ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

"Nervosinhos", por Bruno Miranda

BRUNO VARELLA MIRANDA

EM 17/01/2014

3 MIN DE LEITURA

19
0
O ano começou com declarações que, embora assentadas em fatos econômicos, possuem alto conteúdo político. Ao antecipar o anúncio do cumprimento da meta para as contas públicas no ano passado, o ministro da Economia, Guido Mantega, esperava “acalmar os nervosinhos”. É improvável que tenha conseguido seu objetivo. Afinal, já há algum tempo uma parcela majoritária do mercado financeiro parece ter desistido de escutar aquilo que o ministro tem a dizer. Ou, se o ouve, é para criticar. Assim, a mensagem destinada aos “nervosinhos” era, antes de tudo, um reforço aos argumentos daqueles “calminhos” com o governo.

Até aí, nada de novo. Ao redor do continente, são vários os casos de governos criticados pela elite econômica por suas decisões, sendo Argentina e Venezuela os exemplos clássicos. O que diferencia o Brasil é tanto o grau do incômodo quanto a porcentagem da população que segue satisfeita com o governo. Em linhas gerais, por aqui as queixas parecem menos dramáticas, ao menos se comparadas com aquelas escutadas em Buenos Aires ou Caracas. Ao mesmo tempo, Dilma Rousseff caminha rumo à reeleição, tarefa das mais difíceis para Cristina Kirchner – caso tal empreitada fosse autorizada pela Constituição – ou Nicolás Maduro.

Só o tempo permitirá uma avaliação capaz de relacionar as muitas peças que compõem nossa realidade atual. Desde já, entretanto, é possível traçarmos cenários. Hipótese interessante associa a sobrevivência no sistema político democrático à adoção de uma respectiva política econômica. Em outras palavras, um candidato supera o desafio da reeleição caso seja capaz de delinear um plano de governo que conjugue uma vida melhor para uma parcela da população com medidas que, por mais impopulares que pareçam aos olhos das elites, não chegam a destruir totalmente a sua confiança no país.

A Argentina oferece um exemplo didático. Ali, entre 25% e 30% da população se identifica atualmente com o projeto político de Cristina Kirchner. Em grande medida, manteve-se ao lado do governo quem se beneficia diretamente de suas ações: funcionários públicos contratados nos últimos anos, indivíduos beneficiados por planos sociais, membros de grupos alçados ao protagonismo graças ao patrocínio estatal. Ocorre, porém, que o custo da “aquisição” de tal apoio vem corroendo a base de sustentação econômica de parcelas crescentes da população argentina. Diante de um cenário marcado por inflação crescente, restrições à compra de divisas estrangeiras e queda preocupante das reservas internacionais, é cada vez maior o grupo de pessoas negativamente afetado pela bonança alheia.

Voltemos ao Brasil. Dilma Rousseff segue em alta, apesar das críticas, porque para boa parte da população a vida melhorou na última década. O desemprego em baixa e o estabelecimento de uma série de programas que afetam a vida de milhões de brasileiros são fatos. Podemos questionar a eficiência de tais políticas, não a sua existência ou a percepção positiva da maioria dos que delas se beneficiam. Por outro lado, os “nervosinhos” não têm motivos para estar tão irritados: no Brasil, o grupo detentor de títulos da dívida pública recebe, no total, cerca de quatro vezes mais do governo do que o conjunto de receptores do programa Bolsa Família.

Nesse sentido, o principal risco para o governo, do ponto de vista eleitoral, é a adoção de uma política que privilegie exageradamente apenas um dos lados desse “cabo de guerra”. Caso expanda os gastos públicos de forma atabalhoada, acabará provocando distorções que erodirão a base de sustentação econômica de parcelas crescentes da população – vide Argentina ou Venezuela. Se a decisão for beneficiar os “nervosinhos”, entretanto, pode dinamitar parte dos ganhos dos vencedores da atual década, perdendo milhões de votos. Mais especificamente, as políticas defendidas pelo mercado financeiro não necessariamente se traduziriam em mais emprego ou renda no curto prazo para as camadas mais pobres da população.

O presente artigo não defende situação ou oposição, tampouco diz qual grupo Dilma e sua equipe deveria beneficiar. Apenas busca lembrar que: i) em um sistema democrático, a maioria ganha. No caso de um político em busca de reeleição, se mais eleitores sentem que “venceram” do que “perderam” nos últimos anos, vitória garantida; esse parece ser o caso no Brasil; ii) quem se queixa da atual política econômica também possui interesses. Dizer que as decisões do governo são “ideológicas” e as defendidas pelo mercado financeiro escolhas “técnicas” é algo questionável; iii) os “nervosinhos” podem se queixar, mas as coisas poderiam ser piores. Quanto pior a situação das camadas mais pobres em um contexto em que todos os votos valem o mesmo, maior a tendência do governo à adoção de políticas redistributivas e, portanto, de motivos para o pessimismo das elites.

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

BRUNO VARELLA MIRANDA

Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri

19

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

WAGNER ALBERTO FIGUEIREDO

CACONDE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/01/2014

Caro Sr Marden.



Obrigado Por visualizar o vídeo "Ranking dos Políticos" , e de expor sua opinião a respeito.



Concordo plenamente com suas idéias, e pelo que se pode ver desses nossos debates, relata-se a má  educação cultural do nosso país, que é o verdadeiro enigma.

Uma porque são a maioria, falando em maioria pensamos em números de votos  também, outra por trocar seus valiosos votos por migalhas, e pensando assim podemos concluir educação de baixa qualidade nas escolas de nossas crianças e demais, governantes corruptos sempre eleitos...!!! Pois bem, possuímos uma classe baixista que é sempre manipulada e de grande crescimento em razão de nossos governantes , que já não é novidade para todos nós. É interessante para nosso governo ter pessoas simples que votam sem saber em quem e por que. Vivemos em um País em que o aluno tem total direito sobre um professor, que jamais pode ser repetido de série, apenas em casos extremos, "e olha la ainda" rsrs. Aprendemos em escolas  publicas, no hoje por exemplo, o idioma inglês a oito anos e formamos alunos que não sabem se quer formar frases, "Se precisar é só fazer cursinhos particulares...!"



Vivemos em um país onde temos região com falta de mão-de-Obra, e outra com grande índice de Desemprego. Isso Vivo na pele, ano passado contratamos migrantes para realizar trabalhos em nossa cafeicultura que esta localizada nas montanhas, tivemos problemas com leis trabalhista onde a burocracia é extremamente grande e inacreditável, pois ao pensamento do governo, é desinteressante que pessoas migrem onde existe riquezas de trabalhos, escolaridades, e escolaridades um pouco melhores.



Fico extremamente irritado em assistir propaganda da nossa "rainha do axé"  em um canal de televisão de auto nível que, sair de seu estado para outro por motivos de profissão é considerado trabalho Escravo. Caro Bruno, desculpa a piada mais, se isso é verdade você que é pesquisador  e esta doutorando em Columbia você é considerado mais que escravo??? Ou está a caminho? hehehe desculpas pela Brincadeira, obvio que na realidade não é considerável, JAMAIS, mas são as leis de nosso país.



Um Exemplo lógico, se Maior Parte do Nordeste vive um cenário antigo de miséria, porque continuar ajudando famílias terem filhos nessa terra?  Poderiam ter incetivos que migrassem famílias para regiões onde falta mão-de-Obra? Que é o caso das cafeiculturas Brasileiras em montanhas. Má,s tratar dessas famílias carentes com misérias e mante-los em péssima educação traz benefício para Política corrupta, mante-lo sempre no poder.



A verdade é que possuímos Política em beneficio de votos e não Para o bem da Sociedade. Infelizmente!



Para terminar, Voltamos ao Vídeo, acredito sim como unica ferramenta no momento para buscar solução, Pois o Brasileiro é comodado dimais para acompanhar o que realmente acontece na nossa política, que age bem e mal. Geralmente são informados apenas por redes comunicativas que também existem manipulações. Abçs



Wagner
JONAS TORRES

ALFENAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/01/2014

Sr Marden, concordo plenamente. Sem uma revolução na educação vamos continuar com essa mentira de inclusão social. Inclusão social não é o sujeito comprar um boné de marca e entrar no shopping em 200/300/1000 pessoas cantando alto para aparecer. A verdadeira inclusão passa principalmente pela educação e pelo trabalho...Mas não aquela educação relatada acho que por Marden, nitidamente esquerdo-populista, onde se ensinam os direitos mas se esquecem dos deveres. Em algumas universidades federais hoje basta você apresentar o RG para ingressar conforme já aqui relatado por outro colega. Acompanho isso muito de perto, o nível educacional foi fortemente destruído nos últimos 10 anos. Se percebe um total desconhecimento de coisas que antes eram tidas como básicas para o ingresso e para o aprendizado de nível superior. Não estou aqui culpando somente o governo do PT, o Brasil sofre com seus governantes não é de hoje. Acabamos reclamando deles porque já vão para 12 anos no poder e sinceramente, só vejo pioras no quesito desenvolvimento quando contextualizamos o Brasil com o mundo. Educação foi destruída, construiu-se ai o principal pilar para o populismo. Ai fica fácil, mostram números ao povo que o Brasil cresceu, que diminuiu a miséria etc etc, mas não mostram que o Brasil cresce menos que a economia mundial( 3% ano passado). Um país pobre, emergente, sem infraestrutura, com nossas condições, crescer menos que a economia mundial, crescer menos que países já fortemente estruturados é lamentável. O governo vive fazendo lambanças como as relatadas por alguns nos comentários, esconde inflação, atrasa repasse do SUS em dezembro para fazer superavit nas contas, destrói a Petrobras que já perdeu mais de 200 Bi em valor de mercado, bajula países populistas ( aceita médicos cubanos, que vem pra cá e não podem pedir asilo político, trabalham por 200/300 dólares e o resto fica com o patrão( Fidel)...Inaceitável o comportamento do Brasil como nação, suas parcerias com o socialismo-populista latino.  

País populista sem leis, sem ordem, onde os chamados "filhos ou caçados da ditadura militar" nos roubam e dão risada da nossa cara ( obs: não sou a favor de qualquer tipo de ditadura, militar ou populista). Fica fácil entender porque o MUNDO colocou a mão no peito do Brasil!!!!!!!!!!
WAGNER ALBERTO FIGUEIREDO

CACONDE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/01/2014

Caro Bruno!



Em Primeiro lugar meus parabéns pela publicação de um artigo, onde esta chamando a atenção, como você mesmo mencionou, várias pessoas, de vários lugares e de várias alturas. Sinto grande Prazer em perceber o numero de pessoas com ideias e ideologias interessantes que estão participando e sendo respeitados. Como já vi  nesse mesmo site, esse nosso debate já é considerado uma manifestação, onde todos são livres para opinar, com a total preocupação para mudança, realidade do povo brasileiro: "Estamos Insatisfeito, estamos em crise"  e é pensado e manifestando dessa forma que podemos chegar em algum lugar. Não sou pessimista e acredito sim em uma mudança no nosso querido, rico país. Somos Brasileiros Sabemos Produzir, merecemos administração politica de qualidade. Para isso devemos mudar radicalmente  a nossa cultura principalmente mais pobre, que infelizmente, são  maiorias que votam em troca de misérias, cestas básicas, bolsas, e por ai vai...!!!



Um Forte Abç!



Wagner Figueiredo
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/01/2014

Caro Bruno, boa noite!



Obrigado pela resposta e pela troca de ideias. Sou obrigado a concordar com você, principalmente no caso da orientação e aparelhamento da formação escolar. Nisso você tem razão. Na minha época -- e já se vão bons 30 anos! -- notava-se a orientação, mas isso não permeava as provas e as aulas. Realmente sempre existiu. Acho que agora recrudesceu.



Os problemas estruturais sempre existiram, é fato. O que quase me desespera é termos perdido um boom desenvolvimentista recente que possivelmente não se repetirá no curto prazo, associado a um governo que finge estar tudo bem. Acho que é isso que me dá nojo: o fingimento, o jogar pra galera, o lançar mão de subterfúgios para manter-se no poder, o atacar as consequências, e não as causas.



Obrigado pelo debate, meu caro!



sds,



...Marden.
EDUARDO HERON SANTOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 22/01/2014

Boa noite Bruno,



As governanças municipais estão podres, assim como as estaduais e federais!! Os municipios pedem recursos e não sabem administrar ou gerem mal. A coisa mais comum nos noticiários são filhos de prefeitos e servidores publicos recebendo o "Bolsa Família". A Folha de São Paulo publicou em dezembro de 2013, que dos 60 municipios sorteados (eu disse sorteados) para a auditoria do program "Bolsa Familia", 59 estavam em irregularidades. É triste!!! Imagine se todos os municipios participantes do programa fossem auditados ??? Sou a favor da distribuição de renda, pois o brasileiro tem o perfil de consumidor e isso faz a industria interna gerar. Porém, esse modelo de assistencialismo chamado "Bolsa Família" é, na verdade, o maior programa de voto cabrestro instituido no Brasil, pois quando se anuncia que um governante ou partido irá acabar com o programa, as pessoas dependentes se sentem ameaçadas e colaboram, com a sua ignorância e falta de informação, para a  perpetuação da corrupção no país. Eu corroboro com o sentimento do Marden e sinto um pessimismo gigantesco, pois aquele povo que foi a luta nas ruas por causa do aumento dos R$ 0,20 (vinte centavos) na passagem dos ônibus, se contetou com a redução e voltou a ficar alienado!!! Como pode haver otimismo com uma população que se satisfaz com migalhas, enquanto politicos corruptos, eleitos pelo povo, continuam roubando milhões????
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/01/2014

Prezado Wagner e demais colegas,



(com o devido pedido de desculpas ao Bruno pelo uso do seu "espaço" para discussões que alteram, um pouco, o rumo inicial)



Muito bom o vídeo, melhor ainda o site. Infelizmente, continuo pessimista. Os argumentos do vídeo, associados à informação do site, seriam, por si, suficientes para mexer com o status quo das coisas. Mas tal linha de raciocínio exige uma premissa que não temos: as pessoas precisam ter acesso a essa informação (tarefa relativamente fácil) e, principalmente, compreendê-la, compilá-la, digeri-la. Isso é quase impossível. Explico.



É aí que a coisa "pega". O brasileiro médio é analfabeto funcional. Li há pouco tempo um artigo em uma revista -- infelizmente não me lembro qual, nem o autor -- em que o articulista mostra com números que na região mais rica e pujante do Brasil, se não me engano, 70% da população alcança no máximo o nível de "ler e não compreender". Imaginemos o resto do país...



Além disso -- e o que vou colocar aqui é um pouco controverso mas, desculpem, é minha opinião -- o brasileiro médio é leniente por conveniência. Ele se aquieta se determinada situação lhe é favorável, mesmo que o preço disso seja alto para o país. Ou seja, ele passa o individual à frente do coletivo sem muito pudor. É por isso que é relativamente fácil manter-se no poder usando privilégios como moeda de troca.



Claro que existe uma parte da população que não é assim. E o desafio é incutir na cabeça de boa parte da população que tudo estaria bem melhor se, em um primeiro momento, deixássemos o individual pelo coletivo.



Antes que isso se pareça com papo de barbichinha socialista, eu adianto: não é. Não quero vir com a mesma filosofia barata do partidão no poder. Quando digo "coletivo" quero dizer que o brasileiro deveria pensar um pouco mais no país e menos em si somente. Acho que a coisa passa pelo trabalho, pelo mérito. E a mudança de mentalidade só acontece por educação.



É coisa de muito longo prazo. Mas precisamos começar, antes que a coisa fique definitivamente crônica e irreversível.



Voltando ao meu argumento central e à proposta do site e do vídeo. Temos políticos bons, e também potenciais políticos bons. Um caminho excelente seria realmente fazer com que esses estivessem no poder, e nem consigo imaginar como, pelos motivos acima. Com bons líderes, "purgar" o imediatismo brasileiro seria muito mais fácil. Por meio de boas leis e educação de qualidade: um atalho de décadas!



Mas infelizmente eu vejo a nossa classe política apenas e tão somente como uma amostragem da nossa população. Temos bons políticos, como temos bons brasileiros. Mas o maus -- os que querem tudo para si -- estão aumentando, e ganhando o jogo (ôpa! olha o jogo do Bruno, hehehe).



Em outras palavras: para mudar a classe política, temos que, antes, mudar a nós mesmos. Uma revolução pela educação. Quisera eu que os rolezinhos fossem por educação de qualidade...



abs,



...Marden.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/01/2014

Prezado Wagner,



Muito obrigado pela contribuição para o debate. De fato, iniciativas que busquem aumentar o conhecimento da população sobre os nossos representantes é fundamental. Há uma série de questões que são "ideológicas", mas outras, como o combate à corrupção, são sentido comum (ou deveriam ser!)



Atenciosamente



Bruno Miranda
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/01/2014

Prezado Eduardo,



Agradeço o comentário. Concordo contigo: há uma série de desafios estruturais que deveriam preocupar. De fato, há muita gente preocupada com isso (vide o debate aqui nesse espaço). Há problemas que são anteriores a esse governo, outros trazidos pela última década; o que os une é o fato de que todos precisam ser discutidos.



Gostaria de aproveitar o seu relato para fazer um lembrete: pensemos em um nível mais micro, o das prefeituras. Estarão estas fazendo a lição de casa? Uma das coisas interessantes desse site é que participam pessoas de diversas cidades do Brasil, cada qual com o seu porte, realidade, desafios. Pois bem, como as autoridades municipais estão lidando com aquilo que têm que fazer? O que estamos fazendo para que essas prefeituras melhoram o seu desempenho?



Atenciosamente



Bruno Miranda
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/01/2014

Prezado Marden,



Obrigado por mais esse relato. Sobre o que disse, alguns comentários rápidos:



i) fiz vestibular em uma época anterior à entrada do PT no governo e em matérias como geografia e história já havia uma orientação semelhante ao seu relato. Boa parte dos professores no colegial também segue uma visão parecida, em parte porque a sua formação universitária é assim (reflexão da orientação teórica da maioria dos professores). Enfim, podemos questionar se esse fato é um problema ou não; agora, o fato em si é anterior ao atual governo, na minha opinião.



ii) a população brasileira sempre passou por problemas estruturais graves. Muitas vezes leio relatos em que tenho a impressão de que antes o povo vivia bem e agora está indo em direção ao buraco. Isso não é verdade. De novo, podemos discutir se os atuais rumos melhoram algo no curto prazo ou não (há inúmeros problemas a serem apontados), mas não podemos jogar toda a culpa do nosso atraso em 10 anos de governo do PT. Provavelmente essa década tenha contribuído para manter problemas anteriores, criado novos e resolvido alguns (poucos, quem sabe)...



iii) temos que reconhecer que há uma enorme desigualdade de renda no Brasil e que isso é um problema. Por trás da "baderna" de eventos como os tais "rolezinhos", existe uma realidade dura: nos bairros mais afastados de cidades como São Paulo (cuja realidade eu conheço melhor por ter vivido a maior parte da minha vida), as opções de lazer na periferia são muito limitadas. Em outras palavras, falhamos todos: o poder público porque foi incapaz de organizar o espaço, empresas imobiliárias que muitas vezes reforçam a lógica especulativa que expulsa os mais pobres para áreas cada vez mais distantes, as pessoas que não souberam se organizar e propor algo novo. Enfim, creio que é necessário dialogar. Escutar o que o outro lado tem a dizer e, claro, falar aquilo que temos para falar.



Por favor, não peça desculpas. O objetivo dessa coluna é justamente esse: que os seus leitores participem!



Atenciosamente



Bruno


WAGNER ALBERTO FIGUEIREDO

CACONDE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/01/2014

Prezados Amigos; Srs. Jonas Torre, Marden Cicarelli, Wanderley Cintra Ferreira, Bruno Varella Miranda, e demais...



Em primeiro Momento Parabéns a todos pelo cometários e exposições da Nobreza dos seus Ideais perante nossa Politica Brasileira.

Eu como verdadeiro Produtor Brasileiro igual a muitos, que paga  seus imposto, "contribuo para crescimento desse País", Etc , Estamos Fartos sustentar quem não trabalha, e politicos que abusam de seu poder. Meus Caros queria expor muitas de minhas Ideias, más gostaria que a todos, primeiramente, visualiza-se video,  link abaixo, que é de grande interesse de todos cidadãos produtores, esse video trata-se de uma divulgação"Ranking dos Políticos", que é uma grande ferramenta para melhor diferenciar políticos bons e ruins, trabalho que é difícil. Considerando uma Ferramenta, espero que todos produtores, "trabalhadores em geral" acrescentem mais conhecimento de divulgar, acredito em chegar no dia que podemos separar uma boa classe de Politicos bons. Por favor não deixe de ver esse video tenho certeza que você vão fazer polêmica. Estou aberto para quaisquer opinião ou pergunta. Forte abraços a todos!



https://www.youtube.com/watch?v=mEiagPFgAsU
EDUARDO HERON SANTOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 21/01/2014

Caro Bruno,



Não vou me ater a discussão partidária, pois essa não é a questão e além disso já passaram por lá PMDB, PSDB e agora o PT, mas o fato é que há uma miopia preocupante no Brasil quanto aos indicadores e resultados produzidos pelo País.



Como se explica a péssima qualidade da saúde e ensino no Brasil que sediará a copa do mundo este ano? Veja como ficou a África do Sul após a edição do campeonato mundial?? Não seria uma tática inteligente e persuasiva de guerrilha as vésperas de uma eleição presidencial no país do povo da memória curta???



E o recente saldo produzido pela balança comercial, o pior desde 2000?? E a inflação descontrolada que está consumindo o bolso do brasileiro??



E a nossa ineficiência logistica, sem incentivos para a diversificação e ampliação de transportes modais (ferrovias e hidrovias)?? Como o Brasil irá escoar os mais de 200 milhões de toneladas estimados para a produçaõ de grãos em 2020, portanto, daqui a 6 anos, com estradas cheias de buracos, com portos caros, burocráticos e superlados???



E Petrobras?? Alguem vem acompanhando a desvalorização da empresa que até pouco tempo era orgulho do país. Onde está a autosufiencia anunciada??? Ao longo dos ultimos anos a empresa vem pagando um preço alto para sustentar as contas do governo, visando conter o aumento da inflação, com a importação de derivados do petróleo.



E os financiamentos ??? O indice de inadimplência aumento no Brasil!! O Brasileiro está endividado!!!! Há uma estimativa que cerca de 30% dos financiamentos imobiliários da Caixa Econômica estão inadimplentes???



Tem mais coisa....mas muito mais coisaa....



Pergunto: Como um país com a riqueza que tem pode produzir estes pífios resultados?? Como um país com a riqueza que tem pode crescer apenas 2,3% em 2013??  Quem vai pagar essa conta ?? Será que aqueles que foram resgatados da pobreza sobreviverão se o país viver uma crise profunda e que o force a voltar para a linha da pobreza, mas agora endividado???





Vou deixar alguns pensamentos para reflexão:



1) "O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.", Margareth Tacher



2) "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." , Arnold Toynbee



3) A ignorância de um povo perpetua a governança dos corruptos



4) Os gafanhotos só permanecem nas lavouras enquanto há alimento, pois depois que acaba vão se embora e fica-se o estrago no campo para um novo replantio.


MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 21/01/2014

Caro Bruno,



Obrigado pela atenção e pelo seu tempo em me responder. Eu de fato estou muito pessimista com o país, pois não consigo deixar de ter a sensação de que a imensa maioria do povo não consegue ver a ilusão que não se sustenta no médio prazo -- e aí não estou falando só de cafeicultura. É de país, mesmo.



O aparelhamento que o governo atual tem feito em todas as esferas é perverso, e isso ajuda a afundar mais ainda o país. Dou três exemplos:

1. Parece haver um esforço subliminar para jogar uns contra os outros aqui no país. Brancos contra negros, pobres contra ricos. Diante das recentes ebulições sociais (um eufemismo para "baderna"), vemos ministros e demais autoridades dispararem sem o menor pudor que se tratam de reações contra a opressão dos ricos, ou que a coisa acontece por preconceito de cor. É de um cinismo criminoso. E a cambada, em sua maioria analfabeta funcional (fruto da tal progressão continuada) vira massa de manobra. E massa de manobra não pensa, vandaliza.

2. Recentemente, fiz um novo vestibular. Eu fiquei estarrecido com duas coisas: primeiro, o aparelhamento do conteúdo da prova -- as questões e a própria redação o obrigam a tomar posições claramente socialistas. Como se uma questão de matemática tivesse um enunciado parecido com "um trabalhador rural oprimido tinha dez maçãs, e metade foi usurpada pelo patrão latifundiário". Brincadeiras à parte, o doutrinamento esquerdista permeia toda a prova, até onde realmente não cabe. A segunda coisa foi... eu passei! Como um sujeito que não se preparou em nada, que estudou matérias como química, biologia, história, geografia há mais de 30 anos, consegue fazer uma prova de vestibular em universidade federal e passar com grande diferença para os outros candidatos? OK, o despreparo dos jovens não é bem um  aparelhamento, mas um emburrecimento da população que chega a enojar. E eles se tornam... massa de manobra.

3. Ontem, um telejornal noticiou um embate no campo, em que supostos quilombolas foram retirados à força de uma invasão. A matéria pintou os quilombolas como vítimas, e os encapuzados que os expulsaram como os bandidos. Sim, eles são. Mas os ditos quilombolas também são, e em maior escala, se é que crimes podem ser escalonados. Pois note que a área nem estava em processo de inclusão para reforma agrária: a reportagem rapidamente informou que a propriedade está em "estudos para inclusão" nessa condição. E a cereja do bolo: o quilombola entrevistado era... branco. Seria algo como eu me arvorar de índio e requisitar um naco de terra em algum lugar por aí!



Bom, finalizando e resumindo. Eu não consigo ver uma melhora no país sem uma melhora nos índices educacionais. E isso ninguém busca. Preferem taxar os poucos críticos de nervosinhos. Isso é um covarde estelionato moral. Aguardemos 2015 e a conta da fuzarca.



Novamente, obrigado pelo espaço, pela resposta e desculpas a você e aos dois leitores que eventualmente chegaram até aqui.



sds,



...Marden.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/01/2014

Prezado Marden,



Muito obrigado pelas palavras. Você aborda questões interessantes; sobre elas, deixo minhas impressões abaixo:



i) em nenhum momento falei sobre o médio prazo ou longo prazo. Tampouco fiz uma avaliação da política econômica do governo. Apenas lancei uma hipótese em que tento relacionar as diversas peças de um cenário bastante complexo. Em outras palavras, não prescrevi soluções, apenas tentei explicar o que vem acontecendo, sem juízo de valor (que mereceria, por si só, um artigo);



ii) respondendo a sua pergunta, o Brasil é diferente da Venezuela. Até por isso, não acho que o jogo político brasileiro se "envenezuelizará" em breve. Ou, ao menos, não encontro evidências amparadas na realidade. E a Venezuela enfrenta uma série de problemas em sua gestão econômica, que é das mais incompetentes na atualidade.



iii) o argumento "a maioria está comprada, ou iludida" me parece simplista demais. O que podemos discutir é se essa "maioria" a qual você se refere está pensando apenas no curto prazo ou mais adiante. De fato, provavelmente a maioria não está pensando muito além dos benefícios colhidos nos últimos anos, o que não chega a ser uma novidade: diria que a maioria dos eleitores baseia o voto em projeções de curto prazo.



