A Colômbia aproveitará os resíduos do processo de beneficiamento de café - polpa e mucilagem - para fabricação de etanol. O gerente geral da Federação Nacional de Cafeicultores, Gabriel Silva, explicou que a idéia é montar duas plantas piloto, em Antioquia e Manizales, neste ano. O investimento inicial seria de 2 bilhões de pesos (próximo a US$ 1 milhão), com a colaboração das cooperativas.

Os estudos científicos estão prontos e demonstram a viabilidade da produção do biocombustível, segundo explicou o diretor do Centro Nacional de Pesquisas do Café (Cenicafé), Gabriel Cadena. Estima-se que por cada 12 milhões de sacas (720 mil toneladas) possa ser produzido 24 milhões de galões de etanol (91,2 milhões de litros).

Este tipo de produção de biocombustível - o primeiro no mundo - é importante na medida que responde a preocupações em torno do uso de produtos alimentícios, como o milho e mandioca, para produzir energia em detrimento à segurança alimentar da população, disse Cadena.

O trabalho do Cenicafé é o desenvolvimento de uma proposta que o pesquisador Hernán Calle Vélez fez nos anos 50, publicado por volta de 1970. "Essa é a importância da pesquisa. Depois de estudar um tema e chegar a um projeto, tem-se o momento econômico no qual se pode aproveitar", ressaltou Cadena.

Cifras projetadas pela Federação Nacional de Biocombustíveis da Colômbia indicam que a produção de etanol crescerá 67% durante 8 anos no país, a partir de 2005 até 2012.

As informações são do jornal colombiano Portafolio.