ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Alcides Carvalho: Homenagem a 15 anos de falecimento

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 18/04/2008

3 MIN DE LEITURA

0
0
Quem visita o Centro de Café do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no hall de entrada próximo ao cafezinho, logo vê emoldurada a fotografia de Alcides Carvalho, que empresta o nome ao Centro, bem como à sede do Instituto. No dia 18 de abril se completam 15 anos desde a morte do notável da cafeicultura. Foram 52 anos dedicados ao estudo da genética e do melhoramento do cafeeiro, cujos resultados estão espalhados em variedades que ocupam 90% das lavouras nacionais e das principais regiões produtoras do mundo.

Incontestavelmente, foi ele o líder que colocou o Brasil em situação de destaque, com o desenvolvimento de cultivares mais competitivas e resistentes e com a formação de um dos bancos de germoplasma mais completos do mundo.

Recém formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em 1934, Alcides Carvalho foi convidado a integrar a equipe de Carlos Arnaldo Krug, na antiga Seção de Genética do IAC. Os estudos sobre os mecanismos de reprodução, análises genéticas e citológicas, bem como pesquisas relacionadas à fisiologia e à química do café, o fizeram merecedor de cada prêmio recebido. Entre os títulos e homenagens, foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Esalq e o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia (1982).

Também foi pelo reconhecimento à sua paixão pela pesquisa cafeeira que foi considerado, por ocasião de sua aposentadoria compulsória em 1983, servidor emérito do Estado, o que permitiu que continuasse por mais 10 anos os estudos e a formação de novos pesquisadores.

Visionário de uma nova época de bonança para a cafeicultura, Alcides Carvalho trabalhava na busca de cultivares com maior potencial de produção contrapondo-se ao contexto onde a problemática era o grande volume de café armazenado. No início da década de 30, milhares de sacas de café eram queimadas ou jogadas ao mar, enquanto o sábio pesquisador desenvolvia um árduo trabalho de melhoramento do cafeeiro. O resultado chegou na década de 50 com o Mundo Novo, na década de 60 o Acaiá, e na década de 70 o Catuaí Vermelho e Catuaí Amarelo, cultivares de porte baixo, rusticidade e alta produtividade, que conquistaram os cafeicultores.

Quando a ferrugem do cafeeiro chegou ao Brasil em 1970, a equipe de Alcides Carvalho estava preparada para o desafio, já que desde 1953 os estudos focalizavam o desenvolvimento de material com resistência ao fungo. O programa de combate à ferrugem contou com material selecionado para diversas regiões produtoras. Os estudos continuaram e, em 1992, um ano antes de sua morte, participou do lançamento de cultivares de porte alto resistentes à ferrugem (Icatu vermelho, Icatu Amarelo e Icatu Precoce).

Se Alcides Carvalho desenvolveu tanto conhecimento numa época em que a tecnologia dava seus primeiros passos, imagina o que o notável pesquisador faria com o genoma do cafeeiro e as modernidades da biotecnologia em suas mãos.

Chão Fecundo

Uma passagem do livro "Chão Fecundo: 100 anos de História do Instituto Agronômico de Campinas" (Carmo e Alvim, 1987), ilustra com mestria o reconhecimento ao mestre maior da cafeicultura brasileira, por ocasião da solenidade de comemoração do centenário do Instituto.
Segue a passagem:

"O velho pesquisador ponderou que preferia ficar na platéia, assistindo à sessão ao lado da mulher...Carvalho foi um dos últimos a ser chamados. Quando Antônio Roque Dechen pronunciou seu nome, ele o fez acompanhar de um qualificativo - "Alcides Carvalho, símbolo do trabalho científico em prol da agricultura". Os aplausos começaram neste instante, mas podiam ser apenas uma manifestação semelhante à que acolhia com gentileza formal todos os integrantes da mesa. Então o mestre de cerimônias acrescentou: Na pessoa de dr. Alcides Carvalho homenageamos toda a comunidade científica do Instituto Agronômico. Foi como uma senha que tivesse o efeito de abrir uma surpresa. Alguém que aplaudia na platéia colocou-se de pé, e logo foi imitado pelos mais próximos. Enquanto o ruído das palmas continuava, novos grupos de pessoas foram-se levantando. Alas e alas repetiram o gesto, até que toda a platéia constituía uma única coreografia de homens e mulheres em pé, aplaudindo com emoção. Alcides Carvalho, no palco, inclinava repetidamente a cabeça, em agradecimento..."

Saudades eternas da comunidade cafeeira.

Assina Cibele Aguiar, da Embrapa Café


Foto: Arquivo IAC

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures