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Mercado do café: mais dinheiro entrando

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 10/08/2009

6 MIN DE LEITURA

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Comentário Semanal - de 3 a 7 de agosto de 2009

O apetite ao risco se renova com a divulgação da primeira queda da taxa de desemprego nos Estados Unidos desde abril de 2008. O número não foi tão melhor assim pois o desemprego caiu de 9.5% para 9.4%, mas a indicação de uma queda menor na dispensa dos trabalhadores - 247 mil frente à esperada perda de 325 mil postos ajudou os mercados a não apenas manterem as altas conquistadas na semana anterior como buscarem patamares mais altos.

A semana começou com a divulgação de índices de produção industriais mais fortes nas economias do Reino Unido, China e Estados Unidos. Depois o Sr. Roubini, analista que previu o colapso dos mercados, deu uma palestra apostando que com o fim da recessão os preços das commodities devem continuar subindo até 2010. Para completar os bancos centrais inglês e europeu mantiveram suas taxas de juros nos níveis mais baixos da história, 0.5% e 1.0% respectivamente, com o primeiro comprometendo mais dinheiro para ser injetado no mercado via compra de títulos e o segundo destacando que a economia do bloco europeu está mostrando sinais de recuperação.

Os investidores, do pequeno ao grande, receberam todas estas notícias de forma muito positiva e portanto precificam uma retomada das economias, muito embora muitas incertezas ainda pairam no ar principalmente no que se refere ao emprego que embora mostre sinais módicos de melhora pode voltar a piorar durante o próximo ano com a constante chegada de novas pessoas no mercado de trabalho e um crescimento do PIB insuficiente para atender a oferta de novos trabalhadores.

O destaque da semana fica por conta do volume de dinheiro investido no mercado de ETFs (exchange-traded funds) que atingiu um volume recorde no mundo de 835 bilhões de dólares recentemente, depois de ter caído do pico anterior de 805 bilhões em abril do ano passado para 711 bilhões no final de 2008.

ETF é um instrumento financeiro que funciona como uma ação e que permite o investidor comprometer tão pouco como US$ 30.00 ou US$ 50.00 por exemplo, para ficar posicionado em um índice que "copia" a performance de um ou mais ativos. Tem ETF que replica a performance de uma cesta de índices de mercados emergentes,ou do Brasil apenas, de várias commodities ou só do açúcar, e assim vai. A alavancagem é zero. Veja o caso do ETF de café por exemplo que está negociando ao preço de US$ 40.73. Qualquer investidor pode comprar um papel ("ação") disto gastando tão pouco quanto este pequeno valor e se o mercado futuro de café subir 2%, o ETF subirá 2%. Os fundos que oferecem este produto de forma transparente e listados em qualquer home-broker e que vendem ele para o investidor se protegem comprando o mercado futuro, com algumas taxas inclusas, é claro, e é isto tem acontecido bastante recentemente.

O que tudo isso tem a ver com café? Tudo.
A nova onda de euforia nos mercados contaminou as commodities e levou o café arábica para cima.
Os preços nesta semana subiram US$ 14.02 por saca na bolsa de Nova Iorque e US$ 10.30 na BM&F. O robusta ficou para trás caindo US$ 0.78 por saca. Um dos motivos para o último não estar acompanhando é justamente em função de não haver ETFs para ele, além de fundamentalmente o produto não estar sofrendo um pontual aperto de oferta.

O mercado reagiu também às declarações do ministro da agricultura brasileira que falou que o governo brasileiro deve anunciar na semana que se inicia um plano de Aquisição do Governo Federal (AGF) para comprar até 7 milhões de sacas entre 2009 e 2010. Para o atual ano-safra o volume parece incompatível, porém muito provavelmente o que o governo está mirando deve ser a próxima safra que tem um potencial de ser bastante grande. Na prática a compra de café pelo governo efetiva o preço mínimo no café que hoje está em R$ 262.50 a saca e a subida de preços desta semana empurraram o físico exatamente para próximo deste valor. Os diferenciais por outro lado enfraqueceram, como normalmente acontece nas subidas fortes de NY, e mais café foi vendido no FOB com descontos de até 24 cts/lb.

Os produtores que seguraram seus cafés estão felizes em ver os preços reagindo e depois de um longo tempo de atividades bastante tímidas na bolsa voltam a aparecer. Peru, Guatemala e Brasil foram destaques de vendas e a continuaç��o do movimento deve trazer mais fixações.

O clima na Colômbia e nos outros países produtores da América Central está favorável para o desenvolvimento da safra que começa em outubro e de pouco em pouco vamos percebendo o interesse de venda no mercado futuro. No Brasil o dólar firme tira uma parte dos ganhos do mercado, mas mesmo assim parece que com os preços que começaram a ser praticados na quinta e na sexta-feira o fluxo de café deve melhorar, ou seja NY precisará de mais injeção de dinheiro de fundos para que teste os 145.00 cts/lb que vimos no começo de junho.

As exportações brasileiras do primeiro mês do ano safra 2009/10 totalizaram 2,184 milhões de sacas, confirmando a expectativa de queda. O Brasil embarcando menos este ano contribuirá para que não se acumule mais café nos países de destino que tem estoques de mais de 24 milhões de sacas. Muitos analistas ignoram o número e se concentram em falar que os estoques estão baixos nas origens. Na verdade seria mais positivo que o maior volume de fato estivesse nas origens pois não daria o conforto razoável que os torradores nos países consumidores têm. O Brasil, voltando a comprar café pela primeira vez desde a extinção do IBC, em 1990, tentará mudar um pouco a equação, porém não devemos esquecer que todas as vezes que o país interveio no mercado para ajudar a sustentar preços acabou ajudando outros países produtores, com o Vietnã sendo um dos que nasceram assim.

As medidas do governo brasileiro podem ser efetivas para a manutenção de preços em níveis desejáveis para a produção no curto e médio prazo, o medo que temos é para o longo prazo. Se mesmo com todas as dificuldades encontradas pelos produtores ao redor do mundo vimos nos últimos anos o número da produção de café bater recordes consecutivos, o que pode acontecer se houver um estímulo aos preços?

O Brasil conseguiu depois de muito tempo voltar a ter um market-share de mais de 30% do mercado mundial consumidor e a atual escassez na Colômbia serviu inclusive para que nosso produto fosse visto com olhos melhores no que se refere à qualidade. Será que não seria melhor encontrarmos um equilíbrio na quantidade que produzimos e eventualmente tentar destacar a melhora de qualidade do nosso produto?

Nunca é demais nos lembrarmos do básico de que o que provoca a queda da produção são preços não remuneradores, enquanto que preços remuneradores além de trazerem novos participantes promove incremento de produção por aqueles que já estão produzindo. De repente o governo brasileiro nem precisará comprar café, pois com a simples declaração de que o faria ajudou a puxar os preços.

Aqueles que precisam fixar suas vendas aproveitem, e fiquem de olho no câmbio e em uma eventual retração no interesse de compra dos investidores. Tomem cuidado. A facilidade que o mercado de ETF proporciona democratizando o acesso dos investidores aos mercados de café, açúcar, BOVESPA e China funciona dos dois lados - assim como é fácil comprar também é muito fácil vender...

Tenham todos uma ótima semana e muitos bons negócios.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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RENATO DE OLIVEIRA

MANAUS - AMAZONAS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/08/2009

Quero saber o valor atual da sc em coco e expectativa futura de valor de saca para final do ano.

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