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Cafeicultura: as diferenças entre Brasil e México

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 11/06/2010

3 MIN DE LEITURA

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Com uma produção média de quatro milhões de sacas de café, predominantemente de base familiar e no sistema sombreado, a cafeicultura do México tem muitas diferenças quando comparada à brasileira. Em visita ao Brasil, Miguel Angel Rodríguez, gerente de produção de uma grande propriedade no México, da Neumann Kaffee Gruppe (NKG), líder mundial em comercialização de café (Alemanha), fez questão de conhecer o setor de cafeicultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA), com uma parada para um café no Polo de Excelência do Café (PEC/Café).

Para acompanhar o café, uma boa conversa sobre as diferenças entre as duas cafeiculturas. Um dos pontos que de início chamou a atenção de Miguel Angel foi a grandiosidade do programa de pesquisa desenvolvido pela UFLA, apresentado pelo professor de cafeicultura Rubens José Guimarães, e pelas ações de agregação de competências descritas pelo gerente do PEC/Café, Edinaldo José Abrahão. Nas palavras do profissional mexicano, não existe por lá uma rede de apoio à cafeicultura, havendo somente a observação empírica, baixa adoção de tecnologia validada e muitas dúvidas dos produtores.

Na fazenda La Puebla, a primeira do grupo NKG adquirida há 15 anos, com 1300 hectares, a cultivar predominante é o Catuaí vermelho. A densidade de plantio é de 3300 plantas, no espaçamento 2 X 1,5 m. A cada sete anos, realizam uma poda tipo recepa, agora com a adoção em teste de um modelo adotado no Quênia e na Costa Rica (surpreendentemente, uma operação manual de deixar apenas as hates de um lado do cafeeiro). O sistema de cultivo é sombreado com espécies nativas e Ingá, com um espaçamento aproximado de 15m X 15m.

A colheita é manual e seletiva, com três a quatro passagens por planta. A grande diferença está na oferta e custo de mão-de-obra. Na fazenda mexicana, são cerca de mil trabalhadores permanentes e este quadro sobe para dois mil trabalhadores em época de colheita (outubro a fevereiro). Para alimentar toda esta gente, a fazenda mexicana mantém duas fábricas de tortilhas (prato típico a base de milho). Na colheita, são gastos duas toneladas de tortilhas por dia, algo em torno de 1 kg/trabalhador, acompanhado de outras misturas, como feijão, ovo, carne ou macarrão, tudo com muita pimenta, em três refeições diárias.

Mas a grande diferença está no salário pago aos trabalhadores. Enquanto no México gira em torno de seis dólares por dia, no Brasil, este custo é três vezes maior, em média 18 dólares. (Na Uganda o custo do cada trabalhador é de apenas dois dólares). Na fazenda do grupo no Brasil, são 200 trabalhadores permanentes para cerca de mil hectares, 21 tratores e duas colhedeiras. Ao todo são 550 ha de lavouras mecanizadas, com ampla diversidade de cultivares: Catuaí, Mundo Novo, Catucaí, Acaiá, Topázio, Obatã, Icatu e Bourbon. Na fazenda mexicana, há apenas dois tratores.

Outra diferença de cultivo que impressionou Miguel Angel foi o sistema de pulverização para controle fitossanitário adotado na fazenda brasileira. Nas lavouras adultas mexicanas não é realizado nenhum controle químico, mantendo-se uma produtividade média de 15 a 20 sacas ha. A dificuldade apontada por ele refere-se a falta de pesquisa científica e de apoio tecnológico para otimizar as lavouras. Ressalva-se que com baixo custo de mão-de-obra a atividade continua como bom negócio para os grandes produtores, que desempenham importante papel social na geração de renda e emprego no campo, semelhante ao Brasil. Porém, destaca que os produtores familiares mexicanos também estão em crise, descapitalizados, desarticulados e sem apoio institucional.

Tendo a ausência de pesquisa como principal gargalo tecnológico, enquanto representa um dos principais diferenciais competitivos do Brasil, em nome do PEC/Café, Abrahão sugeriu uma parceria de cooperação entre Brasil e México, para a instalação de experimentos voltados para encontrar variedades que mais se adaptam às condições mexicanas, referências de espaçamentos e os níveis de adubação mais adequados. Em troca, os pesquisadores brasileiros poderiam aprofundar o conhecimento sobre a o sistema de cultivo sombreado e outras práticas mexicanas.

As informações são do Polo de Excelência do Café, adaptadas pela Equipe CaféPoint.

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