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Como o café acumula sacarose?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 23/01/2007

3 MIN DE LEITURA

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Reportagem de Chris Mercer para o site Foodnavigator-usa.com informou que pesquisadores do CIRAD, da França, e do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) identificaram os genes responsáveis pelo acúmulo de sacarose nos grãos de café. A sacarose tem um papel vital no sabor do café por liberar aroma e sabor durante a torrefação.

A descoberta, que é resultado de cinco anos de pesquisa, pode facilitar a conquista de um café de melhor qualidade, potencialmente ampliando o setor de valor agregado do mercado de café e, desta forma, aumentando os ganhos na cadeia de fornecimento.

Uma enzima, sacarose sintetase, é responsável pelo acúmulo de açúcar nos grãos de café arábica, disse a equipe. A enzima existe na forma de duas diferentes proteínas e é codificada por dois genes diferentes. Testes mostraram que o primeiro gene controlou o acúmulo de açúcar nos grãos de café durante a maturação e a colheita, enquanto o segundo estava envolvido na quebra da sacarose durante o processo de torrefação.

A meta agora é identificar formas de aumentar o teor de sacarose nos grãos e manipular sua produção de forma a garantir a qualidade do produto final.

Um café de maior qualidade pode criar oportunidades com valor agregado para os produtores e as firmas de café, o que é crucial para aumentar o faturamento na cadeia de fornecimento do grão.

O CaféPoint ouviu o pesquisador do IAPAR, Luiz Filipe Pereira, que traz mais informações sobre as pesquisas.

CaféPoint: Qual a participação específica do CIRAD e do IAPAR no projeto?

Luiz Filipe Pereira: Existe um convênio entre o CIRAD e o IAPAR para este projeto. Ele foi desenvolvido na sua maior parte no IAPAR, (campo, coletas de material, preparação de amostras e a parte molecular) através do pesquisador do CIRAD Dr. Pierre Marraccini, que trabalhou durante quatro anos em Londrina. Um terceiro parceiro foi a UNICAMP, onde foram feitas as análises bioquímicas.

A parceria tem dado bons resultados e foi estendida para estudos de genética em café (marcadores moleculares) e sobre a produção de caveol e cafestol (lipídeos do café) com outro pesquisador do CIRAD, Dr. David Pot. O convênio entre o CIRAD e o IAPAR estipula que qualquer aplicação comercial será realizada em comum acordo com os institutos.

CaféPoint: Existe previsão de prazo para que a descoberta tenha aplicabilidade comercial?

Luiz Filipe Pereira: Não, a curto prazo. Mas o fato de depositarmos no GenBanK (banco público de genes, seqüências de DNA) parte das seqüências que estudamos, assim como a publicação dos resultados, pode evitar que outras empresas venham patentear o gene.

A médio e longo prazo, poderá ser utilizado como uma ferramenta, auxiliando os programas de melhoramento.

CaféPoint: Uma vez descoberto o gene, o passo seguinte seria seu mapeamento em variedades já existentes? Ou seria criar novas variedades? Via melhoramento convencional ou introdução do gene via manipulação genética?

Luiz Filipe Pereira: Sim, um dos pontos importantes seria utilizar o gene com um marcador para mapear e identificar cultivares que teriam uma maior concentração de açúcar e, talvez, uma melhor qualidade. Poderia auxiliar os programas de melhoramento, visando a identificação de cafés com maior qualidade. Isso poderá representar uma economia significativa de recursos, pois a identificação do gene poderá ser feita logo após a germinação do café.

A questão da manipulação genética de café é um assunto delicado, principalmente devido aos mercados exportador-importador e consumidor. Apesar dos dois laboratórios, IAPAR e CIRAD terem condições de produzir plantas transgênicas de café, não temos projetos de transformação com os genes envolvidos na síntese de açúcares. A princípio, teríamos interesse em transformar café ou outras plantas modelo, como, por exemplo, tomate, mas, visando um aprofundamento dos estudos. Poderíamos, por exemplo, super expressar os genes, assim como suprimi-los, para caracterizar melhor a sua função.

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ALEMAR BRAGA RENA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 27/01/2007

Apenas um lembrete:

Esta é mais uma conquista da biotecnologia francesa, com a participação do excelente Núcleo de Biotecnologia do Cafeeiro, CBP&D-Café/EMBRAPA, diga-se de passagem, criado por mim, em 1998.

Enquanto Coordenador desse Núcleo (1998-2001), sempre enfatizei que as conquistas moleculares jamais trariam impacto na cafeicultura, a não ser que simultaneamente se desenvolvessem procedimentos para a clonagem do café Arábica em "mega" escala.

Até onde eu sei, isso só pode ser conseguido mediante a "embriogênese somática" em meio líquido! Como estou afastado do Consórcio há 5 anos, pergunto ao amigo Dr. Luiz Filipe como anda esse lado essencial da pesquisa, que vem sendo financiado, há mais de 7 anos?

<i>Prezado Prof. Rena</i>,

Houve uma falha minha em não mencionar duas coisas na entrevista.

Primeiramente, eu sou pesquisador da EMBRAPA Café, mas desenvolvo meus trabalhos dentro do Programa Café do IAPAR, no Laboratório de Biotecnologia desta instituição.

Em segundo lugar, mas não menos importante, esqueci de mencionar que toda a pesquisa realizada, assim como, o início da colaboração entre o IAPAR e o CIRAD, só foi possível graças ao financiamento de projetos de pesquisa pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. O Consórcio financiou tanto o projeto de caracterização dos genes de açucares, como também está financiando nossos novos projetos com relação aos estudos de lipídeos e a parte de genética.

Quanto à sua outra consulta, as pesquisas nesta área vêm sendo desenvolvidas principalmente pelo pesquisador da EMBRAPA- CENARGEN, João Batista Teixeira, que vem tendo bons resultados de propagação de embriões somáticos em meio de imersão temporária. Creio que ele poderia passar maiores informações.

Atenciosamente,

Luiz Filipe Pereira

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