As bolsas de ações ao redor do mundo tiveram um dia tenso em função do medo de um desaquecimento da economia americana. No caso especifico do café, de acordo com Marcus Magalhães, da Maros Corretora (Vitória/ES), "este sentimento de pânico generalizado acabou contagiando as cotações no fechamento dos trabalhos e desta forma, a bolsa de NY terminou suas operações no campo negativo".

NY chegou a trabalhar com + 185 na posição março, segundo o Infocafé, mas finalizou as operações com -70 pontos. Neste vencimento, os contratos ficaram em 136,85 cents/lb (R$ 315,75/sc). Maio/08 e set/08 fecharam, respectivamente, a 139,55 cents/lb (R$ 321,98/sc) e 144,45 cents/lb (R$ 333,29/sc).

No entanto, segundo Magalhães, "o mercado cafeeiro teve um dia tranqüilo e com oscilações bem construtivas, se analisarmos o contexto geral do mundo financeiro".

Ele ressalta também que apesar de negativos, os níveis de fechamento ainda conseguiram sustentar importantes suportes, não desanimando os operadores. "Para amanhã, nenhum grande susto no contexto cafeeiro está sendo esperado e apenas pequenas volatilidades poderão aparecer", finaliza.

De acordo com os números da GCA (Green Coffee Association), os Estados Unidos, em dez/07, apresentavam 5.465.827 sacas estocadas, alta de 1,05% (56.985 sacas), frente nov/07 (5.408.842 sacas).

As exportações brasileiras de café, nesta terça-feira, somaram 118.266 sacas de arábica. Segundo dados do Cecafé, não houve embarques de conilon.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


O dólar compra fechou a R$ 1,744, alta de 0,21% em relação ao dia anterior. Na semana, acumula queda de 0,59%.

Novas referências negativas da economia norte-americana e notícias ruins provenientes da esfera corporativa influenciaram a cotação do dólar, informou o InfoMoney. O Retail Sales mostrou um recuo de 0,4% nas vendas do varejo em dezembro, quando o esperado pelos analistas era a estabilidade. Já o Retail Sales ex-Auto recuou 0,4%, mais que o 0,1% estimado. Dando continuidade à safra de temporada de resultados, o Citi publicou um prejuízo líquido superior às projeções, o que reforçou os temores quanto à magnitude dos efeitos do subprime.

Ainda no cenário externo, o resultado do último leilão realizado pelo Fed mostrou que as 56 instituições que realizaram propostas para obterem recursos somaram uma demanda de US$ 55,526 bilhões, duas vezes mais do que o ofertado.

A Bovespa divulgou que o saldo de investimento estrangeiro até 10 de janeiro de 2008 está negativo em cerca de R$ 1,5 bilhão evidenciando a saída de recursos. E de forma usual, o Banco Central comprou dólares no mercado à vista em leilão nesta terça-feira, com taxa de corte em R$ 1,7467.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


A bolsa de Londres (Liffe) também operou em queda. A tonelada do robusta foi negociada em US$ 1.978 (R$ 207,00/sc), para jan/08, recuo de 16 pontos (-0,80%). Mar/08 fechou a US$ 2.001/ton (R$ 209,41/sc), queda de 23 pontos (-1,14%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


A BM&F fechou com leve recuo nos vencimentos mar/08, set/08 e dez/08. Os demais - maio/08 e jul/08 - registraram tímida alta. Os contratos para mar/08 ficaram em US$ 169,35/sc (R$ 295,38/sc), baixa de US$ 0,25/sc (R$ 0,44/sc), com 2.127 contratos negociados e 7.511 em aberto. Para set/08 foram negociados 1.278 contratos a US$ 173,35/sc (R$ 302,36/sc), recuo de US$ 0,30/sc (R$ 0,52/sc). Em aberto ficaram 20.084 contratos. A volatilidade nos preços foi de 0,48% e 0,49%, respectivamente.

Nesta terça-feira, foram negociados 600 contratos de opções.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado físico, estabilidade nos preços na maioria das praças levantadas. O indicador Esalq para arábica fechou em R$ 269,31/sc, alta de R$ 0,07/sc. No caso do conilon, o indicador Esalq ficou em R$ 210,44/sc, valorização de R$ 0,93/sc.

Na região do cerrado mineiro, Patrocínio/MG, os preços no mercado físico giraram entre R$ 260,00 e R$ 270,00, mas não houve muitos negócios fechados, segundo Mauro L. dos Santos, agente de investimento da Investbras Mercados Futuros.

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Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


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Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint