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APPCER: Associação de pequenos produtores do Cerrado é a primeira entidade da região a receber certificação Fair Trade

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 15/02/2012

3 MIN DE LEITURA

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Antes de 2010, é provável que, nos 13 hectares plantados pelo cafeicultor José Astrogildo e a esposa Gislaine Oliveira, no município de Patrocínio, no Alto Paranaíba, estrangeiro nenhum jamais tenha pisado. Mas, de lá para cá, visitas de americanos, portugueses e pessoas de várias outras nacionalidades se tornaram constantes.

Tudo porque o casal, há mais de 15 anos cultivando o grão, produz agora café certificado dentro dos padrões exigidos pelo Fair Trade (Comércio Justo). "Com a certificação, ganhamos maior poder de negociação e o reconhecimento do mercado externo", afirma Gislaine.

Em menos de um ano, ela e o marido mudaram a visão de pequenos produtores, aprenderam a se organizar e a planejar as vendas. "Com isso, esperamos, para 2012, um aumento de 600% na produção. Ela deverá ir de 98 para 600 sacas de café", prevê Astrogildo.

A família de José da Cruz, casado com Armelinda Rosa Pereira, também é, há 16 anos, pequena produtora de café em Patrocínio. Com a ajuda dos filhos, o casal plantou 4,5 hectares e está colhendo os frutos da certificação. O produtor ressalta que, com o Fair Trade, houve uma maior exposição do produto no mercado internacional.

Cruz e Astrogildo fazem parte da Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado, a APPCER. Criada há pouco mais de um ano, ela reúne 39 produtores, dos quais 27 já certificados. Foi a primeira e, até agora, a única entidade do Cerrado mineiro a ser distinguida com o Fair Trade. Ela é um exemplo de que, com organização, planejamento e desenvolvimento sustentável, é possível obter reconhecimento internacional.

O planejamento e a organização já geram os primeiros resultados: a safra deste ano, para os 27 produtores, foi de 8 mil sacas de café - um ano de safra baixa, segundo Cruz. Para 2012, espera-se uma produção superior a 30 mil sacas. Ou seja, 275% a mais.

Preço melhor

A certificação Fair Trade dá aos pequenos produtores de cafés de qualidade boas vantagens. Seus mecanismos eliminam a figura do atravessador; ela é a única a garantir um preço mínimo pela saca de café. O pequeno produtor certificado ainda recebe do comprador um prêmio - de R$40,00 a R$50,00 -, além do valor recebido pela saca.

O prêmio não vai direto ao bolso dele. Ele é destinado à Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado. Cabe a ela decidir, em assembleia, a melhor maneira de empregar o dinheiro em benefício da comunidade. Tudo isso resulta no fato de a saca de café valer ao produtor, em média, R$100,00 a mais do que a comum. Atualmente, isso representa 20% a mais.

O produtor certificado não quer nunca perder uma oportunidade dessas. No entanto, a fim de continuar a lucrar com as benesses da certificação, ele deve ter consciência da proposta do programa e se manter adequado a todas as exigências, como controle de vendas, identificação das plantações e dos galpões de armazenagens.

Para conseguir o certificado, todos os aspectos que asseguram a sustentabilidade do empreendimento rural devem ser cumpridos nos âmbitos social, ambiental e econômico. O produtor deve, por exemplo, reduzir o impacto ambiental causado pelo plantio dos grãos, pois, agora, é obrigado a fazer uso controlado de agrotóxicos, armazenar corretamente, em embalagens devidamente identificadas, e observar atentamente as leis trabalhistas.

A região do Cerrado mineiro, primeira área produtora de café demarcada no Brasil, abrange 55 municípios localizados no Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, e seus mais de 3.500 produtores respondem por 15% da produção nacional do grão. Segundo dados da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, o café gera mais de 90 mil empregos diretos e 270 mil indiretos.

Apoio

Além de dar todo o suporte técnico à certificação Fair Trade, o Sebrae responde pelo Educampo, um dos principais projetos de educação permanente voltado aos produtores rurais. O projeto dá orientação e capacitação aos produtores por meio de consultorias gerenciais e de tecnologia oferecidas diretamente nas propriedades, com o apoio da Expocaccer e da Coopa. "O Sebrae conta, hoje, com 20 grupos que fazem parte do Educampo nessa região. São mais de 350 propriedades atendidas, o que representa 15% da produção no Cerrado mineiro", diz Marcos Geraldo Alves, analista do Sebrae-MG.

O Sebrae também teve um papel essencial na obtenção da certificação Fair Trade. Em 2009, iniciou-se um diagnóstico dos pequenos produtores da comunidade de Esmeril. Coube ao Sebrae disseminar a filosofia do Fair Trade entre os produtores, levando-os para conhecer outras áreas de Minas já certificadas e com histórico nesse processo, além de uma visita à mais reconhecida feira de Cafés Especiais do mundo, em Houston-Texas, nos Estados Unidos, que é promovida pela Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA).

A reportagem é da Agência SEBRAE de Notícias MG, adaptada pela Equipe CaféPoint.

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JOSÉ ROBERTO DA ROCHA BERGAMO

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/02/2012

Excelente a iniciativa de se pensar nos pequenos produtores que sofrem com a pouca produção em virtude da área de plantio, não que a produção seja baixa por ha mas porque a condição de pequeno produtor deixa eles muito vulneráveis aos compradores de café que se deliciam nos preços ofertados aos pequenos lotes de café.

Precisamos urgentemente nos movimentar e copiar esta atividade aqui na região do norte do Paraná pois o norte pioneiro do Paraná já criou uma associação que ao meu ver esta indo muito bem e o auxilio do Sebrae foi fundamental nesta modalidade de valorar nosso produto, parabéns a todos os envolvidos e continuem assim que o sucesso com certeza fará parte desta realidade.

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