Os contratos futuros de café negociados na bolsa de NY (ICE Futures U.S.) retrocederam das máximas de nove semanas e meia, com fortes vendas especulativas. O clima ainda continua na agenda dos operadores, de acordo com o analista técnico e operador de mercado agrícola da corretora Santaella Ltda, João Santaella Neto. As zonas produtoras de café do Brasil notadamente Minas Gerais, necessitam de umidade no solo para a florada, no entanto, a situação atual é de forte seca, com chuvas previstas nesta semana apenas para o Paraná.

"Os especuladores realizaram lucros e o mercado foi pressionado em uma sucessão de stops de vendas. Nós chegamos a ter queda de mais de cinco centavos, no entanto, há poucas mudanças no quadro de previsão de tempo para o Brasil", disse um trader a Santaella.

Os contratos para dez/07 fecharam em 133,75 cents/lb (R$ 320,24/sc), recuo de 500 pontos (-3,60%). O vencimento mar/08 fechou com queda de 490 pontos (-3,44%), ficando em 137,55 cents/lb (R$ 329,34/sc).

Ainda segundo Santaella, Hernando de la Roche, diretor da Hencorp Futures, em Miami, sustentou que "após o dezembro falhar em romper o alvo de 141 centavos ontem, os especuladores, especialmente os pequenos, realizaram lucros hoje, em um movimento de correção de mercado. A situação climática do Brasil continua crítica e é importante que as áreas produtoras de café de Minas Gerais recebam chuvas até o dia 15 de outubro".

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S. - dez/07 e mar/08


O dólar compra ficou em R$ 1,81, queda de 0,14% em relação ao dia anterior e 7,36% comparado ao mês passado.

Segundo o InfoMoney, o dólar registrou queda na terça-feira (9), com o movimento sendo acentuado após a divulgação da minuta do Fed sobre a última reunião da autoridade. A minuta revelou que todos os membros do Fed concordaram com a redução de 50 pontos-base na taxa básica de juro do país, preocupados com problemas com relação ao crescimento econômico por conta da crise do subprime. Novas reduções não foram descartadas, caso sejam necessárias. Sobre a inflação nos EUA, a instituição se mostrou confiante em conseguir controlá-la, mas garantiu que se manterá vigilante caso persistam alguns riscos nesse aspecto.

No Brasil, o Banco Central voltou a intervir diretamente na cotação da moeda, realizando compra de dólares via leilão, ao corte de R$ 1,809. Informações sobre a quantidade de moeda adquirida não foram reveladas. Os investidores ainda analisaram o desempenho da produção industrial, que avançou em 10 das 14 regiões pesquisadas em agosto deste ano em relação a julho.

Gráfico 2. Cotação do dólar - jul/07 a out/07


Em Londres houve queda para todos os vencimentos. Nov/07 fechou em US$ 1.929/ton (R$ 209,49/sc), baixa de 25 pontos (-1,28%). Para jan/08, a saca fechou em 1.812/ton (R$ 196,78/sc), queda de 19 pontos (-1,04%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE - nov/07 e jan/08


A volatilidade dos preços na BM&F foi de 1,54% nos contratos para dez/07 (1.056 negociados e 9.089 em aberto), que fecharam em US$ 163,10, recuo de US$ 4,45/sc. Para mar/08, a saca foi negociada em US$ 167,75 (-US$ 4,55/sc), com 498 contratos negociados e 8.499 em aberto.

Nesta terça-feira foram negociados 692 contratos de opções.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F - dez/07 e mar/08


No mercado interno houve forte queda na maioria das praças. Em Guaxupé, MG, o arábica tipo 6 bebida dura para melhor fechou em R$ 258,00 (-R$ 12,00/sc). O indicador Esal-arábica ficou em R$ 262,23, recuo de R$ 9,21/sc.

O conilon seguiu estável nas praças levantadas. O indicador Esalq-conilon fechou em R$ 204,48, com variação negativa de R$ 1,45/sc.

Gráfico 5. Indicadores Esalq mercado físico


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Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint