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Qual o tamanho da demanda para a safra 2021/2022?

ESPAÇO ABERTO

EM 15/02/2021

6 MIN DE LEITURA

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Por Marcelo Fraga Moreira*

Mais uma semana (de 8 a 12/02) com o mercado “de lado”, com o março/2021 negociando na máxima a 124,80 centavos de dólar por librar-peso e fechando na sexta-feira (12/02) em 120,50 centavos de dólar por libra-peso (após ter negociado na mínima da semana 120,25 centavos de dólar por libra-peso).

Com o mercado encerrando abaixo das médias móveis dos 17 e 72 dias o próximo suporte agora está nos 117,20 centavos de dólar por libra-peso. Para o mercado recuperar a tendência de alta, no curto prazo, vai precisar romper as resistências 121,50, 122,60 e 123,30 centavos de dólar por libra-peso.

Setembro 2021 as cotações também trabalharam com uma amplitude de 460 pontos, negociando entre a máxima de 130.55 centavos de dólar por libra-peso e a mínima 125,95 centavos de dólar por libra-peso, com fechamento na sexta feira 126,20 centavos de dólar por libra-peso. Ao contrário do março2021, este contrato com vencimento setembro 2021 segue “consolidando”, em tendência de alta, com um forte suporte nos 125,50 centavos de dólar por libra-peso (média móvel dos 72 dias). Rompendo esse suporte poderemos ver o setembro 2021 mudar a “tendência de alta para baixa” indo testar os 123,40 centavos de dólar por libra-peso. As próximas resistências estão 129,00 e 134 centavos de dólar por libra-peso respectivamente.

Com base no último relatório do CFTC** publicado no dia 12/02 (após o fechamento do mercado e sempre com base na posição da terça-feira anterior) os fundos reduziram a posição comprada em -2.689 lotes (estando agora ainda comprados em +26.753 lotes x +29,442 na semana anterior).

Considerando que na quarta-feira o mercado seguiu caindo (chegando a testar no março 2021 os 120.25 centavos de dólar por libra-peso) e negociando 86.100 lotes (até agora o maior volume do ano), 62 mil lotes na quinta-feira e 46.600 lotes na sexta-feira, nossa estimativa é que os fundos seguiram liquidando suas posições para reduzir o risco. Na próxima semana deveremos ver a posição dos fundos, ainda comprados, mas mais próximos dos 21.000 lotes – lembrando que na próxima segunda-feira será feriado nos Estados Unidos (Dia do Presidente) e mercado voltará a negociar apenas na próxima terça-feira (16/02).

Na última semana a preocupação/discussão em alguns grupos de produtores de café seguiu sendo qual o real tamanho da quebra da próxima safra brasileira e em qual empresa/número confiar. E principalmente qual o número correto referente a demanda mundial. Como já exposto aqui, temos números da próxima safra brasileira 2021/2022 variando entre 49 -58 milhões de sacas (Conab falando em 43 milhões de sacas – um número “oficial” que ninguém acredita). A quebra já é líquida e certa, principalmente em regiões do Sul de Minas (com algumas áreas/fazendas realmente tendo quebras irreversíveis acima dos 50%).

Considerando a safra brasileira 2020/2021 em 68 milhões de sacas e a próxima safra 2021/2022 em 53,50 milhões de sacas estamos falando em uma quebra de -21,32% (equivalente a -14.500.000 sacas).

Mas e o consumo? Com base no último relatório publicado pelo USDA (Departamento da Agricultura dos Estados Unidos) em dezembro de 2020, o USDA projetava uma produção anual global em 175 milhões de sacas contra um consumo anual global de 165 milhões de sacas. Isso representaria um aumento no estoque de passagem em 10 milhões de sacas. Antes da pandemia falava-se em um aumento do consumo do café em +3% ao ano (consumo anual adicional em mais de 5 milhões de sacas por ano). Sendo “conservador” e estimando o aumento do consumo global do café, mesmo com a pandemia, em 1,50% ao ano, esse aumento representa +2.475.000 sacas/ano.

Com base no exercício abaixo, considerando que os números da Organização Mundial do Café (OIC) estejam corretos (projetando um estoque de passagem referente a safra mundial 20/21 acima das 5 milhões de sacas) e ajustando os números do USDA já refletindo a quebra da produção brasileira para a próxima safra (considerando a quebra em -14.500.000 sacas) temos:

Estoque passagem: 5,00

Produção: 161,00 (175,00-14,50) *com Brasil produzindo 53,50 milhões de sacas

Oferta total: 166,00

Consumo: -167,45 (165,00 + 2,75)

Estoque final: -1,45

*números em milhões de sacas

Para a próxima safra os números já ficam justos. Qualquer novo evento climático, como intensidade nas chuvas, problemas na qualidade dos grãos, e principalmente risco de eventual geada durante o próximo inverno brasileiro (período entre junho-agosto/2021) esse número do lado da oferta poderá piorar ainda mais. Caso a demanda do café siga crescendo (na casa dos 3% ao ano) com o avanço da vacinação global e retomada das economias dos Estados Unidos, bloco europeu, Oriente Médio, Américas Central e do Sul, Ásia até novembro-dezembro/2021 poderemos ver um aumento considerável do lado do consumo e, consequentemente uma sustentação nas cotações.

O mercado interno brasileiro segue negociando entre 670-750 R$/Saca, dependendo da qualidade e localização de entrega para o café. Produtores seguem vendendo “da mão para a boca”, disponibilizando pequenos lotes apenas para fazer caixa e atender seu fluxo de caixa. Conforme conversado com alguns produtores, esse valor segue sendo remunerador para produtor, com um custo de produção estimado entre 480-520 R$/saca.

Seguimos sugerindo a proteção, HEDGE para os produtores, com a compra do “Put-Spread” para o vencimento Set-21, strike +125 x -110 centavos de dólar por libra-peso vendendo a “Call” de 145 centavos de dólar por libra peso (resultando em uma venda entre 646-786 R$/saca desde que o mercado termine acima dos 110 centavos de dólar por libra-peso). E para a safra 21/22 comprar o “Put-Spread” +130 x -110 centavos de dólar por libra-peso vendendo a “Call” de 165 centavos de dólar por libra-peso (resultando em uma venda entre 682-930 R$/saca desde que o mercado termine acima dos 110 centavos de dólar por libra-peso).

Seguimos vendo muitos produtores analisando o mercado diariamente e tomando “sustos” quando o mercado oscila 300-500-1000 pontos no dia, na semana! Estão vendo o mercado como “oportunidades para operação de day-trade”, e não como uma oportunidade para travar suas vendas! E quando o mercado sobe, oferecendo oportunidades para realizar as operações de hedge (como nas sugestões acima, pagando acima do custo de produção e garantindo o retorno positivo para os produtores), os produtores não fazem nada, ficam olhando, aguardando preços mais altos, e perdendo oportunidades que muitas vezes não voltam! Uma boa gestão de risco/retorno segue sendo essencial para quem quiser seguir nesse complexo e fantástico “mundo agrícola”!

Mantemos nossa atenção para a velocidade das vendas para o saldo da safra 2021/2022 e para as próximas safras e com as operações “estruturadas” tanto para produto quanto para a taxa de câmbio. Não coloquem riscos desnecessários nos livros e não se comprometam com vendas acima dos 50% da sua produção anual futura por enquanto.

Uma ótima semana a todos!

*Marcelo Fraga Moreira é um profissional há mais de 30 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.

_____

** “Call” = opção de Compra

** “Put” = opção de Venda

** “Compra Call-Spread” = compra e venda simultânea de 2 Opções de Compra comprando a Opção com preço de exercício mais baixo vendendo a Opção com preço de exercício mais alto);

** “Venda Call-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Compra vendendo a Opção com preço de exercício mais alto e comprando a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “Compra Put-Spread” = compra e venda simultânea 2 Opções de Venda comprando a Opção com preço de exercício mais alto e vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “Venda Put-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Venda vendendo a Opção com preço de exercício mais alto e comprando a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “CFTC” = Commodity Futures Trading Commission – agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities;

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