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O bom e velho cafezinho voltou?

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 15/06/2010

4 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - 07 a 11 de junho

As bolsas fecharam a semana em alta depois que a China disse que suas exportações incrementaram quase 50% no mês de maio de 2010 comparado com maio de 2009. Notícias de que o Japão cresceu acima do esperado no primeiro trimestre do ano também deram o tom mais positivo para os investidores, e com isso o dólar americano parou de firmar (pelo menos por enquanto) e as commodities subiram.

O café teve uma performance que não víamos há muito tempo, com um solavanco típico da época em que era a 2ª commoditiy com maior volatilidade (depois do petróleo), posto que perdeu para várias, entre elas o açúcar.

Geou? Esta era a pergunta que mais se ouvia durante a semana. A resposta é não, muito embora alguns institutos apontavam para o risco em seus relatórios, os mesmos que tinham falado que gearia a semana passada e a retrasada, portanto não creio que devemos atribuir este motivo ao forte movimento de alta.

Uma combinação de fatores contribuíram para o rally, desde a manutenção dos diferenciais à níveis altos provocada pela falta de cafés finos, até uma mudança do comportamento do torrador que vendo o robusta (ou conillon) tão mais barato resolveu aumentar a cobertura na bolsa.

Em Londres os fundos tinham uma posição de 15 mil lotes vendidos, e depois de o mercado ficar tanto tempo gravitando acima das mínimas recentes, torradores decidiram estender um pouco mais a cobertura, dado o preço tão mais barato desta variedade comparada com o arábica, e a firmeza dos diferenciais no Vietnã e Indonésia. Soma-se a isto o efeito de surgir novamente rumores de que alguém estaria preparando um squeeze no mercado londrino, algo nada atípico, o que provocou correria e firmou os spreads, invertendo a curva de preços (o primeiro mês está mais alto do que os meses futuros).

Nova Iorque inicialmente foi no vácuo, e em um segundo momento ganhou força própria quebrando os US$ 138.10 centavos e finalmente os US$ 140.00 centavos.

O movimento na sexta, de um ganho de mais de US$ 13,00 por saca em um dado momento, foi exacerbado pelo vencimento das opções de julho, e que fez com que mais de 11 mil lotes de opções que iriam virar pó ficassem dentro-do dinheiro, fazendo com que o investidor corresse para cobrir a exposição. Em outras palavras imagine que o sujeito estava até o último minuto do segundo-tempo (ou sexta-feira) embolsando inteiramente os prêmios das opções que tinha vendido, mas para tanto precisava que o mercado ficasse abaixo de US$ 140.00. Ao mesmo tempo outros precisavam que o mercado não rompesse os US$ 142.50 e finalmente os US$ 145.00. Quando os preços romperam o primeiro nível, ou um pouco antes, aqueles que não podiam ou não queriam ficar vendidos, tiveram que comprar futuros, e assim desencadearam compras de outros participantes que se protegeram das outras calls (opção de compra).

O nome disto é exposição ao gamma, uma das variáveis muito importantes para quem opera opções.

Os spreads (ou estrutura) do contrato "C" na sexta-feira também tiveram um movimento que não se via há quase 13 anos, que foi a inversão dos preços, assim como em Londres. Durante a sessão, o julho negociou a US$ 1.20 centavos por libra de prêmio sobre o setembro, e curva de preços fechou mais invertida para alguns meses futuros.

O volume geral negociado no dia foi recorde, 110 mil contratos, ou quase 80% do número total de contratos em abertos.

Será que isto foi pânico?!

Se com mais de 2 milhões de sacas certificadas o spread inverteu, imagina quando estiver com menos de 1 milhão!! Nós apostávamos que uma subida forte dos preços acontecesse a partir do final do 3º trimestre, e que no curto prazo o mercado ficaria mais limitado, mas será que NY vai antecipar a alta?

Como reflexo da alta volatilidade em um dia, a bolsa subiu a margem-inicial em quase 70%. Imagine o sujeito que está vendido e que vai ter que mandar margem na segunda-feira por causa da variação do preço, terá que mandar adicionais US$ 1,200 dólares por contrato que tiver em aberto. Isto pode provocar mais uma pernada de alta, ou limitar a baixa no curtíssimo prazo.

Aqueles que estavam vendidos em volatilidades baixas nas opções estão passando calor, e olha que nem geou...

A dificuldade de comprar café no mercado físico brasileiro piorou ainda mais nas últimas duas semanas, em função da operação da polícia federal no Espírito Santo, cujos efeitos respingam em toda a região produtora de café. A redução de vendedores, e o cuidado dos compradores em comprar café de alguns poucos agentes, reduziu momentaneamente a disponibilidade de café, mas mesmo assim a bolsa de São Paulo não acompanhou a alta de Nova Iorque, o que fez com que a arbitragem alargasse. Ou seja os diferenciais abriram, o que deve se traduzir em uma maior oferta de café no mercado logo-logo.

Apesar da alta forte e do comportamento da estrutura, estamos um pouco cético para acreditar que o mercado está preparado para continuar a alta, neste começo da safra brasileira - salvo uma probabilidade real de gear.

Portanto aqueles que precisam vender devem aproveitar o momento.

Se o café está voltando a se comportar como antigamente, em nada surpreenderia em vermos o mercado devolver US$ 7 centavos em apenas uma sessão.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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