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A lógica do 'Estado bombeiro' e a cafeicultura

BRUNO VARELLA MIRANDA

EM 06/08/2013

4 MIN DE LEITURA

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Além de colaborador, sou leitor assíduo dos portais da Rede Agripoint. Neles obtemos não apenas valiosas informações sobre o cotidiano de diversas cadeias do agronegócio, como também somos capazes de captar o humor daqueles que delas participam. Seja por meio de uma análise, ou ainda pelas cartas dos leitores, obtemos percepções que ajudam a moldar nossas opiniões e tornam a interação na internet uma experiência valiosa. Pois bem, acompanhando o andamento das discussões, é evidente o mau humor dos agentes ligados à cafeicultura. Os motivos do descontentamento são óbvios, bastando algumas horas no CaféPoint para entender o que incomoda o produtor brasileiro. As soluções, porém, não são tão óbvias, especialmente se o objetivo é um plano capaz de resistir no longo prazo.

Mais especificamente, chama a atenção a recorrência com que a palavra “governo” é utilizada nas queixas dos leitores. Ao que parece, passadas duas décadas de uma experiência transformadora para a cafeicultura brasileira – a desregulamentação do mercado –, boa parte dos produtores nacionais ainda não digeriu totalmente a nova realidade. Nela, o Estado deveria atuar como um criador de condições adequadas para o desenvolvimento das atividades econômicas, evitando, porém, maior intervenção na rotina dos agentes econômicos. E, convenhamos, boa parte da opinião pública critica ferozmente os excessos de Brasília – ou a sua incapacidade de entregar o prometido mesmo com tais “excessos”. Há apenas algumas semanas, milhões de brasileiros protestaram, entre outras coisas, contra tal situação.

Façamos, então, um rápido exercício de abstração. Ocorre que, em tempos de vacas magras, é recorrente no Brasil a busca por apoio desse mesmo Estado que criticamos, independentemente do setor considerado. Os métodos utilizados variam; menos heterogêneo é o tom dos pedidos. Geralmente, o governo é acionado para apagar o incêndio, assumindo os custos derivados do desempenho de uma determinada atividade econômica. Ao mesmo tempo, fala-se sobre reestruturação do setor, novas alternativas para um 'desenvolvimento sustentável', etc. Controladas as labaredas, entretanto, a maioria dos planos de longo prazo são abandonados, enquanto os agentes aproveitam os momentos de bonança. Tudo ficará relativamente calmo até que nova crise ecloda, em um ciclo que se repete continuamente.

A conta, claro, é paga por toda a sociedade. Muitos argumentarão que isso é necessário devido aos milhões de empregos gerados pelo setor beneficiado. Outros que aquele segmento da economia é fundamental para o desenvolvimento nacional. Independentemente do argumento, duas perguntas são incontornáveis: existe alguma hierarquia entre atividades produtivas, sendo algumas mais importantes que outras? Quem deve decidir isso: o mercado ou o governo? Para responder tal pergunta, convém simular exemplos com inúmeros setores, e não apenas aquele em que atuamos. Passando ao desfecho, se este é “sim, existem alguns setores mais importantes” e “o governo deve estar presente apoiando tais segmentos”, chegamos a um estágio em que o Estado decide quem tem que sobreviver, baseado nessa “escala de importância”, e faz tudo pela sua sobrevivência, ainda que as forças do mercado soprem para outro lado.

Não precisamos ir muito longe para concluírmos que a conta pode sair bem cara. Diante de um Estado especialmente permeável a demandas populistas – basta ver os rumos que o Congresso está tomando semanas após os protestos, com a votação de leis que demonstram irresponsabilidade em relação ao futuro – o prejuízo para a sociedade pode ser ainda maior. Hora de voltar à cafeicultura. Embora seja compreensível a aflição de centenas de milhares de produtores, temos a obrigação de lembrar que faltam mecanismos que permitam o auto-financiamento do setor no longo prazo, levando em conta os ciclos que o caracterizam. Não podemos oscilar entre a defesa do intervencionismo e a exaltação ao livre mercado de acordo com o contexto que enfrentamos.

Em resumo, ao ler os depoimentos dos leitores e o posicionamento do setor, sinto falta de um maior envolvimento com um plano de longo prazo para a cafeicultura em que os agentes privados ofereçam respostas para os problemas que enfrentam. Nele, o Estado tem um papel, claro; este, porém, deveria ser estruturante. Temas como taxa de câmbio, pesquisa e desenvolvimento, carga tributária e infraestrutura, entre outros, podem e devem ter a participação pública. O aprofundamento da reorganização do setor, porém, cabe aos milhões de integrantes do setor, seja individualmente em suas propriedades, seja coletivamente por meio das organizações que os representam.

É provável que este texto receba uma série de críticas, talvez até algum testemunho revoltado. Antes de fazê-lo, porém, recomendo fortemente a leitura de outro texto publicado no CaféPoint há cerca de um ano pelo Celso Vegro (As boas intenções '1'). Nele, um Plano Estratégico para o setor é dissecado com riqueza de argumentos. Com tantas conquistas nas últimas décadas, tenho certeza que a cafeicultura pode trilhar um caminho exitoso sem que, para isso, tenha que adotar o caminho da pressão ao governo com objetivos de curto prazo. E, justiça seja feita, bons exemplos já existem, de modo que um bom começo seria tentar replicar modelos bem sucedidos existentes em nossa própria realidade.




ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

BRUNO VARELLA MIRANDA

Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri

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EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/08/2013

Caro Bruno,



Obrigado pelas indicações. Vou ler assim que possível.



Na verdade eu li apenas alguns artigos curtos sobre a Escola Austríaca, mas fiquei bastante interessado.



O Instituto Ludwig von Mises Brasil publicou várias obras em português. Os livros estão disponíveis para download no site do próprio Instituto:



https://www.mises.org.br/Ebooks.aspx?type=99



Vale a pena conferir.



Abraços.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/08/2013

Prezado Carlos,



Agradeço o comentário. Legal você ter falado sobre o pessoal que "sentou em cima da saca de café", já que este é justamente o tema do meu próximo texto, que deverá ser publicado aqui no CaféPoint na semana que vem.



Concordo com o que diz sobre a preocupação em melhorar constantemente. O Espírito Santo, nesse sentido, oferece um bom exemplo para o setor; muitos produtores foram capazes de dar o salto necessário para competir em posição favorável no mercado.



Finalmente, sobre o papel da Alemanha como reexportadora de café, trata-se de uma situação longe da ideal, mas que é explicada, entre outras coisas, pela existência de barreiras tarifárias a produtos industrializados exportados para a União Europeia. O que ocorre, na prática, é o que a literatura chama de "escalada tarifária": o café verde entra sem tarifa, mas outros produtos não. Com isso, fica mais difícil competir.



Impossível, porém, não é. Podemos discutir aqui na coluna, com a ajuda de vocês, possíveis estratégias para dinamizar o setor.



Atenciosamente



Bruno Miranda
CARLOS RENATO ALVARENGA THEODORO

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/08/2013

Bruno! Muito pertinente este seu artigo e o artigo complementar do Celso Vegro que você indicou para ser lido. Sou Presidente de uma pequena Cooperativa do Sul do ES e vejo constantemente reclamação de produtores de que o governo tem que estabelecer um preço para o café, intervir na baixa dos preços, etc. Mas, não faz muito tempo que os preços estavam excelentes e muita gente "sentou em cima da saca de café" e não quis vender. Boa parte dos estoques remanescentes vem destes que fizeram isto. Quando o preço está bom não há uma preocupação em investir em lavouras mais produtivas, em reduzir desperdícios e em se certificar e produzir com mais qualidade.

Recentemente li um artigo no Cafépoint que falava que a Alemanha era maior reexportadora de café industrializado e em grão do mundo.E nós como maior produtor de café não podemos disputar uma fatia maior deste mercado, industrializando e exportando mais os nossos produtos seja nas Cooperativas, seja na iniciativa privada?.  È com tristeza que vejo no artigo ele falar que foi desarticulado um grupo especializado em mercado, pois no nosso país quando se fala em pesquisa e tecnologia, só se pensa nos custos e não nos resultados e ganhos que a pesquisa nos traz, vejam o caso do conilon no Espírito Santo, com seus constantes ganhos de produtividade e qualidade, resultado de anos de pesquisa do Incaper.

Resumindo, todas aquelas propostas estruturantes do artigo do Celso são necessárias e urgentes, mas precisam sair do papel, o governo tem seu papel neste processo, mas nós como participantes da cadeia do café precisamos fazer a nossa parte com criatividade e proatividade.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/08/2013

Prezado Eduardo,



Obrigado pelo comentário. Como orientando da professora Sylvia Saes durante o mestrado e parceiro na redação de textos aqui para o CaféPoint durante um longo período, tenho certeza que as minhas opiniões foram influenciadas por sua visão de mundo. De fato, o argumento não chega a ser totalmente novo; há cerca de 4 anos, publicamos dois textos aqui mesmo em que debatíamos, ainda que sob um ângulo distinto, as demandas de parte do setor por um plano de auxílio.



Aproveito para convidá-lo a sempre deixar a sua opinião no CaféPoint. Como disse Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra". Em outras palavras, é do confronto de ideias que tiraremos possíveis soluções para os dilemas da atualidade. Se você foi execrado, provavelmente é porque fez um bocado de leitores pensar naquilo que havia dito.



Atenciosamente



Bruno Miranda
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 10/08/2013

Prezado Renato,



Acho que, nessa história toda, há um enredo dos mais interessantes. Mais especificamente, entender as consequências que a exclusão de tantos produtores dessas ferramentas provoca na relação entre o governo e o setor. Compreender plenamente os efeitos dessa realidade sobre a governança do setor talvez nos ajude a evitar erros de política no futuro.



Atenciosamente



Bruno Miranda
EDUARDO LANA DA CRUZ

SERRA DO SALITRE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/08/2013

Parabéns Bruno pela matéria. Fiz alguns comentários sobre um texto da Sylvia Saes, publicado  neste mesmo Cafepoint a cerca de uns quatro anos, comentários estes que tinham um caminhos muito parecidos com o que você trilhou neste artigo, fui execrado arduamente. Mais uma vez, parabéns pela coragem.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 09/08/2013

Caro Bruno,



Concordo plenamente que há vícios de relacionamento, principalmente entre as "lideranças cafeeiras" e o governo bombeiro.



Por outro lado, são inegáveis, nos últimos 5 - 10 anos, os avanços no sentido da estruturação dos relacionamentos na cadeia produtiva do café do Brasil, principalmente e paradoxalmente de arábica. Contratos a termo, baseados em padrões pré-estabelecidos de qualidade e participação de fornecedores de insumos na comercialização são ferramentas que cresceram e crescem a olhos vistos. No entanto, volto a frisar que há um número grande de produtores que não acessam tais ferramentas. São estes que acabam, involuntariamente, dando munição para o relacionamento viciado com o governo.



Abraços,



Renato
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/08/2013

Prezado Renato,



Eu é que tenho que agradecer pelo importante aporte de fatos e opiniões para o debate. Eu dei o pontapé inicial, mas daí para frente é bom saber que tem predominado a troca de ideias . Soluções não são fáceis; se fosse simples, não estaríamos aqui...



Eu acredito que a chave para a implementação de políticas mais adequadas para o setor está na redefinição do relacionamento entre as iniciativas pública e privada. O governo é necessário sim, como você enfatiza, fazendo o que precisa ser feito. Estejamos atentos, porém: os rumos tomados pela gestão pública são consequência, entre outras formas, da forma como este se relaciona com os grupos que compõem a sociedade. Se faltam respostas em questões básicas, é também porque parte da iniciativa privada se "viciou" em demandar outro tipo de solução nos momentos de aperto, e se dá por satisfeita com isso.



Atenciosamente



Bruno Miranda   
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/08/2013

Prezado Cesar,



Obrigado pelo comentário. De fato, o desafio é criar uma interação mais saudável com o governo, sem que este seja apenas um bombeiro. Definido melhor qual é o papel de cada parte nesse relacionamento, acredito que todos ganham.



Para tanto, porém, é preciso uma visão ambiciosa e uma agenda propositiva por parte da iniciativa privada.



Atenciosamente



Bruno Miranda
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 08/08/2013

Caro Bruno,



Em primeiro lugar, deixe eu te dar os mais que merecidos parabéns pelo artigo que suscitou uma discussão realmente interessante.



Pois é, o Estado bombeiro entrou em ação, ontem. Conseguirá estancar o incêndio?



As chances de êxito são grandes, pelo simples fato das opções serem lançadas em plena safra com exercício previsto para o pico da entressafra. O próprio comportamento normal do mercado já indica que, em condições normais de temperatura e pressão, esperar que a cotação suba até os R$ 346,00 prometidos por D. Dilma não requer muito otimismo.



Além disso, as outras medidas "enxugadoras' de oferta tendem a ajudar a consecução do objetivo do governo, que é elevar os preços a ponto dos produtores conseguirem vender no mercado a mais que os R$ 346,00, sem que o MAPA tenha que adquirir o café e ainda ganhando os prêmios dos contratos.



Mas será mesmo que vai dar certo? A resposta virá do relação entre o tamanho da ação do governo e o tamanho do problema. Qual foi a calibragem para se determinar se deveriam ser 3 milhões de sacas, ou 4 ou 5? A fria reação da bolsa de NY hoje pode ser um mau presságio? Tomara que não (paradoxalmente, Londres sobe mais que NY hoje).



Voltando a seu artigo, uma gestão mais profissional e de longo prazo da política cafeeira certamente faria com que ferramentas muito úteis, como os contratos de opções de compra governamental, tivessem seu potencial melhor exprimido. Será que realmente dá pra esperar isso de nossos governos ou de qualquer governo?



Li, há pouco, uma notícia aqui no Cafepoint na qual se "comemora" o resgate da produção colombiana. Em 2008, quando fiz o relatório sobre nosso concorrente para o CIC, aquele país produzia 12 milhões de sacas anuais. Governo e Federación lançaram o "milagroso" plano de renovação que prometia levar a produção a 17 milhões de sacas  (!!) em 2015. Projetando para doze meses a produção de julho, eles devem passar por pouco as 12 milhões que tinham em 2008. Felizmente, erraram feio, senão haveria mais 2 milhões de sacas de suaves para pressionar o mercado.



Será mesmo que vale esperar pelos governos? Se eles se limitarem a prover uma mínima governança...



Forte abraço,



Renato .
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/08/2013

Prezado Willian,



Agradeço o comentário. É preciso que o governo tome cuidado para que uma distorção não se transforme em desculpa para a próxima distorção que levará à necessidade de uma nova distorção...



Interessante que você cita medidas necessárias que as classificaria como "estruturantes" em meu artigo. De fato, o governo poderia estar fazendo um papel melhor nessa área.



Fica o convite a você - e a todos os outros leitores - para continuar deixando as suas impressões no espaço para comentários do CaféPoint.



Atenciosamente



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BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/08/2013

Prezado Eduardo,



Obrigado pelo comentário. Indico abaixo alguns textos / livros em inglês que me fizeram pensar muito sobre o papel do Estado no cotidiano econômico:



Em relação à Economia Austríaca, não sou um especialista, mas li alguns autores / textos ao longo da minha trajetória acadêmica que me inspiraram. Indico algum paper do Israel Kirzner sobre empreendedorismo; a sua visão sobre o processo me impressionou muito. Ademais, um clássico dessa Escola é um texto escrito pelo F. Hayek, intitulado "The use of knowledge in society". É um texto relativamente curto, mas poderoso.



Finalmente, indico três livros que me agradaram bastante. Estes estariam mais próximos do chamado "neoinstitucionalismo econômico":



D. North. Understanding the process of economic change

T. Eggertsson. Economic behavior and institutions

T. Eggertsson. Imperfect institutions: possibilities and limits of reform



Espero que as sugestões sejam úteis. Claro, estou aberto a "trocar mais figurinhas" sobre literatura relevante na área.



Atenciosamente



Bruno Miranda
WILLIAN JOSÉ GOULART

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/08/2013

na minha opinião o governo não devia ter financiado novos plantios emprestando dinheiro barato. se ele mexeu no mercado desequilibrando a oferta desde lá no passado, ele deve agir agora para amenizar o reflexo que ele mesmo provocou! custeando um preço minimo de referencia.( mas quem é louco o suficiente para afirmar uma coisa dessas, dentro de um governo que se move apenas para captar votos)



todo mundo sabe é que precisamos para toda a produção do país.

ferrovias para levar o café soja milho etc, e trazer os fertilizantes a um custo mais baixo.

desoneração de impostos nos fertilizantes e defensivos agricolas.

construção de portos com a gestão e eficiencia dos chineses.

usar a diplomacia para defender os interesses comerciais do país. entre outros

o problema é que a politica econômica brasileira não é feita para o crescimento e desenvolvimento do país mas sim para conseguir a perpetuação do partido no poder.
CESAR DE CASTRO ALVES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/08/2013

Bruno,

Parabéns pela análise.

Sempre que o governo põe a mão a coisa vai piorar, pode esperar, ainda que não no curto prazo.

Setores que são sempre ajudados, por exemplo automobilístico, não são exemplo de que deu certo, pelo contrário.

O histórico de pacotismo para o setor cafeeiro lançados no meio das vacas magras só teve medidas nocivas no longo prazo.

Por isso passam séculos e os distúrbios são os mesmos.

O vencedores serão os que aprenderem a trabalhar sem depender do governo.

É acordar e dormir pensando no que você pode fazer, e não o que o governo poderia fazer pra vc.

abs




EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2013

Prezado Bruno,



Parabéns pela ótima análise. Você abordou uma questão fundamental não só para a cafeicultura, mas para a economia brasileira.



O Estado é importantíssimo para garantir um ambiente de negócios saudável, mas interferências mais diretas geram problemas. Só para constar, três exemplos: Petrobrás, Eike Batista e CEITEC.



No caso da cafeicultura observamos uma transferência de responsabilidades para o governo que prejudica o espírito empreendedor. Aliás empreendedorismo é algo que o governo poderia estimular na agricultura brasileira. Eu e o prof. Luiz Gonzaga ainda vamos abordar esse assunto.



*

Aproveitando o espaço, você sugere alguma leitura sobre a relação entre o Estado e o mercado? Eu comecei a ler alguns textos dos economistas da Escola Austríaca, mas ainda não me aprofundei.



Abraços.






BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2013

Prezado José,



Concordo contigo: viva a democracia de ideias!



Sobre o seu depoimento, acredito que o exemplo que apresenta se enquadra naquilo que considero ser "uma medida estruturante". Se há problemas na coordenação entre as diversas instâncias do governo federal, estamos diante de uma questão básica e que, de fato, deveria compor a agenda de medidas urgentes em Brasília.



Faz total sentido lutar por maior transparência na determinação de parâmetros e por uma comunicação mais fluída entre os órgãos do governo ligados à cafeicultura. É importante, porém, que tais demandas sejam amparadas em um projeto de longo prazo.



Em resumo, em um exercício de imaginação, sabemos o que queremos para a cafeicultura em 10 anos? Difícil pergunta, mas é preciso correr atrás das respostas para elaborar tal plano. E, uma vez estabelecido tal plano, é preciso manter-se convicto mesmo quando o incêndio passar.



Atenciosamente



Bruno Miranda
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2013

Prezado Arthur,



Obrigado pelo comentário. Creio que o nosso desafio é justamente acelerar as mudanças; trata-se de uma tarefa complexa, dado que envolve inúmeros níveis (governo, representação do setor, produção, etc); até por isso, quanto antes começarmos, melhor.



Atenciosamente



Bruno Miranda
JOSÉ ARMANDO NOGUEIRA

BONITO - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/08/2013

A análise do Bruno Varella Miranda, como tantas outras, tem seu valor, e merece respeito, ainda que eu não concorde com algumas observações dele. Viva a democracia de ideias! Realmente, em 2010, Renato Hortélio Fernandes fez um trabalho profundo de análise e propostas. Vou  tentar ir ao ponto. A citação do "governo" chama a atenção do articulista, como ele afirma, de forma repetitiva. Eu concordo. Mas proponho o seguinte: imaginemos que fôssemos só consumidores de café, e os EUA fossem os produtores. Alguém imagina que aquele país seria capaz de atuar contra seu próprio produto? Pois é justamente isso que o governo brasileiro faz. Seria possível um órgão semelhante à Conab, nos EUA, chegar a um determinado valor dos custos de produção, e o (USDA), o "ministério" da agricultura dos norte-americanos, e seu governo central não concordarem? Pior. Desprezar publicamente a sua própria estrutura governamental, como se a Conab fosse um "ET"? Pois bem, o governo brasileiro menospreza a Conab, não dá ouvidos às entidades do setor cafeicultor do país. e ainda estabelece um preço mínimo sabidamente inferior aos custos levantados por um órgão de sua própria administração. O que faz o mercado nessas circunstâncias? Tripudia, massacra, esfola, esnoba, arrasa, abate a autoestima do cafeicultor, praticando uma asfixia econômica que tem levado muitos ao desespero! Se o governo não colabora, não arbitra, pelo menos não devia atrapalhar. Por que além de tudo, um produto de exportação, não que seja mais ou menos importante do que a soja, o milho, a carne- e para por aí, porque produtos terciários até hoje só fazemos importar. Pois bem, o governo que age dessa forma está sendo burro.  A burrice somada à ineficiência oficial mata a galinha dos ovos de ouro, e o país perde mercado, credibilidade, oportunidade. Definitivamente, é a lei de Tom Jobim ao contrário: " Temos é um governo de amadores" Ou seriam mamadores, o que é mais apropriado, pois os governantes enganam, atrapalham e não largam o osso.
ARTHUR FIOROTT

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 07/08/2013

Prezado Bruno,



Parabéns pelo artigo.Ha luz no fim do túnel. É sempre bom ler artigos de pessoas que apoiam o livre mercado, a livre concorrência e a meritocracia.



Não adianta ficar apagando  o fogo com vento, só piora as coisas. Se o governo se preocupasse com medidas estruturantes, que possibilitasse o café brasileiro competir de maneira igual, teríamos uma cafeicultura mais sustentável. Bons exemplos têm por ai, tanto na cafeicultura de Arábica quanto na de Conilon. As vezes leva uma geração para mudarmos o que está sendo jogado, infelizmente ainda temos  resquícios de uma dependência do estado para resolver todos os problemas da sociedade.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2013

Prezado Renato,



Obrigado pela participação. Assino embaixo. Falta pensamento de longo prazo, e o melhor uso do conhecimento disponível é a chave para conseguirmos planejar melhor ações coordenadas que sobrevivam aos inevitáveis ciclos do setor.



Como você menciona, exemplos de sucesso existem, e isso mostra que a cafeicultura não está parada esperando pelo seu fim. Ocorre que a dispersão das boas práticas talvez esteja ocorrendo mais lentamente do que o necessário. Os motivos são vários, e tenho certeza que espaços como este podem ajudar a debatermos o que é preciso ser feito para que esse conhecimento seja mais bem utilizado.



Atenciosamente



Bruno Miranda

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