Marcus Magalhães, da Maros Corretora, disse que "amanhã (19) é provável que NY reabra as operações em ligeira baixa alinhadas aos ajustes técnicos, mais a surpreendente elevação nos estoques americanos de café divulgada, na última sexta feira. Neste contexto, a perspectiva entre os operadores é que o tom negativo, se houver, deverá ser passageiro e de cunho meramente técnico e ainda, salutar para a movimentação do mercado".
Dólar
Nesta segunda-feira, o dólar compra fechou em R$ 1,739, queda de 0,84%. Na semana, acumula recuo de 1,18%.
A ausência de negociações no mercado norte-americano, em virtude da celebração do Dia do Presidente, abriu espaço para a recuperação das bolsas internacionais em relação à sexta-feira (15) e aumentou a entrada de divisas no mercado doméstico, de acordo com o InfoMoney.
O reajuste de 65% no preço do minério de ferro anunciado pela Vale demonstra que a demanda continua aquecida, mesmo em um cenário de possível recessão nos EUA. O aumento do preço da commodity reforça perspectiva de ingresso de dólares no país por meio das exportações.
Investidores também avaliaram os dados da balança comercial brasileira da terceira semana de fevereiro, que mostraram saldo de US$ 321 milhões.
O Banco Central (BC) realizou leilão de compra por volta das 15h com taxa de corte de R$ 1,7379, operação que não surtiu efeito significativo sobre a cotação do dólar comercial.
Gráfico 1. Cotação do dólar (R$)
Na bolsa de Londres houve um grande movimento de realizações de lucros, segundo Magalhães. A ausência de NY também influenciou o mercado futuro do robusta. Os contratos para mar/08 fecharam em US$ 2.257/ton (R$ 235,44/sc), desvalorizados 79 pontos (-3,38%). Com menor queda, 68 pontos (-2,88%), maio/08 foi cotado em US$ 2.290/ton (R$ 238,88/sc).
Gráfico 2. Contrato café, LIFFE
A segunda-feira foi mais um dia de grande variação nos preços na BM&F. A volatilidade foi de 1,62% e 1,79%, para mar/08 e set/08, respectivamente. Para o vencimento mar/08 foram negociadas apenas 62 sacas a US$ 175,50 (R$ 305,12/sc), queda de US$ 1,00/sc (R$ 1,74/sc). Em aberto ficaram 3.147 contratos. Set/08 fechou em US$ 184,60/sc (R$ 320,95/sc), recuo de US$ 1,30/sc (R$ 2,26/sc), com 248 contratos negociados e 25.407 em aberto.
Gráfico 3. Contrato café, BM&F
Os preços no mercado físico apresentaram variação negativa na maioria das praças levantadas. Em Guaxupé/MG, a saca do arábica tipo 6 bebida dura para melhor ficou em R$ 280,00, recuo de R$ 8,00. No entanto, os preços apresentam alta de 3,70% dentro do período de um mês. O indicador Esalq-arábica teve queda de R$ 5,87/sc, cotado em R$ 281,67/sc. No acumulado do mês registra 5,28% de variação positiva.
O indicador para conilon teve forte recuo, como há muito não se via, fechando em R$ 215,71/sc (-R$ 4,61/sc). Apresenta valorização no período de um mês, qual seja, 2,66%.
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.
Gráfico 4. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
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Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint