Já a colheita da safra 2008/09 está em 54% do total a ser produzido, mostrando-se bem atrasada em relação a igual período do ano passado, quando 70% da safra 2007/08 estava colhida nesta época. Foram colhidas 27,38 milhões de sacas no Brasil.
Segundo o analista de Safras&Mercado, Gil Barabach, o clima tem sido favorável ao andamento dos trabalhos. No entanto, os produtores têm enfrentado problemas com a escassez de mão-de-obra e o custo elevado, de R$ 40,00 a R$ 50,00 o dia por trabalhador. Há muita concorrência pelos trabalhadores com outras culturas. Agora, os produtores de áreas como o sul de Minas Gerais esperam pelas máquinas que vêm locadas de outras regiões, como do cerrado mineiro. Por isso, em algumas regiões a colheita ainda segue mais lenta do que poderia estar transcorrendo.
As exportações do agronegócio mineiro cresceram 10% no primeiro semestre de 2008 na comparação com o mesmo período do ano passado. O valor das vendas foi de US$ 2,53 bilhões. Os números foram consolidados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Segundo informações da Secretaria, as vendas do café, principal produto da pauta de exportação, somaram US$ 1,33 bilhão. Um crescimento de 8% em relação ao primeiro semestre de 2007. A maior parte das vendas foi de café em grão.
Em Nova York, a Bolsa de mercados futuros apresentou forte queda para os contratos de Julho e Setembro deste ano, com -330 pontos para cada uma das posições. Julho fechou a 135,65 cents/lb, ou R$ 285,19/sc, e setembro/08 a 137,65 cents/lb (R$ 289,61). São quase 3% de desvalorização nos últimos trinta dias. Nesta quinta-feira, o dólar comercial apresentou leve queda, cotado a R$ 1,591, de acordo com o Banco Central.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
No mercado interno, a queda no preço do petróleo pressionou os papéis ligados ao setor, já na cena externa provocou alívio. Num dia sem divulgações de indicadores na agenda doméstica, o bom humor na cena externa impediu a alta da divisa norte-americana.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
A Bolsa de mercados futuros de Londres (LIFFE) registrou -8 pontos para a posição Julho, que fechou a US$ 2445/t ou R$ 233,33/sc, ao passo que contratos para Setembro recuaram 10 pts, a US$ 2.348/t (R$ 224,07). Na semana, entretanto, a posição acumula alta de 1,5%.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo também terminou o dia em baixa. Julho registrou -US$ 3,75, cotado a US$ 164,75/sc ou R$ 262,03. Setembro/08, por sua vez, fechou a US$ 166,65/sc ou R$ 265,06/sc, com -US$ 3,85 de variação.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 250,00, R$7,00 a menos que no dia anterior. O indicador Cepea/Esalq caiu quase 2% e foi a R$ 245,77/sc. Em Franca, São Paulo, o preço da saca foi de R$ 254,00.
O café despolpado de Vitória da Conquista foi reajustado a R$ 240,00/sc, com R$5,00 de desvalorização. Nas praças de Patrocínio e Araguari, Minas Gerais, os preços permaneceram inalterados, a R$ 250,00; em Caratinga, a safra nova mantém os R$ 245,00/sc do dia anterior.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. Em alta, o indicador diário à vista do Cepea/Esalq fechou a R$ 218,62.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, Equipe CaféPoint