O mercado cafeeiro viveu dois momentos distintos, segundo Marcus Magalhães, da Maros Corretora (Vitória/ES). O primeiro de baixas fortes e o segundo, de altas vigorosas após o anúncio de redução dos juros americanos por parte do Banco Central norte-americano (Fed). "Investidores ficaram mais animados com a atuação da autoridade monetária dos EUA e, desta forma, voltaram às compras de forma consistente".

De acordo com o Infocafé, na terça-feira, em NY, o quadro de baixas foi revertido impulsionado por compras de fundos.

Os contratos para mar/08 fecharam em 135,00 cents/lb (R$ 322,04/sc), alta de 190 pontos (+1,43%). O vencimento set/08 registrou variação positiva de 185 pontos, ficando em 142,60 cents/lb (R$ 340,17/sc).

"Para amanhã é possível que as cotações se mantenham nos atuais patamares já que o quadro fundamental ao setor café garante o devido suporte", disse Magalhães.

O Brasil exportou, nesta terça-feira, 73.883 sacas de café arábica. Segundo dados do Cecafé, não houve embarques de conilon no dia.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


O dólar (compra) fechou a R$ 1,803, desvalorizado 1,42% em relação ao dia anterior.

O Banco Central norte-americano antecipou, nesta terça-feira, o corte na taxa básica de juros dos EUA em 75 pontos base, para 3,50% ao ano. A medida se uniu ao pacote de medidas fiscais do presidente George Bush, tentando conter os estragos da crise do subprime. A divulgação do corte antecipado na taxa básica de juro nos EUA trouxe uma melhora no humor dos investidores, de acordo com o InfoMoney.

Com o corte realizado pelo Fed, a diferença entre as taxas de juro cobradas no Brasil e nos EUA aumentou, o que torna os títulos brasileiros mais atraentes aos investidores estrangeiros e fortalece o valor da moeda brasileira, dada a tendência de manutenção do juro interno pelo Copom nesta semana.

E como de costume, o Banco Central comprou dólares no mercado à vista em leilão nesta segunda-feira, com taxa de corte em R$ 1,7989.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Na Liffe (Londres), o mercado do robusta também reagiu à queda que vinha apresentando nas últimas seções. Os contratos para jan/08 fecharam em US$ 2.015/ton (R$ 218,02/sc), variação positiva de 53 pontos (+2,70%). Mar/08 ficou em US$ 2.047/ton (R$ 221,48/sc), alta de 59 pontos (+2,97%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


Dia de volatilidade alta na bolsa de São Paulo, 1,94% e 1,88%, para mar/08 e set/08, respectivamente. Muitos contratos foram negociados com a recuperação dos preços. Para mar/08, a saca fechou em US$ 166,05 (R$ 299,44/sc), alta de US$ 4,80/sc (R$ 8,66/sc), com 2.282 contratos negociados e 6.352 em aberto. O vencimento set/08 ficou em US$ 170,55/sc (R$ 307,55/sc), valorização de US$ 4,85/sc (R$ 8,75/sc), com 2.022 contratos negociados e 19.778 em aberto.

Nesta terça-feira, 336 contratos de opções foram negociados na BM&F.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado físico, algumas praças apresentaram valorização nos preços, mas os negócios continuam lentos. Os indicadores para arábica e conilon, respectivamente, apresentaram alta de R$ 2,40/sc (R$ 269,63/sc) e queda de R$ 0,50/sc (R$ 209,99/sc).

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint