Marcus Magalhães, da Maros Corretora, comenta que o dia no mercado cafeeiro foi tranquilo e ainda com a presença do movimento corretivo nos atuais patamares. "As bolsas voltaram a operar com boa alta no decorrer do pregão e mesmo assim conseguiram terminar os trabalhos acima de interessantes suportes, posição que indica, no curto prazo, que essa trajetória de correção será mantida ante às últimas quedas presenciadas", destaca.
Já Mauro L. dos Santos, agente de investimento da Investbras Mercados Futuros, diz que graficamente o mercado quebrou a reta de alta e está sujeito a mais realizações. Porém, o mercado tenta uma recuperação agora com suporte em 146,95 e 144,65 cents/lb. "O MACD ainda aponta para mais quedas. Uma resistência e possível ponto de reversão estão em 156,4 cents/lb", ressalta.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
O dólar compra apresentou recuo de 0,89% nesta quarta-feira, cotado em R$ 1,679. Também o dólar comercial encerrou em queda pela segunda sessão consecutiva, após ter operado durante boa parte do dia em avanço, segundo o InfoMoney.
A notícia de que o governo vem trabalhando para reforçar as exportações brasileiras, com medidas que poderiam afetar o câmbio, não foi suficiente para manter a divisa em território positivo.
A corretora de câmbio NGO afirma, em análise feita por Sidney Moura, segundo notícia do InfoMoney, que "a taxa de câmbio no país não vem sendo determinada pelo fluxo cambial e sim pela elevada contaminação do mercado de derivativos com arbitragens de dólares versus reais".
O mercado local também sofre a influência positiva da divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) de 2007. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento da economia brasileira no ano passado foi de 5,4% em relação a 2006.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não quis comentar se existem planos de fortalecer o real, mas confirmou que o governo vai anunciar medidas de estímulo, em especial para a exportação de manufaturados. O dia do anúncio não foi divulgado, mas o mercado trabalhou com a possibilidade de que o governo reporte as medidas após o pregão. Uma das mudanças que poderiam ser anunciadas é a de cobertura cambial, que beneficiaria as empresas exportadoras ao permitir que mantenham parcelas maiores de sua receita no exterior.
A ação conjunta de bancos centrais para dar maior liquidez aos mercados e impulsionar a concessão de crédito ainda tem boa repercussão e ajudou a manter um clima mais ameno no cenário externo.
O Banco Central (BC) realizou leilão de compra no mercado à vista, das 12h10 às 12h20. A taxa aceita ficou em R$ 1,6783.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Mercado do robusta
O mercado futuro do robusta, em Londres, vem recuperando as perdas da semana passada. Nesta quarta-feira fechou com alta de 92 pontos (+3,59%) para o vencimento maio/08, cotado a US$ 2.652/ton (R$ 267,13/sc). Set/08 fechou em US$ 2.639/ton (R$ 265,82/sc), valorizado 74 pontos (+2,88%).
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A BM&F fechou com alta de US$ 2,20/sc (R$ 3,69/sc) no vencimento maio/08, cotado a US$ 181,00/sc (R$ 303,86/sc), com 79 contratos negociados e 2.588 em aberto. A maior liquidez está no vencimento set/08, com 1.162 contratos negociados e 28.314 em aberto. Os preços, neste vencimento, fecharam com variação positiva de US$ 2,15/sc (R$ 3,61/sc), cotados a US$ 188,05/sc (R$ 315,70/sc). Não houve contratos de opções negociados.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Mercado físico
No mercado físico houve estabilidade de preços na maioria das praças levantadas pelo CaféPoint. Os indicadores, entretanto, apresentaram alta. O indicador Esalq-arábica fechou a R$ 273,88/sc (+R$ 4,79/sc). O indicador Esalq-conilon foi cotado a R$ 234,31/sc, variação positiva de R$ 7,39/sc.
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.
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Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint