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Cafeicultores brasileiros desamparados frente à queda dos preço do café arábica

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 22/11/2013

3 MIN DE LEITURA

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Os galhos negros e secos, queimadas pelo sol, se quebram entre os dedos do engenheiro agrônomo e revelam grãos de uma cor verde pálida. "É um bom café, deveria estar no secador, pronto para a exportação", lamenta Celsio Scanavachi, técnico da cooperativa Coopinhal, no norte de São Paulo.

Contudo, a seu redor os arbustos ainda estão cobertos de grãos negros. "A produtora abandonou 40% da colheita, porque o preço da venda não compensa o custo da colheita", explica.

As perspectivas de produção recorde nos principais países produtores de café do mundo - Brasil, Colômbia, Vietnã - derrubaram a cotação do café arábica há várias semanas. No dia 7 de novembro, a libra de café foi cotada em Nova York a 1,0095 dólar, o preço mais baixo em sete anos.

No Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, os cafeicultores ganham 95 dólares por saco de 60 quilos, enquanto os custos de produção superam os 151 dólares nesta região do estado de São Paulo, Espírito Santo do Pinhal.

"Com as leis trabalhistas da época do Lula, os custos salariais explodiram", disse Daniel Bertelli, gerente da Coopinhal. "Os grandes cafezais, mais ao norte, podem mecanizar a colheita e produzir por 280 reais, mas aqui os lotes são menores e ondulados. Os produtores continuam porque não têm opção, mas se afundam em dívidas", acrescenta.

Falta de dinheiro para produtos fitossanitários

Os problemas financeiros prejudicam a qualidade dos cultivos. Ao agitar os galhos dos pés de café, Celsio Scanavachi provoca o voo de dezenas de pequenas mariposas. "Este parasita teria desaparecido se tivéssemos pulverizado inseticida a tempo, mas falta dinheiro para comprar produtos fitossanitários", explica.

Segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), os cafeicultores brasileiros devem vender 77% a mais de café que em 2011 para comprar uma tonelada de fertilizante. O agrônomo colhe também grãos manchados. "É um besouro que põe ovos na fruta", disse. "Com todo esse café abandonado, prolifera, e isso afetará a próxima colheita".

"Corremos sérios riscos de retroceder uma década, com uma qualidade medíocre e mais doenças", indica Scanavachi. "Muitas fazendas familiares desaparecerão nos próximos anos", projeta.

Política de preço mínimo

Para apoiar seus 290.000 cafeicultores, o governo brasileiro propõe, desde agosto, comprar o café arábica a 132 dólares o saco. Também pratica uma política de preço mínimo a termo: se a cotação permanece baixa, os três milhões de sacos em questão serão comprados dos cafeicultores a 149 dólares cada um em março de 2014.

"É melhor que o preço do mercado, mas isso nos deixa em falso com nossos exportadores", disse Daniel Bertelli.

Várias cooperativas reclamam também das facilidades bancárias por parte do governo. "Se os produtores estivessem menos estrangulados pelas dívidas armazenariam seu café esperando que as cotações subam", afirma o gerente de Coopinhal. Contudo, os analistas não esperam aumentos a curto prazo.

Estimulados pelos elevados preços dos últimos anos, os produtores do mundo inteiro plantaram novos cafezais enquanto o Brasil e a Colômbia realizaram enormes investimentos para ganhar produtividade.

"Contrariamente a cultivos como a soja, após a colheita do grão, o pé de café não é replantado a cada ano. Pode levar muito tempo antes que a oferta diminua por causa dos baixos preços", informa à AFP Thomas Pugh, economista da consultoria Capital Economics.

"Como o excedente da oferta crônica deve continuar até 2014-2015, os preços vão continuar sob pressão, em uma margem de 90 a 120 centavos de dólar a libra", avalia Kona Haque, analista chefe para matérias-primas agrícolas de Macquarie.

A Organização Internacional do Café (OIC) estima que entre outubro de 2013 e setembro de 2014 a oferta mundial de arábica superará a demanda de quatro milhões de sacos (240.000 toneladas).

As informações são da AFP, veiculadas pelo Estado de Minas, adaptadas pelo CafePoint

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MAIKEL

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 03/12/2013

É fazer o que e é desta maneira que o Governo quer manter o homem do campo na agricultura oferecendo uma merreca para ajudar, como dito na notícia acima isso vai de 2014-2015 muitos vão preferir cultivar outra coisa ou vender seus sítios etc..., do que continuar tomando prejuízo e só vendo dívida ao invés de lucro.  
CARLOS ALBERTO ANDRIAN

FRANCA - SÃO PAULO

EM 25/11/2013

É minha gente, já podemos começar a pensar em comprar uma enxada, pois do jeito que esta os preços do café, não vamos ter condições nem de comprar óleo diesel para abastecer os tratores que trabalhão nas lavouras de café, é uma vergonha para nós, pois não estamos sendo reconhecidos, nem valorizados pelos nossos governantes!!!!!!!!!!!!!!!
CARLOS ALBERTO DE CARVALHO COSTA

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 25/11/2013

Boa Sr. Elmo Bueno. Até parece que nós produtores de café do ES não existimos, realmente o nosso custo de produção é um pouco mais baixo do que o de arábica, mas mesmo assim supera e muito o preço de venda do nosso produto. O pessoal do norte do estado está calado, parecendo que está tudo a mil maravilhas, por isso temos que colocar a boca no mundo, pois a nossa topografia não é igual a deles.
ELMO GUIMARÃES BUENO

CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 25/11/2013

O conilon está no mesmo barco.
FAUSTO PIMENTEL CORTES JR.

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 25/11/2013

Importante dizer que a retirada de 3 milhões de sacas do mercado e nada, é a mesma coisa. O que precisamos é de uma politica para o café que regule a oferta-x-demanda ao longo de vários anos e paralelamente, melhorar a qualidade no consumo interno.
RODRIGO FERNANDES CHENCHE

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/11/2013

Sou produtor,

Se o governo colocasse preços em nossos cafés como ele e bom para colocar dinheiro em lugares que não tem tanta necessidade { bolsa familia , gás, entre outros roubando menos dos contribuintes} não estariamos com a dificuldade que estamos, o pior e está com dificuldades e não ter apoio nenhum, Acho que ele não pensa muito ou quem pensa e burro, a vida e uma cadeia e só quem toma e o que mais trabalha e o que faz de tudo dez de cedo até a noite e agronomo , meteorogista ,entre outras funções somos PRODUTOR , mas como bom brasileiro não desiste nunca, SOMOS NOS QUE SUSTENTA O MUNDO SOMOS AGRICULTORES, e com preço ruim ou bom e o que a gente sabe fazer.

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