Da redação

Para debater sobre a importação de café verde, após pedidos das indústrias nacionais, duas reuniões estão agendadas para esta semana. Preocupados com a possível abertura de mercado, os produtores se organizam para um encontro em Varginha, no Sul de Minas, para a próxima semana, dia 19 de dezembro. O encontro será realizado no Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais.

Em Brasília
A reunião chamou a atenção de autoridades do governo, que se antecipou, programando para esta semana um debate. Segundo o deputado federal Evair de Melo (PV-ES), integrante do CNC, o tema deve ser discutido no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, terça-feira (13) ou quarta-feira (14).

• (+OPINE: Qual sua opinião sobre importação de café verde em regime drawback?)

Fontes do setor confirmaram o encontro para esta terça-feira, quando devem se reunir representantes das indústrias dos cafés solúvel e torrado, favoráveis à importação do café do Vietnã, e do outro lado, representando o setor produtivo, o Conselho Nacional do Café (CNC) e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

• (+Drawback - a importação de café volta à pauta do setor )

A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) declarou que “hoje é praticamente impossível comprar lotes de maior volume de café conilon”, em novembro. Leia mais aqui, em reportagem sobre o posicionamento da Abics.

Em contrapartida, o CNC já havia se manifestado contrário à importação. “Somos reticentes quanto à importação do café verde em regime de drawback – voltado ao beneficiamento e posterior exportação – e aos impactos que a operação poderá ocasionar aos produtores brasileiros. Nosso intuito, nesse cenário de debates, é evitar medidas surpreendentes e tomadas à revelia do consenso do setor privado”, pontuou a entidade ainda em outubro deste ano.

Ainda de acordo com o deputado, a reunião será intermediada por Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa). Evair de Melo reforça que “se o governo sinalizar que a indústria vai poder importar qualquer volume de café, vamos declarar guerra”.