O dia no mercado cafeeiro foi marcado por significativas volatilidades, nos terminais internacionais, de acordo com Marcus Magalhães, da Maros Corretora.

"Tanto NY como Londres operaram forte, testando máximas dos últimos 10 anos e surpreendendo boa parte dos envolvidos diante do acelerado movimento especulativo. Vale observar que no final dos trabalhos, foram realizadas fortes correções nos patamares, fato que literalmente, entusiasmou as rodas de negociação", destaca Magalhães. Segundo ele, em NY, a oscilação dentro do espaço de trabalho, atingiu o teto de quase 800 pts, entre a máxima e a mínima testada.

A alta da sexta-feira foi impulsionada por compras de fundos, porém realizações de lucros por parte de especuladores e comprados pressionaram negativamente as cotações revertendo o quadro, conforme o Infocafé.

Os contratos fecharam em 149,85 cents/lb (R$ 347,55/sc) para mar/08, queda de 275 pontos (-1,80%). Set/08 ficou em 156,45 cents/lb (R$ 362,86/sc), recuo de 300 pontos (-1,88%).

Em NY, o volume operado nesta sexta-feira foi de 59.019 contratos, o volume de opções de venda e compra foi de 28.169 contratos. O número de contratos futuros em aberto em todos os vencimentos para esta sessão foi de 203.766 contratos com aumento de 5.498 lotes em relação a sessão anterior, segundo Mauro L. dos Santos, agente de investimento da Investbras Mercados Futuros.

Segundo relatório de traders divulgado pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC), referente ao dia 12 de fevereiro de 2008. Os fundos aumentaram o saldo líquido comprado em 13,21%, passando de 50.230 lotes (05/02/08) para 56.865 lotes. Os comerciais aumentaram o saldo líquido vendido em 12,80%, de 55.418 lotes para 62.514. Os pequenos operadores, em 05/02/08, possuíam saldo líquido comprado de 5.188 lotes e passaram a 5.649 (12/02/08), alta de 8,89%.

Os estoques de café nos Estados Unidos no final de janeiro de 2008 apresentaram alta de 21.181 sacas em relação ao registrado no final de dez/07. Segundo a GCA (Green Coffee Association), em 31 de jan/08, os estoques estavam em 5.487.008 sacas. O mercado esperava uma queda entre 100.000 e 200.000 sacas.

As exportações brasileiras de café estão em 698.895 sacas, no acumulado do mês, segundo dados do Cecafé. Esse valor é 38,05% superior ao exportado no mesmo período do mês de janeiro. Destaque para o conilon, que neste mês, até então, acumula embarques de 14.110 sacas, alta de 618%. No mesmo período do mês passado esse valor era de 1.965 sacas. No caso do arábica, o acréscimo foi de 35,79%, 684.785 sacas (fev/08) frente 504.286, no mesmo período em jan/08.

Nesta segunda-feira (18) não haverá pregão em NY devido ao feriado em comemoração ao dia do Presidente nos EUA.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Com o dia negativo para as bolsas em São Paulo e Nova York, a moeda norte-americana encontrou espaço para ganhar força após ter registrado leve baixa nos primeiros negócios do dia, de acordo com o InfoMoney. A cotação fechou em R$ 1,753 para o dólar compra, alta de 0,41% em relação ao dia anterior.

Fracos números da economia norte-americana reforçaram o pessimismo. O índice que mede a atividade industrial do país veio abaixo do esperado, reforçando os temores de uma recessão na maior economia do mundo.

A suspensão dos resgates de fundos da CSO Partners, subsidiária do Citigroup, foi outro fator a alimentar a cautela entre investidores.

O Banco Central realizou nesta sexta-feira um leilão de compra de dólares no mercado à vista e a taxa de corte ficou em R$ 1,7533, com ao menos uma proposta aceita. O mercado acionário doméstico também reagiu ao movimento de vendas e o Ibovespa opera em queda de mais de 1%.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


O mercado do robusta, ao contrário do arábica, não apresentou queda, mas também não obteve grandes variações positivas, na bolsa de Londres. Os contratos para mar/08 fecharam em US$ 2.336/ton (R$ 245,74/sc), acréscimo de 12 pontos (+0,52%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


A volatilidade foi acentuada na BM&F, 1,59% e 1,74%, respectivamente para mar/08 e set/08. Foram negociados 324 contratos para mar/08, cotados em US$ 176,50/sc (R$ 309,46/sc), queda de US$ 4,00/sc (R$ 7,01/sc). Com variação negativa ainda maior (-US$ 4,60/sc ou -R$ 8,07/sc), set/08 fechou em US$ 185,90/sc (R$ 325,94/sc), com 4.511 contratos negociados. Em aberto ficaram, respectivamente para mar/08 e set/08, 3.181 e 25.516 contratos.

Nesta sexta-feira, 700 contratos de opções (venda) foram negociados.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado físico a maioria das praças apresentou variação nos preços.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

O indicador para arábica apresentou queda de R$ 0,90/sc, cotado a R$ 287,54/sc. O indicador Esalq-conilon fechou em R$ 220,32/sc, valorizado R$ 2,50/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint