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Relatório - Cenários mundial cafeeiro: Trajetória e alternativas visando a cafeicultura brasileira.

POR JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

ESPAÇO ABERTO

EM 10/03/2009

7 MIN DE LEITURA

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1. Introdução

Este estudo foi elaborado utilizando ferramentas estatísticas, apresentadas em análise tabular seguidas de análises descritivas.

Devido às constantes divergências existentes entre as principais fontes de informações (interna e externa), análises complementares são ainda necessárias, por meio da realização de cálculos adicionais como os desvios padrões e as probabilidades. Portanto, os dados apresentados neste estudo, apesar de cientificamente trabalhados, podem conter fatores de imprecisão decorrente da mistura de fontes empregada nas tabulações realizadas, sendo que para minimizar esta imprecisão foram utilizadas metodologias diversas no sentido de se criar convergências entre os mesmos. Somente após a obtenção das identidades é que os dados foram ratificados e analisados.

A metodologia aplicada a este estudo utiliza-se dos padrões estatísticos cientificamente comprovados e sendo amplamente utilizados, porém, agregados ao conhecimento e experiência em trabalhos desta natureza. Este estudo contém informações a partir de 1901.

2. Cenário Mais Provável

2.1 - Produção

O crescimento médio da produção mundial no intervalo de 1975-2008 indica 2,40% ao ano. A média entre as variações bianuais, considerando os últimos 15 anos apresenta crescimento mundial de 0,70%.

Considerando apenas a produção brasileira, a média de crescimento é de 1,14% ao ano, se considerarmos a variação entre a última produção em relação a 1975, possuindo alavancagem expressiva pela expansão do robusta capixaba, rondoense e baiano.

No período compreendido entre as colheitas de 2002 a 2008 a média de retração na produção brasileira referente aos anos de baixa produção foi de 25,90%.

Conclusão com projeção:
Considerando também:

• A ultima produção brasileira em 46,5 milhões de sacas;
• A ultima produção mundial em 134,163 milhões de sacas;
• O comportamento de crescimento e retração da produção mundial, estratificado pelos países produtores e analisado através de intervalos de tempo segmentados;

1-a) A próxima safra brasileira, 2009/2010, deverá ser de 46,5 milhões de sacas - 25,90% = 34,50 milhões de sacas.

1-b) A próxima safra mundial, 2009/2010, deverá ser de 134.163.000 sacas + 0,70% (crescimento médio bianual) - 12.044.000 sacas (retração sobre a produção brasileira projetada para 2009/2010 em relação a 2008/2009) = 122,12 milhões de sacas.

O comportamento de produção dos demais países que possuem expressividade indica estabilidade.

2.2- Consumo

A partir de 2000/2001, considerando o crescimento anual médio em 2,5% ao ano, atualmente ( 2008/2009) o consumo situa-se em 128,42 milhões de sacas e para 2009/1010 a projeção poderá ser de 131,63 milhões de sacas, a manter a mesma taxa de crescimento. Deve-se considerar a probabilidade por retração.

2.3 - Preços

Os preços analisados referem-se a valores médios recebidos pelo cafeicultor, no Brasil.
A formação dos preços é diretamente ligada a produção, consumo e estoques, mas não apenas! A análise fundamentalista praticamente ficou sem sustentação nos últimos quatro anos da chamada opulência financeira.

A produção mundial ficará abaixo do consumo, porém, devemos observar que existe um estoque mundial. Estima-se o consumo mundial atual em 128,42 milhões de sacas, contra a produção projetada 2009/2010 em 122,12 milhões, conforme análise anterior.

Este consumo, diante da atual crise mundial, poderá ter retração de até 10%, bem como poderá seguir a média de crescimento, portanto, deverá se comportar no intervalo entre 115,58 - 131,63 milhões de sacas.

O crescimento médio anual de consumo (2,50%) está ligeiramente superior ao crescimento produtivo mundial (2,40%). Elaborando as mais diversas análises sobre o comportamento dos preços, as perspectivas ao curto prazo são de situarem entre $85,00-$100,00.

2.4 - Estoques

Os estoques no atual ano safra (2008/2009) estão em 33,7 milhões de sacas. Observações:

Em final de 2006, a OIC emitiu um relatório apontando que os estoques mundiais estariam entre 35-37milhões de sacas. A estimativa calculada se refere ao ano safra 2006/07, sendo que após este período foram produzidas duas safras mundiais, em 2007/08 e 2008/09. A diferença entre a produção e o consumo neste intervalo de duas safras indica que o consumo superou a produção em 3,33 milhões de sacas.

Assim, os atuais estoques anunciados pela OIC estariam entre 31,67-33,67 milhões de sacas, comprovando o rigor deste estudo, onde aponta 33,70 milhões de sacas.
Este estoque, apesar de reduzido, se comparado a outros períodos, é significante e deve ser eliminado no sentido estratégico da linha de produção quanto a reações de preços.

2.5 - Variação Cambial

O valor atual do dólar frente ao real encontra-se no patamar de equilíbrio, ou seja, onde deveria ter estado há anos. Pelas análises verifica-se que a média de jan/2004 a jan/2009 é de $1,00=R$2,26.

2.6 - Custos Produtivos

A produtividade média brasileira para a próxima safra deverá ser de 16,5 sacas/hectare.
Para o café arábica, nesta produtividade, quer seja manual ou mecanizada, os custos médios estarão segura e expressivamente acima dos valores divulgados e defendidos pelos representantes da atividade, evidentemente comprovando o grande problema desta cafeicultura brasileira.

Para este atual ano agrícola, uma produtividade média de 31,0 sacas/hectare apresenta custos planejados em R$360,00/saca, para uma fazenda totalmente cafeeira, localizada no sul de Minas Gerais. Portanto, torna-se importante perceber o diferencial para produtividades a menor.

2.7 - Conclusões relativas ao cenário mais provável

Considerando a próxima produção brasileira e mundial abaixo da demanda pelo consumo deve-se levar em consideração que a produção em 2010/2011 a continuar este atual modelo superará deficiências ao curto prazo, além do estoque mundial a ser considerado.
Considerando uma retração no consumo, inversamente à média de crescimento atual, teremos 125,2 milhões de sacas a serem consumidas no próximo período, contra uma produção de 121,12 milhões, reduzindo os estoques para 29,62 milhões de sacas.

A ligeira diferença dos crescimentos entre produção/consumo levará a estabilidade entre oferta e demanda por um período longo e indeterminado, caso não sejam criadas estratégias produtivas no sentido de elevação de preços através da retração da oferta, com a criação e estabelecimento de políticas consistentes e específicas, considerando de fundamental importância a redução acentuada dos estoques atuais.

3 - Cenário Ambiente Pessimista

A demonstração dos cenários a seguir possui como base os estudos elaborados ao cenário apresentado acima, portanto, a este "cenário pessimista" serão apresentadas descritivamente as ameaças externas e pontos fracos internos e externos de maior expressão.

A cafeicultura mundial, dentro do atual cenário de crise mundial, com retração na economia, poderá se estagnar, porém, a cafeicultura brasileira também se estabilizando o fará em condição crítica, diferentemente da maioria dos países que possuam expressividade na produção.

A média de crescimento no período 2002-2008, entre os anos de alta produção foi de 35,44%, portanto, a manter o cenário atual teremos para o ano safra 2010/2011 a produção brasileira equivalente a última e acrescida pela média de 0,92%, justificado pela média do crescimento mundial e pela media do crescimento da produção brasileira, sendo de 0,7% e 1,14% respectivamente, ao ano.

Desta forma, a produção brasileira será de 47.360.360 sacas; a produção mundial deverá ser de 136.254.941 de sacas e o consumo podendo variar no intervalo de 115,6-133,8 milhões de sacas. Será fundamental e necessário criar antecipadamente mudanças de rumo e medidas de proteção através de planejamentos e políticas consistentes e precisas.

Na hipótese de encolhimento pelo consumo mundial em até 10%, abastecendo assim os estoques, os preços retrairão. Neste caso, a produção mundial necessitará para se reequilibrar retrair em 6,5 milhões de sacas sobre a projeção indicada para o ano safra 2009/2010, fato que provavelmente não ocorrerá ao curto e médio prazo sem planejamentos.

Assim, para reequilibrar a economia cafeeira, a produção mundial terá de se encolher e o Brasil sendo o mais expressivo deverá ser o protagonista desta acentuada queda e com isto as dificuldades se potencializarão entre dívidas e falências. A cafeicultura brasileira, especialmente ao arábica irá falir neste cenário pessimista, caso não sejam tomadas antecipadamente ações e políticas consistentes, apoiadas sobre planejamentos precisos e urgentemente implantados.

4 - Cenário Ambiente Otimista

Neste cenário, será necessário potencializar os pontos fortes, eliminar ou minimizar os pontos fracos e superar as ameaças externas, bem como, explorar as oportunidades.

Para o próximo período, considerando que a retração no consumo não ocorra, podendo ocorrer o aumento pela demanda considerado em 2,5% sobre o ultimo ano, então o consumo crescerá para 131,6 milhões de sacas, a produção projetada em 122,12 milhões de sacas, gerando assim um déficit produtivo de 9,5 milhões de sacas, consumindo parte do estoque mundial disponível, que passaria a 24,2 milhões de sacas. Na presença deste cenário otimista os preços poderão sofrer pressão altista.

5 - Proposições para alterações e correções de cenários, criando e estabelecendo condições de sobrevivência e competitividade

Para aqueles que desejam acesso a maiores detalhes e comprovações, recomendamos a leitura deste relatório na sua íntegra, onde se apresentam todos os fatores inerentes aos cenários e proposições.

Clique aqui para ver o relatório na íntegra.

Agradeço a especial contribuição em comentários, sugestões, informações e verificações finais feitas pelo pesquisador do IEA/SP Engº Celso Luis Rodrigues Vegro

Varginha, MG-Brasil, 02 de março de 2009.

Engº Jose Eduardo Reis Leão Teixeira
Gerente de projetos e orçamentos
CEO - Estrada Consultoria

JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

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JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

VARGINHA - MINAS GERAIS

EM 11/03/2009

Observem, que mesmo com a recente revisão da OIC quanto a produções, e estimativas maiores por parte da Conab, os cenários traçados não se alteram na síntese.

Esta é a finalidade básica de um planejamento, ou seja, provoca consistência elástica.

Percebam isto, pois é assim que as empresas fazem seus planejamentos e obtêm resultados, além de que os agentes do mercado começam a ficar mais preocupados em divulgar informações distorcidas e irreais, pois sabem que poderão ser contestados, caindo no descrédito.

Depois deste estudo, divulgado, todos terão de ser mais cautelosos também em suas divulgações.
JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

VARGINHA - MINAS GERAIS

EM 11/03/2009

Prezado Antônio Augusto,

Inicialmente agradeço por sua manifestação, o que contraria o nefasto silencio da cafeicultura, que procura agregar vozes e manifestações apenas para gritar em manifestações públicas, típico de quem não possui argumentos consistentes para negociações.

A "caixa preta" da cafeicultura, brasileira ou mundial, é justamente focar os estoques, sendo que através do dimensionamento correto deste muitas ações estratégicas corretivas devem ser tomadas.

O comportamento produtivo dos demais países que produzem acima de 1,0 milhão de sacas, com exceção do Brasil, foi testado neste estudo e se mantém estável. Devido ao grande universo de dados trabalhados, bem como períodos, observa-se principalmente os picos extremos de produção por países, independentemente e isto é extremamente importante, pois constata-se sua capacidade máxima produtiva, bem como suas médias, portanto obtem-se as tendências e probabilidades.

Sendo assim, o Brasil possui condições plenas de comandar uma reviravolta nos preços e assumir a condição de comando, bastando agregar capacitade intelectual e de conhecimentos para elaborar, estabelecer e divulgar ações de impacto, tal como redução na produção e extinção de cafés impróprios ao consumo.

Os representantes da atividade deveriam necessariamente atentar a isto, que certamente geraria impacto dinâmico no atendimento das solicitações da classe produtora, ao invés de manifestações de marcha, num momento em que o mundo é assolado por uma crise econômica sem precedentes, podendo carrear a extinção global de 40% nos postos de trabalho. Neste caso, e as demais reivindicações daos demais segmentos?

Implantar ações sobre planejamnetos estratégicos, desde que consistentes, é atitude profissional e provoca resultados, portanto, a partir do momento que a cafeicultura substituir os devaneios costumeiros por profissionalismo , então os resultados surgirão consequentemente.

Os atuais estoques, em 33,7 milhões de sacas são altamente expressivos e devem ser criadas ações urgentes no sentido de reduzir a aferta através de encolhimento da produção. Esta afirmativa de que estes estoques durariam apenas 3 meses seria verdadeira apenas se o Brasil não produzisse cafe algum durante um ano, portanto vejam por este lado e percebam que isto não ocorrerá, transformando o sonho em pesadelo, ou seja, o que algumas lideranças acrediitam ser um cenário otimista, tranforma-se em pessimista e os preços irão descendo em queda livre.
Analisando pelo aspecto dos custos produtivos tomando a média brasileira de produtividade, estes seriam superiores a $170,00 e a probabilidade de que atinjam este patamar não é visualizada em estudos de probabilidades, sendo que devem atingir a metade deste valor, ao curto prazo. Portanto, a situação se tornará ainda mais grave.

A retração no consumo mundial já está presente e potencializará ainda mais a tendência de queda nos preços. Portanto, a cafeicultura precisará agir imediatamente e profissionalmente.
ANTONIO AUGUSTO REIS

VARGINHA - MINAS GERAIS

EM 10/03/2009

Parabéns José Eduardo. Gostei muito do seu trabalho !

Sua contribuição veio em boa hora e acredito que ajudará muito no equacionamento da grave crise da cafeicultura nacional.

Há tempos não se via uma publicação com boa dose de sustentação o vislumbramento de uma atividade, conforme apresentado.

Hoje pela manhã já havia manifestado minha opinião num artigo do pesquisador Celso Vegro "Goles de Pessimismo", onde em vários pontos, coincidem com o conteúdo dos seus cenários. Há uma sintonia na compreensão da realidade, entre vocês e também percebido por mim.

Os pontos do seu trabalho que mais me chamaram à atenção foram:

1. Os estoques mundiais atuais de café estão altos (próximos a 35 milhões de sacas - quase uma safra brasileira);

2. O consumo mundial, este ano, poderá retrair-se em torno de 10%, podendo ampliar ainda mais este estoque;

3. A rentabilidade do negócio está e continuará altamente comprometida, se não houver iniciativas de redução de produção o mais rápido possível, visando o equilíbrio entre oferta e demanda;

4. Falta de aferição dos custos reais para produzir-se uma saca de café, diferenciado por região. Os custos apresentados pelas lideranças estão muito abaixo do real. Na sua mensuração para a cultura ser autosustentada, para a produtividade média brasileira, o valor médio da saca deverá posicionar-se acima de R$ 400,00, no qual concordo integralmente (chega de falácia);

5. Os investimentos e incentivos de plantio na atividade deverão ser suspensos definitivamente até obter reequilíbrio entre preços remuneradores/produção/consumo/estoques, assumindo a condição de controle;

6. No Sul de Minas Gerais, responsável pela maior produção de arábica e onde não existe outra cultura competitiva o êxodo rural pela decadência da atividade econômica será irreversível, assim como ocorreu em São Paulo, especialmente na região do Vale do Paraíba;

7. Destruir por completo os estoques de cafés de qualidade considerados tecnicamente fora de padrão (principalmente o preto e o ardido) de consumo, servindo apenas como buchas para algum tipo de indústria de torrefação (ajudaria muito no equilíbrio dos estoques);

8. Equacionamento para solução definitiva das dívidas e financiamentos, podendo para isto criar uma política de preços mínimos reais (ou bem acima do mercado => subsidiado "grifo meu") por duas ou três safras consecutivas com compromisso de compra pelo governo, desconsiderando estoques de safras anteriores. Neste caso, o governo recriaria um estoque regulador, devendo ser planejada sua futura transferência ao mercado consumidor.

Saudações.

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