O dia no mercado cafeeiro foi marcado por ajustes ante as últimas volatilidades e divulgações, de acordo com Marcus Magalhães, da Maros Corretora (Vitória/ES). "Investidores estão analisando os números divulgados e enquanto os mesmos não forem devidamente digeridos tudo indica que o mercado continuará a oscilar em estreitas margens e nada de grandioso deverá ser visto no curtíssimo prazo".

Magalhães ressalta que o setor produtivo continua administrando vendas e compradores continuam reféns de notícias boas, em função de um câmbio desfavorável e bolsas tentando consolidar o atual espaço de trabalho.

Os contratos para mar/08, em NY, fecharam a 135,60 cents/lb (R$ 317,19/sc), variação positiva de 15 pontos (+0,11%). Para maio/08 a cotação apresentou a mesma valorização (15 pontos), fechando em 138,30 cents/lb (R$ 323,51/sc).

Nesta quarta-feira foram exportadas 65.711 sacas de café arábica. Não houve embarques de conilon, de acordo com dados do Cecafé.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


O dólar (compra) foi cotado a R$ 1,768, valorizado 0,78% em relação ao dia anterior.

De acordo com o InfoMoney, a cotação acompanhou a turbulência predominante nos mercados internacionais, mostrou certa instabilidade no início do dia, mas encerrou os negócios com alta. Mesmo na ausência de indicadores econômicos de peso, a tensão com o diagnóstico da economia norte-americana foi alimentada com o teor negativo das projeções do banco Goldman Sachs, que espera recessão em 2008 e redução da Fed Funds Rate ao patamar de 2,5% ao ano já no terceiro trimestre de 2008.

O quadro doméstico também não reservou dados econômicos de maior relevância. O Banco Central voltou a atuar, realizando no final da sessão leilão de compra de dólares no mercado à vista. A autoridade monetária definiu taxa de corte de R$ 1,7735, e o número de propostas aceitas não foi divulgado.

A piora do cenário internacional levou o risco-país a forte alta na sessão, contribuindo com a alta da divisa norte-americana. Próximo do encerramento das negociações do dólar, o indicador marcava 237 pontos, 12 pontos acima do fechamento na terça-feira.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


O mercado do robusta em Londres segue em alta. Na semana, acumula 2,21% de valorização nos contratos para jan/08, que foram cotados a US$ 1.946/ton (R$ 206,47/sc). Mar/08 fechou a US$ 1.975/ton (R$ 209,54/sc), alta de 9 pontos (+0,46%) em relação ao dia anterior.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


A volatilidade, na BM&F, nos vencimentos de maior volume negociado - mar/08 e set/08 - foi, respectivamente, 1,57% e 1,34%. Mar/08 fechou o dia com 878 contratos negociados a US$ 168,20 (R$ 297,43/sc), valorizados US$ 0,90/sc (R$ 1,59/sc). Em aberto ficaram 7.795 contratos. Para set/08, com 687 contratos negociados e 19.114 em aberto, a cotação ficou em US$ 171,00 (R$ 302,38/sc), alta de US$ 0,50/sc (R$ 0,88/sc).

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado físico, Guaxupé/MG fechou a saca do arábica tipo 6 bebida dura para melhor em R$ 269,00, alta de R$ 3,00. O indicador Esalq-arábica registrou queda de R$ 0,76, ficando em R$ 267,72/sc.

O conilon teve queda de R$ 0,04/sc no indicador Esalq, cotado a R$ 208,43. As demais praças levantadas permaneceram estáveis.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint