Em NY, as operações no mercado cafeeiro finalizaram o dia em leve queda, a posição março variou entre a máxima +70 pontos e mínima de -80 pontos, segundo o Infocafé.

Os contratos para mar/08 fecharam a 133,70 cents/lb (R$ 314,00/sc), queda de 50 pontos (-0,37%). Com igual recuo, o vencimento set/08 ficou em 141,20 cents/lb (R$ 331,62/sc).

O trader Leandro Martignon, da corretora Marex Carlton, ressalta a ocorrência de vendas de fundos para rolar posição. "Estamos a duas semanas do vencimento de opções e há um mês do começo da entrega do vencimento março/08", disse.

"No fundamento - também disse Martignon - os traders estão achando que o Brasil está bem de chuva, e com os bons tratos nas lavouras, irá recuperar o potencial perdido na florada (chuva em julho e seca depois, que acabou dando florada desuniforme). Por outro lado, o número da CONAB - que todo mundo acha que é um pouco maior (por volta de 45 milhões de sacas) - não irá refrescar e aumentar o estoques, pois ano que vem teremos safra vazia, e consumo de estoques já que o consumo mundial ainda está subindo. Então acaba sendo altista para o longo prazo".

Marcus Magalhães, da Maros Corretora (Vitória/ES), comenta que investidores continuam aos poucos aumentando suas posições em aberto no mercado. "Isso vai indicando, aos envolvidos, que estão acreditando no potencial do mercado cafeeiro para o ano de 2008".

Nesta terça-feira, foram exportadas 156.555 sacas de café arábica. Não houve embarques de conilon, segundo dados do Cecafé.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


O dólar compra fechou a R$ 1,775, desvalorização de 0,80% em relação ao dia anterior e 1,55%, na semana.

De acordo com notícia do InfoMoney, os humores foram elevados nos EUA, com investidores esperando uma nova ação do Fed. Na quarta-feira (30), será divulgada a decisão do Banco Central norte-americano sobre a manutenção da taxa básica de juro do país. O mercado espera um novo corte, na tentativa de evitar a tão temida recessão econômica.

No cenário interno, os ativos brasileiros se tornaram mais atrativos com o clima externo favorável, já que os investidores se voltaram a oportunidades de maior risco, oferecidas por países emergentes. Mais uma vez o Banco Central esteve presente, realizando leilão de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de corte definida na operação foi R$ 1,7775 e ao menos uma proposta foi aceita.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Hoje (29), em Londres, foi a máxima de 9,5 anos. Para Martignon, o robusta vem sofrendo ação de fundos em detrimento da menor exportação no Vietnã e posicionamento em commodities. No Vietnã, segundo ele, os produtores estão segurando café. "A exportação em janeiro já recuou 1/3 em relação ao ano passado".

Marcus Magalhães ressalta que os embarques estão encontrando dificuldades para serem equacionados uma vez que os produtores estão precisando vender menos café para cobrir suas despesas, já que os preços vigentes estão bem altos. "É aquela situação: quanto mais caro o café, menos se precisa vender para cobrir os respectivos custos", conclui.

A tonelada do robusta foi cotada a US$ 2.057 (R$ 219,12/sc), alta de 18 pontos (+0,88%) para jan/08. Mar/08 fechou a US$ 2.071/ton (R$ 220,61/sc), variação positiva de 14 pontos (+0,68%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


Na BM&F, a volatilidade foi menor do que no dia anterior. Mar/08 teve variação de 1,88% nos preços ao longo do dia. A saca fechou em US$ 164,00 (R$ 291,17/sc), queda de US$ 0,30/sc (R$ 0,53/sc), com 661 contratos negociados e 5.819 em aberto. Set/08, com 1,83% de volatilidade, foi cotado a US$ 169,50/sc (R$ 300,93/sc), leve variação positiva de US$ 0,05/sc (R$ 0,09/sc). Para este vencimento, foram negociadas 1.031 sacas e 19.998 ficaram em aberto.

Na BM&F, 500 contratos de opções foram negociados nesta terça-feira.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado físico os indicadores para arábica e conilon apresentaram queda, -R$ 0,79 e -R$ 0,02, respectivamente, cotados em R$ 268,51 e R$ 210,45. Em Guaxupé/MG, as cotações apresentaram alta de R$ 1,00.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

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Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint