Boletim Carvalhaes: Frutos começam a aparecer nos cafezais brasileiros

Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 91 - n° 07
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Santos, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Nesta semana, os contratos de café em Nova Iorque e Londres trabalharam em queda nos três primeiros dias da semana – feriados no Brasil devido aos festejos de carnaval – mas, ontem e hoje, voltaram para o positivo e fecharam em alta.

Como acontece todos os anos nos cafezais brasileiros, entre o final de janeiro e o mês de fevereiro, os frutos, com o amadurecimento avançando, começam a “aparecer mais” nos pés de café, dando a muitos observadores a impressão de que a produção brasileira será maior do que a anteriormente prevista. Essa impressão de safra maior e as informações de chuvas de verão caindo em maior quantidade, ajudaram a pressionar as cotações nesta semana. A aceleração da rolagem para maio, dos contratos com vencimento em março próximo na ICE americana, e a divulgação, na última terça-feira, de dados de inflação mais forte do que a esperada nos EUA, derrubando os mercados fora do Brasil e arrastando junto os contratos de café em Nova Iorque e Londres, também contribuíram com a pressão sobre as cotações do café.

Continuamos com baixos estoques globais de café e consumo mundial em alta, com repetidos eventos climáticos extremos em todo o mundo; tensões políticas crescentes, com a invasão da Ucrânia e ataques terroristas, pelo Hamas em Israel, agora agravados por ataques de rebeldes Houthi à navios no Mar Vermelho, que dificultam – praticamente interrompem – importantes rotas comerciais marítimas. Essa conjuntura internacional conturbada, cheia de incertezas, gera muita instabilidade e o forte sobe e desce das cotações do café.

Chama a atenção o avanço da China nas compras de cafés do Brasil. O mercado vai se consolidando e a potência asiática manteve, em janeiro, o sexto lugar no ranking dos maiores compradores de nossos cafés. No primeiro mês deste ano, a China importou 168.761 sacas, ampliando em 153,9% o volume que adquiriu no mesmo mês de 2023.

Além do avanço no volume importado do Brasil, destaca-se o fato da China estar comprando também os cafés brasileiros de qualidade. Ainda não é um mercado consumidor de robustas produzidos pelo Brasil, mas têm realmente avançado bastante. Em comemoração aos 50 anos de relações comerciais Brasil/China, o setor exportador se programa para avançar com as ações de promoção de imagem dos cafés do Brasil e alavancar os negócios nesse mercado (Cecafé/Notícias Agrícolas).

Na ICE Futures US, em Nova Iorque, os contratos para março próximo encerraram o pregão hoje em alta de 155 pontos a US$ 1,9085 por libra peso. Os contratos para maio próximo bateram, hoje, em US$ 1,8765 na máxima do dia, oscilaram 385 pontos entre a máxima e a mínima, e encerraram o pregão em alta de 155 pontos, a US$ 1,8670 por libra peso. Ontem, esses contratos para maio próximo subiram 235 pontos e anteontem caíram 525 pontos. Na terça-feira, perderam 310 pontos e, na segunda, recuaram 35 pontos. No balanço desta semana, caíram 480 pontos. Na sexta-feira passada, subiram 565 pontos, encerrando o dia a US$ 1,9150 por libra peso. No balanço da semana passada, somaram 250 pontos de alta.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para março próximo fecharam, hoje, em alta de 26 dólares, valendo US$ 3.231 por tonelada. Os contratos para maio fecharam hoje com ganhos de 33 dólares, a US$ 3.141 por tonelada. Esses contratos para maio caíram, nesta semana, 76 dólares. Na sexta-feira passada, fecharam a US$ 3.217 por tonelada. Acumularam 101 dólares de alta na semana passada.

Os estoques de cafés certificados na ICE subiram, hoje, 4.800 sacas e estão em 307.262 sacas. Há um ano totalizavam 840.604 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram, neste período, 533.342 sacas. Esses estoques subiram, esta semana, 9.467 sacas e, na semana passada, 30.905 sacas. Caíram 1.395 sacas no mês de janeiro. No mês de dezembro, cresceram 27.158 sacas. No mês de novembro, apresentaram queda de 165.072 sacas e, no mês de outubro, a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro, esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e, no mês de julho, de 16.163 sacas.

O dólar caiu, hoje, 0,04% frente ao real e fechou a R$ 4,9670. Ontem, caiu 0,06%. Na sexta-feira passada, encerrou a semana a R$ 4,9610.

Em reais por saca, os contratos para maio próximo em Nova Iorque fecharam, hoje, a R$ 1.226,68. Ontem, fecharam a R$ 1.216,99. Encerraram o pregão, na sexta-feira passada, a R$ 1.256,70. 

O mercado físico brasileiro permaneceu calmo nos poucos dias úteis desta semana, com volume baixo de negócios fechados.

No decorrer da próxima semana, as instabilidades reduzem sobre as áreas produtoras do Sudeste e da Bahia. Os episódios de chuva devem continuar acontecendo nestas áreas, mas na forma de pancadas mais isoladas e com volumes mais baixos. Enquanto isso, as instabilidades devem ganhar força sobre as áreas produtoras de Rondônia, que podem receber chuvas com volumes de mais de 70 mm, no período de 21 a 25 de fevereiro. Nos últimos dias do mês, o tempo seco deve se intensificar sobre as áreas produtoras de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Nas áreas produtoras do Paraná, de São Paulo e do sul de Minas há previsão para episódios isolados de chuva, enquanto que em Rondônia chuvas vão continuar mais intensas e duradouras (CLIMATEMPO).

Até dia 16, os embarques de fevereiro estavam em 983.547 sacas de café arábica, 142.068 sacas de café conilon, mais 72.856 sacas de café solúvel, totalizando 1.198.471 sacas embarcadas, contra 1.663.941 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 1.671.076 sacas, contra 2.413.161 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 16, caiu, nos contratos para entrega em maio próximo, 480 pontos ou US$ 6,35 (R$ 31,54) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam, no dia 9, a R$ 1.256,70 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 16, a R$ 1.226,68. Hoje, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 155 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém:

R$ 1030/1060,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1020/1030,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 1010/1020,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 980/1000,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 940/960,00 - RIADOS.
R$ 900/940,00 - RIO.
R$ 840/880,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 840/880,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,9670 PARA COMPRA.