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3D da cafeicultura: confira os principais desafios

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 24/03/2010

6 MIN DE LEITURA

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Visando promover a interação entre os envolvidos na cadeia do café, no início de 2010 o CaféPoint colocou em pauta a enquete: " 3D da cafeicultura: quais os 3 desafios para 2010?" . Diante das dificuldades enfrentadas por todos os elos da cadeia produtiva do café, diversos especialistas do setor, produtores, consultores, extensionistas, entre outros, apontaram suas opiniões sobre os três principais desafios da cafeicultura para o presente ano.

Fazendo um compilado de tudo que foi abordado durante o primeiro trimestre do ano, relacionamos abaixo alguns dos principais desafios.

Competitividade

"A obtenção de tal competitividade exigirá uma revolução tecnológica, principalmente na cafeicultura de montanha, com mecanização da colheita, irrigação, etc. Como já existe tecnologia disponível, o grande desafio é a difusão e implementação das técnicas existentes, amparadas por suporte financeiro e pacotes de crédito específicos para a modernização, com parâmetros associados a metas de produtividade e eficiência", citou Carlos Brando, sócio da P&A Marketing Internacional, empresa de consultoria e marketing na área de agronegócio.

Ensei Neto, consultor em qualidade, marketing e estratégias para cafés especiais através da Specialty Coffees Bureau, também falou sobre a implementação da mecanização como forma de reduzir os custos com mão-de-obra.

"Num aspecto geral, o aumento dos custos, principalmente a mão-de-obra, é muito mais rápido do que a recomposição dos custos de produção via aumento de produtividade. Até porque no atual modelo de produção esta quase alcançou o seu limite. Mecanização e diminuição de área de produção para acomodar mão-de-obra local, mais barata, podem ser alternativas tecnológicas", comentou Ensei.

Alguns leitores do CaféPoint como, Isaac Silva Figueira, produtor de café em Vitória da Conquista/BA e Erásio Júnior, produtor de café em Franca/Sp, também apontaram a mecanização da s lavouras como um dos desafios da cafeicultura.

Sustentabilidade

A questão da sustentabilidade foi apontada por Maria Sylvia Macchiones Saes, professora do Departamento de Administração da USP e pesquisadora do PENSA - Programa de Agronegócios da USP, como o principal desafio.

É preciso "encontrar novos caminhos para a sustentabilidade da cafeicultura, tanto no que diz respeito aos critérios econômicos-sociais como os ambientais. Ações para a conscientização do consumidor para valorizar cada vez mais ações de uma cafeicultura sustentável" completam esse desafio, afirma Sylvia Saes.

Carlos Brando também deu destaque a "sustentabilidade em suas três dimensões, mas principalmente econômica para garantir a renda de toda a cadeia produtiva. Competitividade sem renda compromete o principal pilar da sustentabilidade, o econômico. Como a sustentabilidade social e ambiental é uma consequência direta da aplicação da legislação brasileira correspondente - uma das mais rigorosas do mundo - o foco principal das ações deve ser a rentabilidade do agronegócio através de instrumentos financeiros que suportem o mercado, corrijam suas imperfeições, sejam dirigidos aos agentes eficientes e privilegiem a produtividade e a qualidade. Os recursos do Funcafé devem ser utilizados para catalisar a revolução tecnológica, por si só, garantirá a sustentabilidade econômica do agronegócio. Tais recursos devem também possibilitar a diversificação, a saída e a mudança de atividade dos cafeicultores ineficientes e desmotivados".

Marketing

"É necessário marketing para que o Brasil seja líder de mercado não apenas em volume mas também em preço e lucratividade. Se a competitividade deve ser obtida por meio da eficiência da cadeia produtiva, o valor agregado deve resultar de atividades de marketing que posicionem o produto como aspiracional, com a qualidade que o consumidor busca e o apelo psicológico (por exemplo, sustentabilidade) e emocional que motiva a decisão de compra. O meio mais eficiente para influenciar o mercado e sustentar preços é sem dúvida o marketing, embora seus resultados venham a médio prazo em resposta a ações constantes e permanentes". Carlos Brando

Paulo Henrique Leme, consultor em marketing estratégico no agronegócio (P&A Marketing Internacional), especializado em café, também apontou o marketing como desafio da cafeicultura em 2010. PH afirmou que o marketing é necessário para abertura de novos mercados.

Dar voz aos atores sociais

Sérgio Pereira, engenheiro agrônomo, pesquisador científico do Instituto Agronômico - IAC, Mestre e Doutorando pela Universidade Federal do Lavras - UFLA, mediador da Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira do Peabirus, acredita que "o desafio é incentivar o acesso à informação democratizada e sua constante atualização, gerando capital intelectual. Para isso, a interconexão generalizada entre as pessoas deve ser estimulada e incorporada pelo sistema agroindustrial do café."

"A Internet e suas ferramentais vêm possibilitando a comunicação, desobstruindo seus canais e criando ambiente de interação e de compartilhamento. Caminhamos hoje para a construção comunitária do pensamento, onde se somam o conhecimento acadêmico à sabedoria popular. Se no passado recente éramos o quanto de informações fossemos capazes de deter e utilizar ao nosso favor, hoje somos o aquilo que compartilhamos", finaliza ele.

Segundo PH, acredita-se que o diálogo entre os elos do setor é um desafio a ser enfrentado para unir essa cadeia produtiva, impulsionando assim o agronegócio café.

Aproximar academia e setor produtivo

Outra questão importante apontada por Sérgio Pereira é em relação a distância entre as pesquisas e os produtores. "Nos estudos de prospecção de demandas e nos "bate-papos" pelas andanças cafeeiras, torna-se notório algo inusitado: a maioria das tecnologias, técnicas ou serviços demandados pelo setor produtivo já foram pesquisados e estes conhecimentos não chegam ao produtor. Neste desafio, a sociedade necessita rever seus conceitos no que tange à pesquisa agropecuária e seus objetivos".

Aumento do consumo interno

Esse "é um desafio permanente para o setor. Em 2010, a indústria vai perseguir atingir 19 milhões de sacas processadas. Mas não somente de cafés tradicionais, que são a grande parte da produção, como também, de cafés Superiores e Gourmet, com maior qualidade e maior valor agregado. A melhora das condições econômicas no Brasil, o aumento da renda e da massa salarial, com evolução das classes A, B e C, permite pensar em aumentar a demanda por cafes de maior valor" comentou Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)

Alguns leitores do CaféPoint como, Rubens Veiga, de Campo Mourão/PR e Homero Pavan Filho, de Jacarezinho/PR, também acreditam que o aumento do consumo interno é desafio da cafeicultura, principalmente em relação aos cafés de qualidade. "É preciso que haja um trabalho junto à população para melhorar o conhecimento sobre qualidade", afirma Homero.

Melhoria continua da qualidade do café oferecido aos consumidores

Esse "é também um dos principais desafios da indústria. Qualidade é o motor do aumento do consumo. A ABIC vai intensificar os esforços para ampliar a abrangência e a participação das indústrias de café no programa Selo de Pureza e no seu recente Programa da Qualidade do Cafe - PQC. Um "Pacto pela Pureza e Qualidade do Cafe", a ser discutido com o varejo supermercadista, faz parte das ações da indústria para a melhoria da qualidade. Além dele, a ABIC vai estimular a oferta de cafés Superiores na hotelaria brasileira", complementou Nathan.

Cenário de câmbio desfavorável ou Real valorizado

"Além dos impostos que vem embutidos nos valores dos insumos e problemas de despacho portuário, o desafio de exportar completa-se com o câmbio francamente desfavorável para essa operação. Na realidade, todos os setores exportadores do Brasil estão passando pelo mesmo martírio e perda de competitividade internacional", cita Ensei Neto.

Celso Vegro, Engenheiro Agrônomo, mestre em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, pesquisador científico do IEA-APTA, coloca a citação de Eça de Queiroz - Os Maias, Cap.V - 1888, como 3D que valem para cafeicultura:

"1 - aos políticos: menos liberalismo e mais caráter;

2 - aos homens de letras: menos eloquência e mais ideias;

3 - aos cidadãos em geral: menos progresso e mais moral."

Contudo, ações precisam ser executadas para que esses desafios possam ser superados.

Quais ações já estão sendo realizadas? O que você tem feito para vencer esses desafios e melhorar o seu negócio?

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LUIZ EDUARDO DE PAULA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - TRADER

EM 17/01/2011

A abordagem do desenvolvimento da cafeicultura foi muito bem feito nessa reportagem.
E aproveito para dar minha opinião de que foi devido ao profissionalismo que o setor de produção e o seguimento exportador como os Exportadores tradicioais e as cooperativas que inovaram e revolucionaram o setor e nao somente produzindo e comercializando mas exportando, hoje o Brasil esta exportando aproximadamente 34 milhões de sacas no periodo de janeiro a Dezembro, e consumindo entre 18 a 19 milhões de sacas e capacidade de armazenagem de outros tanto para não entrar em especulação de tamanho de safra, a qualidade dos cafes brasileiros estao ocupando todos os espaços e brechas que os Colombianos e Centrais deixaram devido aos problemas de brocas e tratos, hoje o Brasil exporta cafes lavados para o mundo todo competindo diretamento como os produtores de suaves.
Em suma o setor fez sua parte, porem infelizmente o nosso Governo não acompanhou tanto desenvolvimento, e assim e ao inves de procurar fazer a lição de casa que seria gastar menos, poupar mais e realizar a tão falada reforma tributaria, ficou acreditando que os louros são para sempre e agora mais uma vez a tarefa de domar a inflação que esta avizinhando, sera o Banco Central que tera de ter infelizmente aumentar os juros e uma indesejavel valorização do Real.

sds
SYLVIA SAES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/03/2010

Ao pessoal do CaféPoint!

Ao meu ver, o principal desafio da cafeicultura brasileira, que esta implícito em todas as respostas à enquete do CaféPoint, é a "captura de valor". Ou seja, como fazer que os avanços que se observa na cafeicultura brasileira, sejam eles tecnológicos, organizacionais ou de diferenciação resultem em ganhos para o produtor rural. A chave para esta questão não é simples, principalmente devido à concorrência externa. Ela está, entretanto, sugerida nas propostas de marketing (aumento do consumo, mudança de posicionamento do café brasileiro); nas políticas macroeconômicas (câmbio, juros e crédito); e nas ações privadas (de cada cafeicultor). Na verdade, não se tem uma resposta única e o fato de o Brasil ter alcançado um nível de desenvolvimento econômico-social superior aos dos nossos concorrentes torna as coisas mais complicadas, particularmente em um setor em que a mão-de-obra é importante. Sabemos que velhas respostas não dão mais cabo para estes novos desafios. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar o quanto os brasileiros são criativos e sabem lidar com questões complexas.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/03/2010

Meus 3 D

1 - elevação da taxa média de juros: Com o recrudecimento da inflação entre os países asiáticos essa trajetória será irrevogável. Com isso as depreciadas moedas locais sofrerão por ajustes reequilibrando os fluxos de comércio e permitindo que países como o Brasil, que não administra seuo câmbio, possa lograr recuperar competitividade, especialmente no domínio dos industrializados;

2 - mais cooperação e menos concorrência. Internamente temos assistido ataques ao cooperativismo e ao associativismo o que me parece um total despautério. O fortalecimento das formas mútuas de produção, prestaçãode serviços e comercialização, constituem a modalidade mais sutentável de gerar o crescimento. Afora essa diretriz é outra e mais profunda crise econômica; e

3 - juntar aos avanços observados no campo das inovações agronômicas as modernas ferramentas de gestão da produção e da comercialização. O fomento da estrutura de governo para que os processos de certificação sejam amplamente adotados pode contribuir na aceleração desse processo em âmbito da cafeicultura.

Celso Vegro


FREDERICO DE ALMEIDA DAHER

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/03/2010

Ao CaféPoint ;

Parabenizo a voces por manter um espaço democrático de discussoes a respeito da cafeicultura no Brasil e no mundo .

Particularmente , acredito na cafeicultura brasileira não só pelo seu potencial tecnológico ,capacidade produtiva ,geração de emprego e renda e sobretudo na determinação do cafeicultor em permanecer na atividade mesmo em momentos de dificuldades e incertezas.

Acredito , sobretudo , em soluçoes compartilhadas que beneficiem a todos os seguimentos da cadeia café .
Aqui no ES temos exercitado o compartilhamento das discussoes dos problemas e avanços do setor como um todo e temos conseguido grandes vitórias.

A competitividade do setor está ameaçada por fatores que muitas vezes têm fugido ao controle dos diversos segmentos da cadeia café ,senão vejamos :

1-A baixa produtividade média do setor de produção promove queda de renda e consequentemente endividamento de seus atores .

2-Embora todo esforço do setor industrial , falta uma política mais agressiva de marketing interno e externo para o café brasileiro ,enfatisando ,sobretudo ,a diversidade de sabor ,aroma ,acidez e outras caracteristicas peculiares das várias regioes produtoras .

3-A momentosa questão da sustentabilidade vem tendo um enfoque que a mais das vezes não tem levado em conta o trabalho e esforço do produtor em produzir com eficiência econômica ,social e ambiental , fato que o desestimula a perseverar em práticas sustentáveis .

4-Na área comercial , especialmente externa , a não comercialização dos arabicas brasileiros na Bolsa de Nova York vem se constituindo em óbice grave ao melhor desempenho dos contratos brasileiros no exterior .

5-Nessa mesma linha de raciocínio a injusta e inaceitável taxação do solúvel brasileiro no mercado europeu tem agravado em muito a situação da rentabilidade do vigoroso setor industrial do solúvel com desdobramentos negativos na produção , especialmente do conilon .

6-É patente o esforço do produtor na melhoria da qualidade do seu café amparado ,agora ,por significativos diferenciais de preço .Temos enfrentado óbices na melhoria da qualidade do conilon embora a existência tambem de diferenciais de preço que o mercado já começa a reconhecer.

7-A carga tributária incidente em tôda cadeia do negócio café é algo que precisa ser revista urgentemente , para que a competitividade do setor tenha isonomia de tratamento com nossos competidores internacionais .

8-Por fim , entendo , que os atores sociais dos vários seguimentos do negócio café precisam , urgentemente ,estar mais juntos e solidários na discussoes das questoes setoriais pois , isoladamente não teremos chances de êxito na solução das dificuldades que nos impedem de alcançarmos nossa carta de alforria econômica .

Frederico de Almeida Daher
Superintendente do Cetcaf

SERGIO PARREIRAS PEREIRA

CAMPINAS - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/03/2010


Saudações Cafeeiras....


Primeiramente quero cumprimentar a Equipe CaféPoint pela iniciativa de prospectar os desafios da cafeicultura em 2010. Acredito que esses desafios apresentados podem ser extrapolados para a década, uma vez que não podem ser resolvidos de forma imediatista, e somente serão plenamente superados de forma integrada entre o Estado, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada.

Destacaram-se alguns desafios, e desta forma passamos a trabalhar em um cenário de 8D:

1- Competitividade
2- Sustentabilidade
3- Marketing
4- Dar voz aos atores sociais
5- Aproximar academia e setor produtivo
6- Aumento do consumo interno
7- Melhoria continua da qualidade do café oferecido aos consumidores
8- Cenário de câmbio desfavorável ou Real valorizado


Dentre eles, no meu ponto de vista, todos os desafios estão sendo trabalhados, em maior ou menor intensidade, com exceção do cambio desfavorável e real valorizado (esse não tem jeito).

Na minha área de atuação como pesquisador e extensionista, creio que venho dando minha pequena contribuição nos desafios 2, 4 e 5.

Se cada um de nós ceder-mos uma pequena parte de nosso tempo e compartilharmos coletivamente, certamente teremos um setor cafeeiro mais justo e digno.

Saudações Cafeeiras....

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