NY fechou a terça-feira em alta. A posição maio atingiu mínima de -120 pontos, segundo a corretora Mellão Martini, porém compras de torrefadores nas mínimas juntamente com compras especulativas impulsionaram as cotações atingindo máxima de +365 pontos. Realizações de lucros limitaram os ganhos.

Os contratos para maio/08 fecharam a 152,05 cents/lb (R$ 340,71/sc), valorização de 155 pontos (+1,03%). Set/08 e dez/08, respectivamente, foram cotados em 156,60 cents/lb (R$ 350,90/sc) e 159,55 cents/lb (R$ 357,51/sc), alta de 170 (+1,10%) e 175 pontos (+1,11%).

"Para amanhã, tudo indica que haverá continuidade do movimento corretivo nos patamares e assim, novas rodadas de acomodação de altas poderão acontecer diante das últimas, fortes e desnecessárias quedas dos níveis", comenta Marcus Magalhães, da Maros Corretora.

A OIC (Organização Internacional do Café) divulgou, ontem, seu relatório mensal sobre o mercado cafeeiro, referente a fevereiro de 2008. Nele, o diretor-executivo da entidade, Néstor Osorio, revisou a estimativa à safra mundial 2007/2008 de café para 118 milhões de sacas, contra as 116 milhões de sacas previstas até um mês antes. Essa alta foi atribuída à elevação na previsão do Vietnã para o ciclo 2007/08, que agora é de 17,5 milhões de sacas. No que se refere ao ano safra 2008/2009, o diretor-executivo da OIC manteve a estimativa para uma colheita de 123 milhões a 126 milhões de sacas.

"Entretanto, é válido notar que a diminuição do uso de fertilizantes, como conseqüência da explosão dos preços do petróleo, pode ter um impacto negativo sobre a produção", ponderou Osorio. A OIC também divulgou em seu relatório que os embarques mundiais, em janeiro de 2008, totalizaram 7,5 milhões de sacas de 60 kg, volume 8,54% inferior ao registrado em janeiro do ano passado, quando 8,2 milhões de sacas foram exportadas. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano safra 2007/2008 (outubro a janeiro), as remessas globais somaram 29,14 milhões de sacas, o que implicou em uma queda de 8,10% na comparação com as 31,71 milhões de sacas enviadas por todos os produtores no mesmo período de 2006/07, informou a corretora Mellão Martini.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

O dólar comercial encerrou em queda interrompendo série de três altas, nesta terça-feira (11), em sessão de recuperação nos mercados globais após medidas anunciadas pelo Federal Reserve, segundo o InfoMoney. O dólar compra, também em queda (-0,29%), foi cotado a R$1,694.

O anúncio da injeção de US$ 200 bilhões nos mercados pela autoridade monetária norte-americana aumentou a segurança de investidores, que passaram a demandar mais ativos de risco, inclusive no mercado interno.

Além disso, o ambiente de negócios também reflete as posições vendidas no mercado de derivativos com arbitragens, onde a diferença dos juros internos e externos atrai investidores.

No cenário doméstico, o principal assunto no mercado foi a informação de que haveria medidas em pauta no governo para conter a apreciação do real, o que chegou a aliviar a queda da moeda no início da tarde. No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "não há nenhum pacote cambial em curso", e após a negativa, a divisa voltou a despencar na cotação interbancária.

Matéria publicada hoje pelo Jornal Valor Econômico dizia que o governo estaria elaborando um pacote para conter a valorização do real frente ao dólar, cujo conteúdo contemplaria o fim da cobertura cambial sobre as exportações e a retirada do incentivo a estrangeiros que aplicam recursos em papéis da dívida.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Mercado do robusta

A bolsa de Londres registrou mais um dia de alta. Os contratos para maio/08 fecharam em US$ 2.560/ton (R$ 260,18/sc), valorizados 44 pontos (+1,75%). Set/08 ficou em US$ 2.565/ton (R$ 260,69/sc), alta de 38 pontos (+1,50%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A variação dos preços ao longo do dia voltou a subir na BM&F, de acordo com tabela abaixo ela chegou a 1,86% para o vencimento maio/08 e 1,95%, para setembro.


Os contratos fecharam em alta, acompanhando NY. O vencimento maio/08 fechou a US$ 178,80/sc (R$ 302,87/sc), valorizado US$ 1,80/sc (R$ 3,05/sc), com 35 contratos negociados e 2.588 em aberto. Set/08 registrou alta de US$ 2,10/sc (R$ 3,56/sc), cotado em US$ 185,90/sc (R$ 314,90/sc), com 1.501 contratos negociados e 28.336 contratos em aberto.

Não houve contratos de opções negociados nesta terça-feira.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Mercado físico

Os preços no mercado físico apresentaram variação positiva nas praças levantadas pelo CaféPoint. Os indicadores para arábica e conilon registraram forte alta, R$ 3,77/sc e R$ 7,49/sc, respectivamente, cotados em R$ 269,09 e R$ 226,92/sc.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint