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Quinta-feira negra!

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 10/05/2010

4 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - 3 a 7 de maio

A crise de confiança sobre débitos soberanos aumenta mesmo depois da União Europeia se comprometer com um pacote de ajuda de 110 bilhões de Euros para a Grécia. O medo de uma reestruturação da dívida e da necessidade de financiamento de outros países como Espanha, Portugal, Itália e Irlanda, vira uma bola de neve, já que os investidores fogem dos títulos, "pedem" juros mais altos e com isso potencialmente aumentam o tamanho do endividamento que então pode se tornar de fato insustentável.

O Euro, que até o ano passado estava aumentando a sua participação como moeda de reserva, entra em um espiral negativo fazendo com que o dólar volte a brilhar. A desvalorização da moeda europeia foi de mais de 4% nesta semana, acumulando 11% de queda desde o começo do ano. Com esta queda a dívida dos países que devem em euros diminui.

O nervosismo se transformou em pânico na quinta-feira, quando em apenas 15 minutos a bolsa americana despencou 10%, uma perda de mais de 1 trilhão de dólares em capitalização que pode ter sido provocada por um operador que ao invés de vender 16 milhões do mini-S&P colocou um zero a mais e vendeu 16 bilhões (os chamados "fat-fingers"), fazendo com que sistemas de computadores (traders de algoritmo) exacerbassem o movimento. Porém ninguém conseguiu comprovar se foi isso mesmo, ou qual foi o motivo que levou o mercado a desmoronar tão rápido, e provavelmente a dúvida ficará no ar assim como na segunda-feira negra de outubro de 1987, que até hoje ninguém tem certeza do que aconteceu.

O café em Nova Iorque estava com todo o jeito de que romperia os US$ 140,00 centavos / lb, mas foi arrastado pela onda de pessimismo que tomou conta dos mercados, e encerrou a semana perdendo US$ 1,85 por saca.

O leitor vai dizer que a perda é pequena diante do banho de sangue. Verdade! O problema é que com o real escorregando mais de 6% e o dólar americano mais forte diante de diversas moedas de vários países produtores, o "teto" do mercado abaixou, e as chances do mercado voltar a subir diminuem. Até porquê os fundos recompraram todos os seus shorts (líquido), e neste momento não devem estar pensando em ficar long.

A firmeza do dólar americano faz com que o contrato "C", em reais, negocie a R$ 245,00 centavos por libra, tendo por um breve momento negociado acima de R$ 250,00 centavos na quinta-feira. Em Euros os preços estão em 105,00 centavos por libra, desencorajando os europeus a comprar mais o "flat-price". Resta aos torradores americanos prover o suporte que os altistas querem - será que conseguem?

De novidades tivemos na semana a divulgação do USDA da expectativa de produção da Indonésia, 9,60 milhões de sacas, acima dos 9,08 milhões do ano passado. Os cafés certificados do contrato do Robusta na LIFFE tiveram uma queda significativa de 363 mil sacas nas últimas duas semanas, e no Brasil a exportação do mês de abril ficou em 2,254 milhões de sacas. Ah, quase ia esquecendo, a CONAB divulgou sua estimativa para a safra brasileira também, e o número ficou em 47,04 milhões de sacas (não confundam, isto é para a safra 10/11 e não a que está encerrando!).

Volta-se a falar também que um novo plano de opções deve ser feito neste ano.

Para finalizar, a ICE, traz à pauta novamente um assunto antigo, que a NYBOT nunca conseguiu aprovar: a aceitação da entrega de café brasileiro lavado e semi-lavado contra o contrato "C". A sugestão é que o café tenha um desconto em torno de US$ 7 centavos/lb, patamar bem abaixo do que tem negociado este tipo de café no último ano. Eu honestamente acredito que desta vez deve ser aprovado, dado que a ICE tem uma visão "pró-business", porém mesmo que aprovado a entrega só deverá ser aceita a partir do contrato de maio de 2013, quando este for aberto. Portanto tem muita água para rolar. As outras origens produtoras nunca gostaram muito da idéia do Brasil ser aceito, com medo que o país incremente substancialmente a produção deste tipo de café e inunde os certificados, porém lembrem-se que é muito mais barato o carrego no Brasil do que em qualquer um dos armazéns credenciados da ICE - salvo a facilidade de financiamento.

Para a semana que se inicia a volatilidade das moedas e das bolsas vão dar o tom, portanto vai ser difícil o café não ser afetado pelo vai e vem do macro.

Se o dólar voltar a cair, e o real brasileiro não sofrer um novo assalto, talvez NY tente subir novamente para próximo de US$ 140.00 centavos. Caso o nervosismo permaneça, as chances aumentam de vermos o US$ 130.00 centavos rompido.

Com tantas incertezas e tamanha volatilidade, é melhor reduzir a exposição e a alavacagem para depois voltar a navegar em águas mais calmas.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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