O mercado futuro do arábica fechou em queda, nesta terça-feira. Fato este, até certo ponto, previsível, pois as operações de realização de lucros já eram esperadas pelos operadores, disse Marcus Magalhães, da Maros Corretora.

Os contratos para mar/08 fecharam em 158,20 cents/lb (R$ 353,13/sc), recuo de 350 pontos (-2,16%). Set/08 fechou em 164,85 cents/lb (R$ 367,97/sc), queda de 360 pontos (-2,14%).

Em NY o volume operado nesta terça-feira foi de 21.493 contratos, o volume de opções de venda e compra foi de 17.479 contratos. O número de contratos futuros em aberto em todos os vencimentos para esta sessão foi de 193.712 contratos com aumento de 885 lotes em relação a sessão anterior, de acordo com Mauro L. dos Santos, agente de investimento da Investbras Mercados Futuros.

"Amanhã (28) é provável que nas primeiras operações persistam as baixas técnicas pois o momento mercadológico propicia movimentos defensivos", ressaltou Magalhães. "Dentro do atual contexto, o quadro fundamental do setor ainda é firme e promete grandes emoções", finalizou.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

O dólar compra fechou em R$ 1,687, desvalorizado 1,06% em relação ao dia anterior.

A moeda foi influenciada pela conjuntura externa, pela expectativa acerca da formação da Ptax e pelos juros relativamente altos do Brasil. De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial fechou com a menor cotação desde maio de 1999.

Na agenda econômica desta terça-feira (26), foram divulgados o índice de confiança do consumidor norte-americano e o PPI (Índice de Preços ao Produtor), ambos frustrando as expectativas.

Ainda assim, investidores retomaram o ânimo no período da tarde com a notícia de que a agência Standard & Poor´s recompensou os recentes esforços em busca de financiamento e credibilidade de importantes seguradoras de bônus, como MBIA e Ambac, ao confirmar seu rating AAA.

Amostras adicionais de volatilidade no mercado cambial podem estar associadas à tradicional disputa que antecede a formação da Ptax, na sexta-feira. A taxa servirá de referência para a liquidação dos contratos futuros de dólar com vencimento em março.

No plano doméstico, os destaques foram os índices de inflação. O IPCA-15 (Índice de Preço ao Consumidor Amplo - 15) apontou recuo no aumento de preços em fevereiro. Já o IPC da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que monitora apenas o município de São Paulo, mostrou inflação desacelerada na terceira medição de fevereiro.

O Banco Central (BC) realizou leilão de compra de divisas no final do pregão, mas a operação teve pouco efeito para conter a queda da moeda. A taxa aceita ficou em R$ 1,6828.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Mercado do robusta

Londres também fechou em queda, mas distante ainda dos menores patamares do mês de janeiro. Os contratos para mar/08 ficaram em US$ 2.504/ton (R$ 253,51/sc), desvalorizados 40 pontos (-1,57%). O vencimento maio/08 ficou em US$ 2.545/ton (R$ 257,67/sc), recuo de 37 pontos (-1,43%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

Os contratos registraram queda na BM&F, assim como a volatilidade dos preços ao longo do dia, ficando em 1,06% e 1,20%, para mar/08 e set/08, respectivamente. No primeiro vencimento (mar/08), a saca fechou em US$ 184,60 (R$ 311,49), recuando US$ 2,40/sc (R$ 4,05/sc), com apenas 69 contratos negociados e 1.348 em aberto. Para set/08, com queda de US$ 2,70/sc (R$ 4,56/sc), 3.112 contratos foram negociados a US$ 195,80/sc (R$ 330,39/sc). Em aberto, para este vencimento, ficaram 27.746 contratos.

Foram negociados 565 contratos de opções de compra, nesta terça-feira.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Mercado físico

Além da queda nas bolsas internacionais e na BM&F, o dólar em baixa também influenciou os preços no mercado físico, que registraram recuo na maioria das praças levantadas. O indicador Esalq-arábica fechou em R$ 288,34/sc, variação negativa de R$ 6,63/sc. O indicador para conilon foi cotado em R$ 228,45/sc, queda de R$ 0,75/sc.

O leitor do CaféPoint Marcos Freire da Silva, de Iúna/ES, enviou comentário dizendo que "em Iúna, maior produtor de café arábica do Espírito Santo, foi interessante observar que um período longo de estiagem provocou a desfolhação das lavouras, mas ao mesmo tempo, as plantas reagiram em forma de floração. Além disso, no período de granação, houve chuva suficiente para que as lavouras apresentassem uma maturação bem homogênea, o que deve diminuir o número de grãos verdes e maior percentual de café cereja. O mesmo aconteceu em outros municípios vizinhos. Resultado: alguns produtores que aplicaram melhor tecnologia em suas lavouras vão dobrar a produção e a estimativa da produção em Iúna, de acordo como Incaper, é superior a 330 mil sacas".

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint