultados.

O importante é que os resultados conclusivos da pesquisa chegue aos produtores, e não fique simplesmente em uma gaveta, o que tenho visto acontecer com muitos trabalhos que poderiam gerar grandes benefícios para os produtores.

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