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Nem preto nem branco: cinza

POR SYLVIA SAES

E BRUNO VARELLA MIRANDA

BRUNO VARELLA MIRANDA

EM 26/01/2010

5 MIN DE LEITURA

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Em artigo publicado recentemente na Folha de São Paulo, Marcelo Vieira e Luiz Suplicy Hafers argumentam que estamos assistindo ao fim de um ciclo. Mais especificamente, ponderam os autores que a cafeicultura, o principal motor da economia brasileira durante décadas, vem sucumbindo frente a mudanças estruturais aqui ocorridas, que encarecem a mão-de-obra e tornam difícil a competição no mercado internacional. O resultado: endividamento crescente do setor.

Em meio a esse quadro, afirmam os autores, é necessário encontrar, primeiramente, uma regra de saída que permita a redução dos cafezais no Brasil. Com isso, a parcela ineficiente de nossa produção seria erradicada, garantindo o fim das pressões sobre a oferta. Na sequência, Vieira e Hafers apontam a possibilidade de o Governo aliar tal processo com uma reforma agrária pacífica e viável, e que leve em conta o potencial da agricultura familiar na produção de café. Finalmente, o tema da dívida do setor é abordado, com a defesa de sua redução como requisito para um planejamento de longo prazo da cafeicultura.

A partir da exposição de Vieira e Hafers, são diversas as opções para um debate. Indo além, um único artigo certamente será insuficiente para expor, com a precisão requerida, todas as ideias originadas da leitura desse texto. Por isso, apresentaremos alguns tópicos que consideramos fundamentais para uma reflexão acerca da situação real da cafeicultura brasileira.

Custos X Benefícios

Ninguém nega que os custos com mão-de-obra constituem um dos principais gargalos para os chamados "médios produtores". Nas regiões de montanha, tal quadro é especialmente sentido. Some-se a esse quadro a concorrência do café Robusta - citada por Vieira e Hafers -, cuja produção é mais barata. Haveria alguma alternativa para um quadro tão desalentador?

Deixando de lado a questão da mão-de-obra por um instante, não há como deixar de reconhecer que há mais elementos que contribuem para a delicada situação de parte da cafeicultura brasileira. Na atualidade, produzimos nas regiões de montanha grãos capazes de atingir niveis de qualidade invejáveis. No mercado, porém, a reputação do café brasileiro está longe de corresponder ao nosso potencial, algo que fatalmente se reflete nos preços.

Evidentemente, a melhoria da qualidade - e da reputação - não constituiria uma solução para o conjunto dos cafeicultores nas condições descritas por Vieira e Hafers. Faria parte de uma virada, entretanto, a conscientização de que por trás de tantos gastos com mão-de-obra há um produto com qualidade diferenciada. Nunca é demais lembrar também que o café brasileiro "contém" políticas ambientais e trabalhistas muito mais rigorosas que as dos concorrentes.

Por isso, com a busca de uma devida valorização dessas peculiaridades, uma quantidade considerável de cafeicultores poderia fugir das armadilhas da "impessoalidade" de parte do mercado internacional, que tende a privilegiar somente quem tem o custo menor. E disso depende fortemente a ação coordenada dos agentes ligados ao setor.

A culpa é só da mão-de-obra?

Acima demos um exemplo prático, cuja reflexão faz-se necessária: provavelmente não estejamos recebendo a recompensa adequada pelo potencial de nossa cafeicultura. A partir dessa hipótese, gostariamos de estender o questionamento acerca da parcela de culpa da mão-de-obra na crise da cafeicultura.

Comecemos por um assunto delicado. Número considerável de agricultores segue mantendo um controle precário de seus custos, além de ignorar ferramentas básicas de gestão. Aos que fazem a lição de casa, tal afirmação deve ser ignorada; aos que não o fazem, porém, já passou da hora de buscar uma adequação do negócio aos desafios impostos pelo atual quadro.

Da mesma maneira, cabe enfatizar que nosso sistema financeiro talvez não esteja preparado para amparar um relacionamento sustentável com a agricultura. Em parte, esse quadro se deve a uma realidade que está relacionada à gestão da atividade rural no Brasil: a falta de dados. Sem condições de especificar qual o risco de sua atuação no setor, bancos acabam penalizando quem tem tudo pra dar certo. Por sua vez, o governo também sofre com a ausência de informações, desperdiçando inclusive medidas com a melhor das intenções.

No entanto, tal constatação é insuficiente para explicar a situação atual. Que os bancos no Brasil ganham demais, isso não é novidade para ninguém. Igualmente, falta ao governo a capacidade de dar respostas que façam algo mais que apagar o incêndio nos momentos críticos, ou seja, políticas públicas mais consistentes e estáveis. Por sinal, isso só será possível quando houver um engajamento pleno dos setores com problemas, pautado pela determinação de direitos e, principalmente, responsabilidades.

Existe uma regra de saída?

A ideia de uma regra de saída, já tentada anteriormente com resultados medíocres, deve ser vista com bastante ceticismo. Primeiramente, o controle sobre tal iniciativa é necessariamente precário, e a volta dos produtores no momento em que preços melhores sejam observados é a tendência natural.

Outra questão, relacionada ao fator "mão-de-obra", merece a reflexão de todos, qual seja: o aumento dos salários, da mesma forma que afeta a cafeicultura, prejudica também outras atividades agrícolas. Dessa maneira, a migração desses produtores em direção a culturas diferentes não resolveria o problema dos próprios produtores!

Uma opção seria a de pagar para que esses produtores deixassem de produzir. Cabe nos perguntarmos, entretanto, quais os efeitos dessa política. Logo de cara, elimina-se a possibilidade de uma reforma agrária pacífica e viável - afinal, quem venderia suas terras caso tivesse a garantia de recebimento de um pagamento mensal como incentivo para o abandono da cafeicultura? Indo além, quem pagaria essa conta?

Em resumo...

Este artigo não esgota a considerável quantidade de assuntos originada a partir do texto de Vieira e Hafers. Podemos citar a questão da reforma agrária como um dos possíveis pontos a serem explorados no futuro. Não queremos, porém, alongar muito a discussão, a fim de evitar que a quantidade de temas prejudique a reflexão e um eventual debate.

Cabe ressaltarmos, como conclusão, que o estabelecimento de uma relação tão estrita entre o custo da mão-de-obra e o problema da dívida na cafeicultura não parece ser o melhor caminho para um planejamento de longo prazo. Qualquer ação tomada com base nesse raciocínio dificilmente beneficiaria todos os que mais sofrem com o custo da mão-de-obra na atualidade. Pior, certamente seria comemorada pelos "irresponsáveis" - retomando uma expressão usada por Vieira e Hafers -, ainda mais quando se tem em conta a fragilidade de acordos envolvendo o abandono de determinada atividade econômica.

Por isso, qualquer planejamento de longo prazo da cafeicultura deve anteceder o equacionamento do problema das dívidas, ou ao menos considerá-lo, de forma transparente, como parte do processo. Condicionar o reposicionamento do setor à redução da dívida do setor provavelmente contribuirá para a repetição de velhos erros do passado, consequência direta de diagnósticos parciais e conclusões apressadas. Daí a importância de um debate de alto nível, algo, que por sinal, o texto de Vieira e Hafers possibilita.

SYLVIA SAES

Professora do Departamento de Administração da USP e coordenadora do Center for Organization Studies (CORS)

BRUNO VARELLA MIRANDA

Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri

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RAFAEL ALTOE FALQUETO

VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/03/2010

Prezados Amigos,
se analisarmos o principal argumento, que aparece em toda opinião lúcida e coerente, Do Marcelo Vieira, Luiz Hafers, Profª Sylvia, Bruno Miranda, Renato, do Clovis... sem dúvida elencarei: a EFICIÊNCIA DENTRO DA PORTEIRA.
Nosso amigo, Armando Matiele, traz algo novo para a discussão. Este fato tem que ser levantado como bandeira por todos nós: A BUSCA DA EFICIÊNCIA FORA DA PORTEIRA.
Vejo que este é um problema recorrente e que existe por aqui, também na Região Serrana do ES: existem Cooperativas trabalhando contra o produtor. Compram o café a preço de comodite e vendem com o ágil que deveria ser passado para o cafeicultor!!!
Obrigado, Armando Martiele, por ter colocado à tona uma realidade que está nas "nossas barbas". Vamos realinhar os objetivos das Cooperativas. Estas foram criadas para nos erguer, fortalecer! Não para ficarem com nossos lucros e marginalizarnos das informações e oportunidades. São associações-cooperadas pelos cafeicultores e para descobrirem as oportunidades e serem os meios de possibilitarem a economia-social-igualitária e promotora de melhores negócios para os cafeicultores!
Proponho um basta e retalização às COOPERATIVAS que trabalham com fins escusos.

Obrigado.
Grande abraço a todos!
CLÓVIS DE PIZA

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/02/2010

Prezados senhores e senhoras,
Frente a capacidade de todos que expuseram seus comentários acima, me considero indígno de opnar, porém me atreverei:
Infelizmente (ou felizmente) observamos ao longo da história, que nos mais diversos setores econômicos sobreviveram aqueles que buscaram a eficiência, inovaram e se adaptaram às mudanças que o desenvolvimento lhes impuseram, o que não é e será diferente na cafeicultura. Como mencionado por vários anteriormente precisamos pensar em políticas públicas que venham beneficiar os que tiveram essa capacidade de se adequar aos novos cenários. Àqueles "ineficientes", a menos que estejam dispostos a se modernizarem em termos produtivos e gerenciais, não importando o seu porte, não poderão ser beneficiados por tais políticas sob o risco de perpetuarmos uma situação "artificial", a qual o mercado não mais comporta e aí sim, prejudicando toda a cadeia.
Outro ponto a ser pensado é o fato de termos cafés de excelente qualidade e estarmos vendendo comodities, inclusive com deságio, conforme citado pelo Dr. Matielli. Acredito que estratégias de markenting (governamental + privado) internacional e nacional (afinal temos mercado interno fantástico) poderiam trazer mais benefícios à cadeia produtiva do café do que centrar as discussões apenas à negociação de dívidas, como vemos ser defesa de alguns.
Não estou pregando aqui "caça as bruxas" daqueles "ineficientes", porém acredito que tudo aquilo que for pensado e dito deve ter foco na cadeia como um todo.

Essas palvras são minha humilde contribuição para a discussão de um tema tão amplo, e que quanto mais participação houver, poderá trazer soluções a esse setor tão importante no cenários econômico, social e ambiental do agronegócio.

Agradeço a atenção.
Clóvis de Piza
CARLOS ALBERTO AIMOLE PAGLIARONE

FRANCA - SÃO PAULO

EM 17/02/2010

Sem querer julgar ou ser julgado, porem sabemos tudo o que esta acontcendo de errado, preço adubo e defencivos, mão de obra e leis trabalhistas, custo safra, almento preço diesel, a qualidade do café devidos às chuvas constantes ou secas duradouras, manutençao de implementos etc, etc, etc
Isso é motivos de reclamações de todos os agricultores não só do cafeeicultor, ja a ums 10 anos . Sera que basta ser eficiente ou pressiza se de algo mais para obter lucros? . Será que a culpa é também das prorrogações de dividas daqueles coitados que por azar sofrerão com chuvas de granizo ou veranicos fora de épocas ? . Nada disso nobres amigos, creio que a solução é muito mais abrangente, e, diria mais ´´a venda futura esta acabando com a agricultura no Brasil´´
ARMANDO MATIELLI

GUAPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/02/2010

Carissimos, essa discussão tecnica é de suma importância mas aqui continuamos a discutir dentro da porteira. precisamos urgentemente focar `` o fora da porteira ``. o Brasil com praticamente 50% de market-share não consegue se impor no mercado com nossos cafés de excelentes qualidades. Estamos vendendo café base Nova York com desconto de até 25 cents de dolar por libra peso e nossos concorrentes, praticamente todos os outros países produtores de arábica, estão vendendo com ágio de 70 a 90 cents de dolar por libra peso. Isso sim , é um absurdo. Estamos entregando nossos cafés para os países ricos do primeiro mundo com um deferencial de R$200,00/saca por falta de gestão, conluio e anacronismo. vamos mudar isso. Hoje, o mercado de café no Brasil é uma verdadeira guerra contra os produtores e ,nossas cooperativas, quase todas, não passam de preparadores de café para os exportadores que são financiados indiretamente pelo Funcafé bem como no setor industrial que também é financiado pelo Funcafé, inclusive algumas multinacionais. Gente, vamos mudar um pouco o foco. a Sincal está de olho nessa rapinagem contra o cafeicultor brasileiro..
MARCELO VIEIRA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/02/2010

Vimos com grande interesse o comentário de Sylvia Saes e Bruno Miranda a nosso artigo "Café o Fim de um Ciclo". Com vários questionamentos pertinentes, nos sentimos motivados a estender a discussão.

Primeiramente a questão: a culpa é só da mão de obra? Concordamos que não é, e talvez num artigo curto pudéssemos ter passado a impressão que fosse essa nossa opinião, mas concordamos que muitos outros fatores contribuem para a perda de competitividade de nossa cafeicultura.

O crescente custo Brasil, imposto por uma legislação com o espírito correto, nos levando a uma crescente modernização das relações de trabalho e da adequação ambiental, mas com custo maior do que deveria ser fosse nossa legislação mais racional e nos trazendo obrigações que nem de longe são pensadas nos demais países produtores de café. Como vai um produtor brasileiro, obrigado a uma crescente carga de direitos trabalhistas que dobram como custo o valor recebido pelo trabalhador, em função de direitos como férias de 30 dias com adicional de 33%, pagamento de horas in itinere, etc., competir com o produtor da América Central, onde a mera reclamação ou ameaça de organização para exigir direitos pode levar a um risco de vida para o trabalhador?

Quanto à legislação ambiental, nos é imposto um crescente custo de licenciamento, talvez maior que o da adequação, pois exige a contratação de consultorias e avaliações cada vez mais detalhadas do impacto ambiental da produção, levando nosso campo a uma eliminação de impactos que nem de longe é exigida de nossas cidades. Temos um custo financeiro mais elevado que qualquer outro país de agricultura competitiva, e agora sofremos uma apreciação cambial que faz com que preços internacionais excelentes para o café, fazendo a alegria de todos nossos competidores, não dão nenhum fôlego adicional a nosso cafeicultor.

Sylvia e Bruno também lembram a possibilidade de busca de melhor resultado através da diferenciação da qualidade, buscando mercados como o de cafés especiais. Disto Marcelo tem alguma experiência, por seu trabalho de muitos anos à frente da Associação Brasileira de Cafés Especiais - BSCA. Realmente esta opção pode trazer bons resultados a quem a ela se dedica, mas pelo pequeno volume negociado nestes nichos de mercado é uma opção real para algumas centenas de nossos 200.000 cafeicultores, ou seja, tem um impacto bem limitado em termos de criação de um futuro melhor para a grande maioria dos cafeicultores brasileiros.

Eles abordam ainda a questão crítica da capacitação de nossos agricultores (não achamos que cafeicultores sejam menos capacitados que nossos demais agricultores ou outros gestores de outros tipos de pequenos negócios) para a condução dos seus negócios. Mas na prática vemos que o que falta de conhecimento técnico em avaliação de custos a nossos agricultores com menor educação formal talvez lhes sobre em foco no resultado de uma maneira simples, mas eficaz, "apertando o cinto". Não vemos nos produtores mais sofisticados, com equipes administrativas monitorando custos e planejando as operações de uma maneira eficiente, maior resultado no negócio que aqueles que fazem como nossos antepassados, contando os tostões e brigando para não despendê-los. Como competir com um produtor africano, que apesar da absurda ineficiência de seu mercado com um grande número de intermediários lhe permitir receber menos de metade do preço final do produtor, tem no café a única alternativa de uma renda marginal que lhe permita algo acima da simples subsistência?

Quanto à criação de uma regra de saída, realmente é uma solução de difícil implementação e que precisa ser muito bem administrada para evitar distorções. Mas no mundo real onde outras soluções melhores ainda não foram encontradas, pode ser uma alternativa melhor que a repetida rolagem de dívidas impagáveis, que dificilmente retornarão um dia ao Funcafé, e que só crescem, pois a cada rolagem são somados custos financeiros enormes e são também disponibilizados novos recursos que aumentam o problema ao invés de resolvê-lo.

Em resumo, nem preto nem branco para quem analisa com distanciamento, mas para quem está imerso na produção sem perspectiva de sucesso o negócio está preto mesmo!

Marcelo Vieira e Luiz Hafers
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 08/02/2010

Caro colega Milton,

Na verdade, eu não falei nada que não seja bem claro pra quem vivencia o dia-a-dia da cafeicultura brasileira.

Mesmo o que Marcelo e Sr. Luiz tiveram foi o mérito de trazer para discussão uma realidade bem conhecida e, aí sim, sugerir a quebra de alguns paradigmas. Tanto que motivaram Sylvia e Bruno a se manifestar. E que a discussão frutifique!

Abraços,

Renato
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 08/02/2010

Mestre e amigo, Rena,

"We do can!"

O "fora da poteira" é crucial, e eu, que cada vez estou mais "fora" do que "dentro" não posso negar. Mas, como você deixou bem claro, o "dentro da porteira" é pré-requisito para o "fora da porteira". Não adianta querer sofisticar marketing e comercialização caso não se tenha o básico. E também não da prá por sempre a culpa na politica, ou falta de, política cafeeira.

Uma "política" voltada pra solução de gargalos de competitividade decorrente de carências técnico-gerenciais seria muito bem vinda. Fazer o simples, bem embasado tecnicamente e com as contas na ponta do lápis resolve, e muito!

Forte abraço,

Renato
MILTON MELO SILVEIRA

CÁSSIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/02/2010

Prezado Renato Fernandes,

concordo inteiramente com suas ponderações. A facilidade no crédito e principalmente as prorrogações de dívidas criam um desequilíbrio no mercado, dando sobrevida aos ineficientes e mantendo a oferta abundante, o que por sua vez não deixa os preços subirem e portanto, tais ações tão insistentemente perseguidas por nossas "lideranças" estão prejudicando cafeicultores que adotam boas práticas de gestão e cumprem com seus compromissos. Quanto a questão da mão-de-obra, que se tornou cara para a cafeicultura de montanha, principalmente para os que tentam seguir na legalidade e obedecer a legislação vigente, esta deve ser analisada por cada produtor, em seu sistema de produção, de acordo com a produtividade, custos e grau de mecanização possível. Muitos não poderão seguir na atividade, como estão fazendo tendo que adotar outros sistemas ou alternativas.
ALEMAR BRAGA RENA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/02/2010

Estimado Renato,

Você acertou na mosca!

Tudo bem que se mudem os líderes indequados, que se renegociem as dívidas, que os financiamentos sejam no momento certo e a juros adequados, que se encontrem nichos de mercado, e tantos outros aspectos da "porteira para fora". Mas, cuidado!; alguns desses pontos podem até ser nocivos ao cafeicultor e à cafeicultura, por estar perpetuando a ineficiência. Além de que o produtor muito pouco pode fazer a respeito deles, pois está a mercê de garras poderosas.

No entanto, as atividades da "porteira para dentro" estão nas mãos do cafeicultor, mediante aumento da produtividade, melhoria da qualidade e a consequente otimização de custos. "Yes, we can"! Sim, a mudança é possível com conhecimento, com tecnologia e muito bom-senso. E por tecnologia não estou sugerindo grandes coisas, somente; às vezes, apenas a humildade de ouvir e dar razão. Por que você não experimenta?

Saudações

Rena
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 04/02/2010

Caros Sílvia e Bruno,

Concordo que não há um caminho tão preponderante a ser seguido. Para mim, o grande mérito do artigo de Marcelo Vieira e Luiz Hafers é abrir o caminho para a discussão do problema social representado por parte dos produtores não competitivos.

Ninguém pode, ou imagino que queira, proibir quem quer que seja de entrar, sair ou voltar de qualquer atividade. Mas, tirada a "mangueira do soro" das eternas prorrogações de dívidas e dadas condições favoráveis à sua quitação, muita gente vai querer sair, e por si só. Quanto à possibilidade de volta quando os preços melhorarem, todo produtor sabe que é muito mais fácil "pegar dinheiro no banco" quando o preço do café está bom. Falo de dinheiro governamental. Basta que se tenha um mínimo de estratégia nas políticas de financiamento ao setor.

Por outro lado, a busca por nichos de mercado pode ser interessante, mas nichos, por sua própria definição, não são para todos. Além disso, o que o acesso aos nichos garante é demanda diferenciada e, por conta dela, adicionais sobre o preço de equilibrio de mercado.

Num caso como o do café, cujo preço de equilibrio é volátil, acredito ser mais viável buscar competitividade via otimização de custos, dando ao adicionais advindos dos nichos o caráter de lucros supernormais, com a vantagem de ser pouco sujeitos à ameaça de novos entrantes.

Traduzindo, é sempre buscar ter custos para pelo menos dar pra se manter vivo no mercado de comoditty e procurar ganhar um pouco mais no mercado de nicho. Isso vale pra cada produtor e pra cafeicultura do país como um todo.

Abraços,

Renato
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 03/02/2010

Prezada Professora Sylvia Saes,

Parabéns pela clareza do artigo. Realmente os pontos levantados pelos Senhores Luiz Hafers e Marcelo Viera são cruciais para o futuro da cafeicultura brasileira.

Por outro lado, vale ressaltar que esta é uma situação longa o suficiente para vermos que alguns cafeicultores médios já conseguiram obter êxito em sair deste "cheque". O sucesso deles está no que chamamos de "gerenciamento" ou "gestão" de sua empresa rural. Os vencedores buscaram saídas, como por exemplo, os nichos de mercado propiciados pelas inúmeras certificações nacionais e internacionais; a integração vertical, torrando seus melhores lotes e partindo para o varejo; ou então, aqueles que detinham capital, buscaram tornar-se grandes. É claro que não é mágica, é trabalho duro, e em muitos casos, com muita união.

Por sua vez, você tem toda razão ao questionar a eficácia de se pagar para retirar os ineficientes, pois quem pode garantir que não voltarão ao café no primeiro momento de bonança. Este com certeza é outro grande problema a ser resolvido.

Realmente, teremos muitos desafios para 2010, e como o pessoal andou elencando seus desafios, eu também tomo a liberdade de elencar os meus "3D":
Gerenciamento, para aumentar eficiência produtiva;
Marketing, para abrir novos mercados;
Diálogo, para unir o setor.

Um forte abraço e parabéns novamente!

Paulo Henrique Leme (PH)
Consultor em Marketing estratégico no agronegócio
P&A Marketing Internacional
JORGE FERNANDO VILELA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 01/02/2010

Alem da qualidade do café o diferencial de remuneração do trabalhador brasileiro deveria ser considerado pelo mercado internacional. Estamos perdendo para paises onde a remuneração do trabalhador é um prato de comida, onde não existe nenhuma rede de proteção social e nenhuma preocupação com a questão ambiental. Ou seja, o mercado internacional, tão cioso da responsabilidade social da atividade econômica, no caso do café fecha os olhos e aceita nivelar por baixo a questão social e ambiental.
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 27/01/2010

É muito importante este espaço para que os próprios cafeicultores exponham suas opiniões. Não há duvida quanto ao problema da mão de obra,que tem se tornado, cada vez mais insustentável, mas sabemos que a conta final sempre sobra para o consumidor final, que exige sempre um produto mais qualificado, o que nem sempre ocorre.Sobre o custo da mão de obra porque não se adotar parcerias e, também terceirização, possibilitando mais ascenção de classes dentro da cafeicultura.A cafeicultura precisa de atitudes renovadas para se adequar mais ao espirito do agronegócio.

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