iv) todo político tenta se perpetuar de alguma forma no poder. Alguns o fazem dentro das regras, outros fora delas. O político, porém, é um profissional como outro qualquer. Digo isso porque um argumento clássico é o seguinte: "o governo atual distribui planos para se perpetuar no poder". Pode ser, mas isso não quer dizer que outros governos também não tenham suas estratégias para se perpetuar no poder.



v) concordo que as políticas de redistribuição podem e devem ser aperfeiçoadas. De novo, não fiz juízo de valor sobre a sua qualidade no texto (embora tenha citado, bem rapidamente, o fato de nosso Estado ter problemas estruturais importantes).



vi) também concordo que o Brasil passa por desafios importantíssimos no médio prazo. Na economia, há uma série de dúvidas... Porém, é necessário entender como um governo se mantém popular sem, para isso, usar desqualificações. Eu estou interessado em entender essa dinâmica, que para mim não parece tão clara como muitos apontam. Talvez seja um defeito daqueles que trabalham com pesquisa: é comum escutar de outras pessoas, ao lançar uma hipótese, a frase "isso é óbvio" ou ainda um "nada a ver".



Dado que o espaço está se encerrando, fico por aqui. Caso tenha algo mais a discutir, terei enorme prazer em seguir trocando ideias contigo. Aproveito para convidar outros leitores a também dar a sua opinião.



Atenciosamente



Bruno Miranda
JONAS TORRES

ALFENAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/01/2014

Bruno, longe de mim defender qualquer político ou partido, mas atenção, no quesito "buscar maximizar votos" ninguém fez melhor que os "PTs" da vida, e usando uma tática de guerrilha bem populista : A luta de classes!!! Como disse Marden :"  sim, estou pessimista. Não porque o time de vermelho vai ganhar mais uma (o sr chamou de jogo, lembra-se?). Mas porque a tática do time de vermelho é insustentável no médio prazo. Eu não queria ter que pagar o preço. E nessa hora eu queria, sim, estar em Columbia."
WANDERLEY CINTRA FERREIRA

FRANCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/01/2014

Parabens Jonas . Brilhante exposição de nossa realidade. Wanderley
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 17/01/2014

Prezados Jonas,



Muito obrigado pelo comentário. Acho que você aborda alguns problemas estruturais que merecem ser discutidos. Concordo também que a atual política foi possível porque, entre outras coisas, vivemos uma década em que a conjuntura internacional era favorável. É evidente que há uma série de aspectos que podem ser melhorados, e um setor público mais eficiente seria o mínimo a ser pedido.



Sinceramente, não sei se o atual estado das coisas é reflexo de uma visão "esquerdo-populista". Será que a direita que temos não seguiria caminho semelhante, dados os incentivos impostos pelo atual "estado das coisas"? No fundo, o sistema político funciona como um mercado, em que os políticos buscam maximizar votos (e assim, conseguem manter o emprego). Os "PSDs" da vida estão aí para mostrar isso...



Atenciosamente



Bruno Miranda
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/01/2014

Caro Sr. Bruno,



Vou me ater apenas aos seus três quesitos do último parágrafo, que sintetizam seu artigo.



i) Essa maioria está comprada, ou é simplesmente iludida. Massa de manobra. Talvez, à distância, lhe pareça que o jogo é justo, pois o sr cita vencedores e perdedores. Mas faça uma leitura menos desatenta do país e dos setores produtivos e verá que a situação não se manterá no médio prazo. Melhor, venha produzir café. O "jogo democrático" brasileiro em breve se "envenezuelizará". O sr considera a Venezuela uma democracia? Quais as diferenças entre o Brasil e a Venezuela? Bom, não temos o petroleo deles. Mas também não temos o Ministerio de la Suprema Felicidad. Mas ambos temos postes no governo. O resto (criminalidade, populismo, economia encurralada baseada em commodities) se não são iguais, em breve estarão.



ii) Não considero ideológicas todas as decisões do governo. Algumas são, quando não completamente equivocadas, de um viés covarde de quem busca, apenas, perpetuar-se no poder. Quer um exemplo? Pegue qualquer fala do ex-presidente que comece com "nunca antes na história desse país", e verá que é equivocada, ou mentirosa. E me prove que não é populista, que não é "jogar pra galera".



iii) Nada contra redistribuir. Mas com critérios e contrapartidas. Bolsa-família atrelada à educação. Cota atrelada ao desempenho. Salário-desemprego atrelado a cursos de melhoria profissional. Casas e terrenos a pessoas que realmente fossem morar ou produzir onde quer que seja, e não venderem para aderir a um novo movimento. Trabalho (real, de retorno à sociedade) reduzindo penas, e não resenhas de livros que ninguém vai ler (escritas por advogados no gerador de lero-lero, lidas por ninguém, avaliadas por alguém). E, agora, a pérola da semana: bolsa-crack, mas que seja atrelada a um programa de desintoxicação.



Finalmente, não me considero "dazelite". Não cheguei a passar fome como a minha avó, mas comia maçã uma vez por ano. Estudei pra caramba e sempre trabalhei 12 horas por dia. Hoje emburreci e produzo café. Mas como me senti incluído, de alguma forma, "nazelite" que o sr menciona, quero afirmar que estou, sim, pessimista. Não porque o time de vermelho vai ganhar mais uma (o sr chamou de jogo, lembra-se?). Mas porque a tática do time de vermelho é insustentável no médio prazo. Eu não queria ter que pagar o preço. E nessa hora eu queria, sim, estar em Columbia.
JONAS TORRES

ALFENAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/01/2014

Só complementando um comentário sobre a  colocação: i) em um sistema democrático, a maioria ganha. No caso de um político em busca de reeleição, se mais eleitores sentem que "venceram" do que "perderam" nos últimos anos, vitória garantida; esse parece ser o caso no Brasil..........Gostaria de lembrar que este não é somente o caso do Brasil, é também da Venezuela,  Bolívia entre outros, que mesmo mergulhados em crise, continuam se afundando com discurso das "elites", dos "nervosinhos" e por ai vai...Está mais do claro para mim, o Brasil ja mergulhou numa crise sem precedentes, iniciada por uma crise de credibilidade internacional, basta ver a bolsa brasileira com o pior desempenho do MUNDO...Contas de inflação são maquiadas com destruição da Gigante Estatal, balança comercial camuflada com a Petrobras vendendo plataforma para ela mesma.  Infelizmente,parte da população realmente só vai perceber quando seus bolsos forem atingidos...E pode apostar, vai doer mais nos pobres do que na dita "elite" ou classe média. Falo isso de peito aberto, não tenho partido nem adoração por nenhum, apenas acredito que o Brasil tomou o rumo do populismo empobrecedor latino e o mundo desenvolvido ja percebeu isso.
JONAS TORRES

ALFENAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/01/2014

Esse pensamento esquerdo-populista está acabando com o país. A farra dura até o dinheiro acabar, a história mostra isso!!! E parece que não estamos tão longe de tal situação. Ninguém é contra a melhora das classes mais pobres e nem de uma melhor distribuição de renda, mas os modelos adotados são no mínimo questionáveis. A classe média, forte geradora de impostos virou "elite" no Brasil. Está massacrada e não aguenta mais a alta carga tributária sem um mínimo de serviços como retorno. Pagamos altos impostos, pagamos escolas aos nossos filhos, pagamos planos de saúde, pagamos pela segurança e por ai vai. O programa bolsa família não é invenção do populismo em que mergulhamos, aliás ele foi altamente combatido por Lula antes de virar presidente, dizendo que no Brasil o que se fazia era dar espelhinhos aos índios. Ora, ao chegar no poder o nobre Apedeuta descobriu a força de tal mecanismo como dominação de massas, tratou de aumenta-lo e criar um belo projeto de poder. O tiro de FHC saiu pela culatra!!! Bom, desculpe, mas acredito que a melhora verificada no Brasil nos anos recentes ( Sim, modesta, mas ela aconteceu), ocorreu mais por uma conjuntura mundial do que por uma distribuição de 100/200 reais a algumas famílias. Ora, crescer 3/4% quando a China crescia 12% não é mais do que obrigação, fomos literalmente arrastados pelos cabelos. Infelizmente, o período de calmaria mundial poderia ter sido muito melhor aproveitado com investimento em infraestrutura, educação e por ai vai, mas o que se viu foi corrupção, projeto de poder e propaganda de um país da fantasia que sempre cresceu menos que seus pares. Não entendo porque ficar aumentando bolsa família num país onde um dos gargalos é justamente a mão de obra, basta olhar o setor café. Hoje oferecemos em nossas propriedades, casa, energia elétrica, salários acima do mínimo e não conseguimos fixar o Homem no campo. Até nas cidades, como percebi em viagem recente ao nordeste, um dono de quiosque na praia em Fortaleza-Ce me relatou que não conseguia garçom, porque o pessoal não quer registro em carteira para não perder benefícios do governo. Preferem o "bico" juntamente com a ajuda do estado. Ora, esse cidadão não paga previdência, não paga impostos, recebe benefícios e amanhã, nós, a dita "maldita elite" ainda vai custear sua aposentadoria. A conta não fecha e os investidores do mundo inteiro sabem que a conta vai chegar. Não sou contra programas sociais, mas o camarada que o recebe deveria ser encaminhado imediatamente a postos reguladores de trabalho( se necessário com capacitação profissional). O trabalho sim dignifica o Homem, ele sim, tira o sujeito da miséria, muda a condição social e transforma gerações. Mas dar trabalho, infelizmente, não é sinônimo de dar votos!!!

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures